Região Sudeste do Brasil
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A região Sudeste do Brasil é a segunda menor região do país, sendo maior apenas que a região Sul. A área real ocupa aproximadamente 924 620 km², 1/10 da superfície do Brasil. É composta por quatro estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Limita-se ao norte e a nordeste com a Bahia; ao sul e a leste com o oceano Atlântico; a sudoeste com o Paraná; a oeste com Mato Grosso do Sul; a noroeste com Goiás e o Distrito Federal.
Região Sudeste do Brasil | |
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Divisão regional do Brasil | |
Localização | |
Características geográficas | |
Região geoeconômica | Centro-Sul e Nordeste |
Estados | Espírito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo |
Gentílico | sudestino |
Área | 924 620,678 km² 2010 |
População | 84 847 187 hab. 2022 |
Densidade | 91,76 hab./km² |
Cidade mais populosa |
São Paulo |
Indicadores | |
PIB | R$ 3 917 485 milhões 2019 |
PIB per capita | R$ 40 321,68 2019 |
IDH | 0,795 alto[1] 2017 |
É a região mais desenvolvida do país, responsável por 55,2% do PIB brasileiro.[2] São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram em termos de PIB Nominal. No que tange a PIB per capita PPC, o Sudeste tem o maior entre todas as regiões brasileiras: USD$ 17.677,19.[3] Pode-se observar três estados figurando entre os cinco primeiros com maiores PIB per capita do Brasil, respectivamente: São Paulo (2.º), Rio de Janeiro (3.º) e Espírito Santo (5.º),[4] oito entre os dez primeiros municípios de todo o país,[5] e três entre as quatro primeiras capitais brasileiras, Vitória (1.º), São Paulo (3.º) e Rio de Janeiro (4.º).[5] Nele estão os municípios mais populosos, a maior densidade populacional, os maiores depósitos de minério de ferro, a maior rede rodoferroviária e o maior complexo portuário da América Latina.[6] É a mais importante região industrial, comercial e financeira do país. Emprega 80% do operariado brasileiro[7] e usa 85% do total da energia elétrica consumida no Brasil.[7]
O relevo é bastante acidentado, com predominância de planaltos. Os climas predominantes são variações do clima tropical e subtropical. Algumas áreas têm vegetação pobre e rasteira; já outras são cobertas por exuberantes florestas tropicais. A região é um verdadeiro centro dispersor de águas; há várias bacias fluviais, com rios que correm em várias direções.
A região Sudeste começou a ser colonizada pelos portugueses no século XVI. A primeira vila, São Vicente, foi fundada em 1532. O desenvolvimento da região começou a partir da descoberta do ouro em Minas Gerais, no século XVIII. Em 1763, o porto do Rio de Janeiro, por onde escoava o ouro, passou a capital do Brasil. Brasília, em 1960. No início do século XX, a expansão da lavoura do café transformou São Paulo no maior centro econômico do Brasil.
A região Sudeste possui uma população de aproximadamente 85 milhões de habitantes, de forma que 44% da população brasileira mora no Sudeste (muito embora 1/3 dos habitantes, cerca de 28 milhões de pessoas, não nasceram na região). A região reúne os três primeiros estados do país em população: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ainda é a região mais densamente povoada do Brasil, atingindo a marca de 96,94 hab./km² em 2021 (enquanto a média brasileira, de 25,04 hab./km²,[8] é uma das mais baixas do mundo). O Sudeste é a região mais populosa do Brasil e ocupa 10,85% do território brasileiro. Altamente urbanizada (90,5% da população vivem em zonas urbanas),[9] abriga duas metrópoles globais, São Paulo (alfa) e Rio de Janeiro (beta -).[10] A região é também o maior colégio eleitoral do Brasil.[11] As cidades mais populosas segundo o IBGE/2019 são: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Guarulhos, Campinas, São Gonçalo, Duque de Caxias, São Bernardo do Campo, Nova Iguaçu, Santo André, São José dos Campos, Osasco, Ribeirão Preto, Uberlândia, Sorocaba, Contagem, Juiz de Fora, Serra, Niterói, Belford Roxo e Campos dos Goytacazes, todas com mais de 500 mil habitantes. A região Sudeste também apresenta índices sociais relativamente elevados: possui a segunda maior qualidade de vida do país, verificado por seu IDH de 0,794[12] e possuindo quinze dentre as vinte cidades melhores classificadas, com destaque para São Caetano do Sul-SP (1.º), Águas de São Pedro-SP (2.º), Vitória-ES (4.º) — segunda melhor entre todas as capitais —, Santos-SP (6.º) e Niterói-RJ (7.º).[13]
Os primeiros habitantes da região Sudeste do Brasil foram os indígenas. Mais tarde chegaram os portugueses. Eles fizeram expedições para conhecer a região e começaram a explorar o pau-brasil, madeira que era abundante nas matas do litoral.
Além disso, os portugueses fundaram as primeiras vilas no litoral. A primeira vila foi a de São Vicente. Aí teve início a plantação da cana de açúcar . Depois surgiram outras vilas. O povoamento do interior começou com a fundação da vila de São Paulo de Piratininga.
Os moradores da vila de São Paulo entraram pelo interior à procura de indígenas para escravizar. Eles organizaram as entradas e bandeiras. Nas suas caminhadas, os bandeirantes paulistas descobriram minas de ouro nas terras do atual estado de Minas Gerais.
