Sistema de Três Idades
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Sistema de Três Idades consiste na divisão da pré-história humana em três períodos consecutivos, de acordo com o método de manufatura de ferramentas da época, sendo utilizado em arqueologia e antropologia:
Em 1820, Christian Jürgensen Thomsen, ordenou as coleções do Museu Nacional de Copenhague em função dos materiais com que os artefatos eram feitos, criando a classificação. A origem inicial porém era mais distante.
Na mitologia grega, houve cinco idades dos homens: a Idade do Ouro, que viveu na época que Cronos era rei dos deuses,[1] a Idade da Prata, criada pelos deuses do Olimpo e destruída por Zeus porque eles não queriam adorar os deuses,[2] a Idade do Bronze, criada por Zeus, quando usavam-se instrumentos de bronze e não se conhecia o ferro,[3] a Idade dos Herois, de homens chamados de semi-deuses,[4] e a quinta, a Idade do Ferro, que continuava até os dias de Hesíodo.[5]
A metáfora das idades dos metais continuou sendo utilizada pelos romanos, porém Lucrécio substituiu o conceito de decadência moral, por aquele de progresso,[6] concebido como similar ao crescimento individual do ser humano, num conceito evolutivo.[7] Lucrécio descreveu uma série de períodos baseados no uso de pedra (e madeira), bronze e ferro, respectivamente.
O grande interesse em artefatos antigos que foi despertado pelo Renascimento, levou Michele Mercati, superintendente dos Jardins do Vaticano, no final do século XVI, a examinar com cuidado uma série de objetos de pedra, após questionar o motivo pelo qual se utilizava pedra em vez de metais para sua confecção,[8] chegou a conclusão que, devido à falta de tecnologia da época, o homem não dominava então a metalurgia, também recorrendo a citações da bíblia para demonstrar que houvera uma idade da pedra anterior. Mercati passou a adotar o sistema de Lucrécio para classificar os artefatos.
Pouco depois, em 1732, na França, Nicholas Mahudel, médico, antiquário e numismata, escreveu um artigo que definia três usos de pedra, bronze e ferro em ordem cronológica, denominado Les Monumens les plus anciens de l'industrie des hommes, et des Arts reconnus dans les Pierres de Foudres, ou "Os monumentos mais antigos da indústria dos homens, e as artes reconhecidas nas Pedras de Foudres"[9] Ali ele expandia conceitos de Antoine de Jussieu, publicados em 1723, em De l'Origine et des usages de la Pierre de Foudre.[10] Mahudel, propõe, não um, mas dois usos para a pedra, além de um para o bronze e outro para o ferro.