Somália
país situado no chifre da África (África Oriental) / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Somália (somali: Soomaaliya; em árabe: الصومال, transl aṣ-Ṣūmāl), oficialmente República Federal da Somália (somali: Jamhuuriyadda Federaalka Soomaaliya; em árabe: جمهورية الصومال الفدرالية, transl. Jumhūriyyat aṣ-Ṣūmāl al-Fiderāliyya) e anteriormente conhecida como República Somaliana e como República Democrática da Somália, é um país localizado no Chifre da África. Faz fronteira com o Djibuti no noroeste, Quênia no sudoeste, o Golfo de Aden com o Iémen a norte, o Oceano Índico a leste e com a Etiópia no oeste.
República Federal da Somália Jamhuuriyadda Federaalka Soomaaliya (somali) جمهورية الصومال الفدرالية (árabe) Jumhūriyyat aṣ-Ṣūmāl al-Fiderāliyya | |||||
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Hino nacional: Qolobaa Calankeed | |||||
Gentílico: somali; somaliano; somaliense | |||||
Área controlada pela Somália mostrada em verde escuro; a Somalilândia (em verde claro) é reivindicada, mas não controlada (Estado autodeclarado, mas não reconhecido). | |||||
Capital | Mogadíscio 2º2'N 45º21'L | ||||
Cidade mais populosa | Mogadíscio | ||||
Língua oficial | Somali e árabe[1][2] | ||||
Governo | República federal parlamentarista | ||||
• Presidente | Hassan Sheikh Mohamud | ||||
• Primeiro-ministro | Hamza Abdi Barre | ||||
Independência | do Reino Unido e da Itália | ||||
• do Reino Unido | 26 de junho de 1960 | ||||
• da Itália | 1 de julho de 1960 | ||||
• unificação | 1 de julho de 1960 | ||||
Área | |||||
• Total | 637 657 km² (42.º) | ||||
• Água (%) | 1,6 | ||||
Fronteira | Quénia, Etiópia, Djibouti (de jure) e Somalilândia (de facto) | ||||
População | |||||
• Estimativa para 2023[3] | 12 693 796 hab. (78.º) | ||||
• Densidade | 16,12[4] hab./km² (199.º) | ||||
PIB (base PPC) | Estimativa de 2023 | ||||
• Total | US$ 32 078 bilhões (145.º) | ||||
• Per capita | US$ 1 998 (222.º) | ||||
IDH (2022) | 0,380 (193.º) – baixo[5] | ||||
Moeda | Xelim somaliano (SOS ) | ||||
Fuso horário | (UTC+3) | ||||
Cód. Internet | .so | ||||
Cód. telef. | +252 |
Na Antiguidade, a Somália foi um importante centro de comércio com o resto do mundo antigo. Seus marinheiros e mercadores eram os principais fornecedores de incenso, mirra e especiarias, os itens que foram considerados luxos valiosos para os antigos egípcios, fenícios, micênicos e babilônios com quem o povo Somali negociava.[6][7] De acordo com a maioria dos estudiosos, a Somália é também o local onde o antigo Reino de Punt estava localizado.[8][9][10][11] Os antigos Punties eram uma nação de pessoas que tinham relações estreitas com o Egito faraônico durante os tempos do faraó Sefrés e da rainha Hatexepsute. As estruturas piramidais, templos e casas antigas de alvenaria em torno da Somália acredita-se que datam deste período.[12] Na época clássica, várias antigas cidades-estado como Opone, Mosyllon e Malao, competiam com os sabeus, partos e axumitas pelo rico comércio indo-greco-romano que também floresceu na Somália.[13]
O nascimento do Islã no lado oposto da costa da Somália no Mar Vermelho significou que os comerciantes somalis, marinheiros e expatriados que viviam na Península Arábica gradualmente ficaram sob a influência da nova religião através dos seus parceiros comerciais convertidos muçulmanos árabes. Com a migração de famílias muçulmanas que fugiam do mundo islâmico na Somália nos primeiros séculos do Islã e da conversão pacífica da população somali por estudiosos muçulmanos somalis nos séculos seguintes, as antiga cidades-estado gradualmente se transformaram nas islâmicas Mogadíscio, Berbera, Zeilá, Barawa e Merca, que faziam parte da civilização Berberi. A cidade de Mogadíscio chegou a ser conhecida como a Cidade do Islão[14] e controlou o comércio de ouro do Leste Africano durante vários séculos.[15] Na Idade Média, vários poderosos impérios somali dominaram o comércio regional, incluindo o Estado de Ajuuraan, que era excelência em engenharia hidráulica e construção de fortalezas,[16] o Sultanato de Adal, cujo general, Ahmed Gurey, foi o primeiro comandante Africano na história a usar canhões de guerra no continente durante a conquista do Adal pelo Império Etíope,[17] e da Dinastia Gobroon, cujo domínio militar forçou os governadores do Império Omani no norte da cidade de Lamu a pagar tributo ao sultão somali Ahmed Yusuf.[18] No final do século XIX, após o fim da Conferência de Berlim, impérios europeus partiram com seus exércitos para o Corno de África. As nuvens imperiais oscilando sobre a Somália alarmaram o líder dervixe Muhammad Abdullah Hassan, que se reuniu com soldados somali de todo o Chifre da África e começou uma das mais longas guerras de resistência colonial.
A Somália nunca foi formalmente colonizada.[19][20][21] O Estado Dervixe repeliu com sucesso o Império Britânico por quatro vezes e obrigou-o a retirar-se para a região costeira.[22] Como resultado de sua fama no Oriente Médio e na Europa, o Estado Dervixe foi reconhecido como um aliado pelo Império Otomano e o pelo Império Alemão,[23][24] e manteve-se durante a Primeira Guerra Mundial como o único poder muçulmano independente no continente africano. Após um quarto de século, mantendo os britânicos na baía, os dervixes foram finalmente derrotados em 1920, quando o Reino Unido usou pela primeira vez na África aviões que bombardearam a capital, Taleex. Como resultado deste bombardeamento, os antigos territórios dervixes foram transformados em um protetorado da Grã-Bretanha. A Itália enfrentou situação semelhante quando sofreu a mesma oposição de sultões somalis e dos exércitos e não adquiriu o controle total de partes da Somália moderna até a era fascista, no fim de 1927. Esta ocupação durou até 1941 e foi substituído por uma administração militar britânica. O Norte da Somália continuaria a ser um protetorado e o sul da Somália tornou-se em 1949 uma tutela das Nações Unidas sob a administração italiana, o Protetorado da Somalilândia. A União das duas regiões, em 1960, formou a República Democrática Somali.
Devido aos laços de longa data com o Mundo Árabe, a Somália foi aceita em 1974 como membro da Liga Árabe. Para reforçar a sua relação com o resto do continente africano, a Somália se juntou a outras nações africanas, quando fundou a União Africana e começou a apoiar o ANC na África do Sul contra o regime do apartheid,[25] além dos os separatistas eritreus na Etiópia durante a Guerra de Independência da Eritreia.[26] Um país muçulmano, a Somália é um dos membros fundadores da Organização da Conferência Islâmica e é também um membro da ONU e MNA. Apesar do sofrimento constante de guerras civis e da instabilidade política, a Somália também tenta sustentar uma economia de livre mercado que, segundo a ONU, supera as de muitos outros países da África.[27] A Somália é conhecida por ser um dos países mais corruptos do mundo, empatando com a Coreia do Norte.[28] O litoral da Somália oferece acesso privilegiado a toda região e é historicamente objeto de disputa entre os países do Golfo Pérsico por ser considerada rota vital estratégica.[29]