Solução de dois Estados
proposta de solução diplomática para o conflito israelo–palestino / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Solução de dois Estados é um projeto de criação e de coexistência pacífica dos Estados independentes de Israel e da Palestina que visa acabar com as disputas de soberania política, territorial e militar na região. No entanto, não há consenso sobre os termos desta proposta. Enquanto algumas organizações políticas palestinas, como a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), reconhecem a legitimidade e a soberania de Israel, outras, como o Hamas, pretendem a existência apenas de um Estado Palestino. Já Israel reconhece a Autoridade Nacional Palestina (ANP) como administradora dos territórios palestinos, mas não reconhece a legitimidade da Palestina, e por isso segue com planos de anexação dos territórios nomeadamente palestinos.
Segundo essa hipótese, a solução do conflito residiria na criação de dois Estados separados na parte ocidental da Palestina histórica — um judeu e o outro árabe. Aos árabes residentes na Cisjordânia ou na Faixa de Gaza seria dada a cidadania do novo Estado palestino. Tal cidadania seria oferecida também aos refugiados palestinos. Quanto aos árabes residentes em Israel, teriam a oportunidade de escolher entre a cidadania israelense ou palestina. A possível fronteira definitiva entre os dois Estados ainda é alvo de disputas e negociações, com lideranças palestinas e árabes reclamando as "fronteiras pré-1967", o que não é aceito por Israel, que reclama para si o território do antigo Mandato Palestino (incluindo Jerusalém).
Em 1974, uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a "Solução pacífica da questão da Palestina" exigia "dois Estados, Israel e a Palestina, lado a lado dentro de fronteiras seguras e reconhecidas" junto com "uma resolução justa para a questão dos refugiados em conformidade com a Resolução 194 da ONU ".[1][2] As fronteiras do Estado da Palestina seriam baseadas nas "fronteiras pré-1967", ou seja, as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis dias. A última resolução, em novembro de 2013, foi aprovada por 165 a 6, com 6 abstenções;[3] com Israel e Estados Unidos votando contra.[4]
A liderança palestina adotou o conceito desde a Cúpula Árabe de 1982 em Fez.[5] Israel vê movimentos de líderes palestinos para obter o reconhecimento internacional de um Estado da Palestina como sendo uma ação unilateral dos palestinos e inconsistente com uma solução negociada de dois Estados.
Pesquisas têm mostrado persistentemente que a maioria dos israelenses e palestinos é a favor de um acordo de dois Estados.[6]
Houve muitos esforços diplomáticos para concretizar uma solução de dois Estados, iniciados a partir da Conferência de Madrid, em 1991. Seguiram-se os Acordos de Oslo de 1993 e o fracasso da Cúpula de Camp David de 2000, continuados pelas negociações de Taba no início de 2001. Em 2002, a Liga Árabe propôs a Iniciativa de Paz Árabe, seguida pelas Negociações de paz de 2013, que também falharam. Em janeiro de 2020 a situação voltou ao foco internacional a partir da divulgação do "Plano de Paz para Israel e a Palestina", proposto pela administração de Donald Trump.