Secção de jornalismo
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A Secção de Jornalismo (português europeu) ou Seção de Jornalismo (português brasileiro) é uma das secções mais activas da Associação Académica de Coimbra. Nesta secção é produzido jornalismo de qualidade desenvolvido, essencialmente, por estudantes universitários. Tem como principais produções culturais o Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA, o site informativo acabra.net e a Revista Via Latina.
Desde a sua criação, o Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA influenciou a mitologia académica de Coimbra. O maior exemplo deste efeito nas mentes dos academistas é a propagação da crença numa espécie de ser semi-divino denominado Guedes. Vários locais da cidade estão marcados com iconografia alusiva a esta personagem que, ao olhar dos seus crentes, não pode cometer pecado algum e é a resposta a todas as questões. Repare-se que o Guedes comanda uma devoção tal que, mesmo sendo um culto recente, vários aderentes já aplicam a iconografia acima referida aos seus objetos de uso diário. Também se tornou uma prática recorrente e uma demonstração de devoção marcar as atividades da secção com algo alusivo à divindade. Um exemplo, tão pertinente como recente, é a condecoração da Sala dos Editores da Secção como "Sala Guedes".
É difícil delinear com exatidão o que o Guedes representa, mas podemos inferir que as virtudes que prega se relacionam com a amabilidade, a inocência, a bondade e o Comunismo. Apesar da aversão do academista à religião, o "Guedismo" partilha algumas caraterísticas com o Catolicismo. Desta forma, o Guedes assemelha-se a Jesus Cristo, a figura messiânica venerada pelos aderentes à Igreja Católica.
Havendo um Messias, deverá haver também uma figura representativa do pecado, de forma a cimentar a lógica de conflito entre o "bem" e o "mal" na qual toda a religião se baseia. Embora não receba o mesmo nível de protagonismo que o Diabo recebe no Cristianismo, o "Luís" entende-se como uma figura adjacente ao Guedismo, representativa do "mal", do "terreno" e do pecado. Conhecido como "O Velho", "O Serrano", "O Tasqueiro" ou "O Bagaceiro", a presença do Luís também se sente através das preces e da iconografia produzida no seio da Academia.
Entendendo-se o Guedes como uma figura afável, passiva, paciente e culta, o Luís apresenta-se como uma divindade cruel, que representa o alcoolismo, o tabernismo e a violência. É, também, uma figura punitiva. Contudo, o Luís está mais próximo do academista comum. À primeira vista, pode parecer confuso que o culto represente o mais próximo do academista, principal constituinte do seu rebanho, como uma presença maligna. Há uma explicação: o academista é um ser que procura freneticamente, fanaticamente até, cultivar-se. Está ciente da sua natureza e procura espiar os seus pecados e redimir-se. Podemos então, por fim, inferir que o Luís representa o que o academista é, ou aquilo em que o academista se tornará caso não mude o seu rumo. O Guedes, no entanto, representa a concretização máxima do academista, aquilo em que se poderá tornar.