O povoamento também aumentou com o comércio de gado. Os comerciantes levavam os animais do sul do Brasil para serem vendidos na região das minas. No caminho por onde passavam as tropas de animais apareceram ranchos e pousadas. Os ranchos e as pousadas deram origem a muitas cidades.
Novas fazendas de plantação de cana-de-açúcar surgiram nos antigos caminhos por onde seguiam as entradas e bandeiras. Essas fazendas deram origem a várias cidades. Mais tarde, com o cultivo do café, outras cidades surgiram.
O povoamento aumentou muito com a chegada dos imigrantes e com a abertura das ferrovias. A instalação de indústrias também contribuiu para que muitas pessoas de outros estados e de outros países viessem morar na região Sudeste.
Período pré-cabralino
Os primeiros habitantes da região Sudeste do Brasil foram os indígenas, divididos em dois grandes grupos: os tupis (tupiniquins, tupinambás, tamoios, temiminós, etc.), que habitavam o litoral e áreas próximas ao litoral dos atuais estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e os jês (caiapós, puris, cataguás, caingangues, “botocudos”, etc.), que habitavam o interior do Sudeste e os litorais norte do Rio de Janeiro e o litoral sul do Espírito Santo.
Séculos XVI e XVII
No Período pré-colonial (1500-30), a Região Sudeste do Brasil era explorada pelos portugueses apenas na extração de pau-brasil, não sendo colonizada. Apenas alguns náufragos e degradados europeus se fixavam na região, vivendo entre os indígenas.
Em 1532, iniciou-se oficialmente a colonização do Sudeste, quando um grupo de colonos portugueses, liderados por Martim Afonso de Sousa, se fixou no litoral paulista e fundou a vila de São Vicente, a primeira do Brasil. Foi introduzida a cultura canavieira na costa paulista, mas durou pouco tempo, devido às condições geográficas desfavoráveis.
Em 1535, o rei de Portugal D. João III estabeleceu o sistema de capitanias hereditárias como forma de colonizar a América Portuguesa, doando as capitanias a nobres portugueses. No entanto, apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram, levando a Coroa Portuguesa a estabelecer, em 1548, uma administração colonial centralizada.
Em 1565, como parte da luta contra os franceses, que criaram uma colônia na Baía de Guanabara em 1555, as tropas portuguesas, lidearadas por Mem e Estácio de Sá, fundaram a cidade do Rio de Janeiro. Dois anos depois, os franceses foram expulsos.
Nas últimas décadas do século XVI, o cultivo de cana-de-açúcar ganhou destaque no litoral do Rio de Janeiro e, em menor medida, na costa capixaba, com o uso da mão-de-obra africana escravizada. O litoral do Rio de Janeiro se tornou a principal região produtora de açúcar fora da Zona da Mata Nordestina.
Durante os séculos XVI e XVII, a região do atual estado de São Paulo era a mais pobre da América Portuguesa, sobrevivendo de uma policultura de subsistência com o uso da mão-de-obra escrava indígena. Com isso, a partir das últimas décadas dos quinhentos, os paulistas organizaram expedições, conhecidas como bandeiras, cujos exploradores eram conhecidos como bandeirantes, que visavam à captura de ameríndios para escravizar e a procura por pedras preciosas. A cidade de São Paulo, fundada por jesuítas em 1554, era o principal ponto de partida das bandeiras.
Ciclo do ouro da Região
Na última década do XVII, bandeirantes descobriram jazidas de ouro na região central de Minas Gerais, ocasionando no Ciclo do Ouro, que perdurou pelo século XVIII e trouxe para essa área do país centenas de milhares de pessoas ávidas por riqueza e um número ainda maior de africanos escravizados para trabalhar na mineração. Os choques entre os paulistas e reinóis e brasileiros não-paulistas por causa da mineração gerou a Guerra dos Emboabas (1707-9), na qual os bandeirantes perderam o controle das minas. Nas décadas de 1720 e 1730, descobriram-se jazidas de diamantes na região do Vale do Jequitinhonha, sobretudo ao redor de Diamantina.
Como consequência da mineração de ouro e diamantes em Minas Gerais, o eixo econômico do Brasil se transferiu do Nordeste para o Sudeste. Com isso, em 1763, a capital brasileira foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, que deteve tal título até 1960, quando a capital moveu para Brasília.
No final do século XVIII, com o esgotamento das jazidas, a mineração entrou em declínio. Nesse contexto, com as altas taxações sobre a mineração de ouro, ocorreu a Inconfidência Mineira (1789), um movimento mal sucedido que visava à separação de Minas Gerais de Portugal.
Período Joanino e Independência
Em 1808, fugindo da invasão napoleônica, a Família Real Portuguesa, junto com a corte, se instalou no Rio de Janeiro, que se tornou a capital do Império Português, detendo tal título até 1821. O período em que a corte esteve no Brasil, conhecido como Período joanino, foi marcado por diversas mudanças econômicas na região, com a abertura dos portos para as nações amigas (1808) e a elevação do Brasil à categoria de reino dentro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816). Em 1821, como resultado da Revolução do Porto, ocorrida no ano anterior, o Rei Dom João VI retornou para Portugal, deixando seu primogênito, Pedro de Alcântara (futuro imperador D. Pedro I), como Príncipe-Regente do Brasil.
Os deputados portugueses das cortes estabelecidas após a Revolução do Porto exigiram que o príncipe-regente Pedro retornasse a Portugal e que o Brasil retornasse à condição de colônia. Pedro de Alcântara desobedeceu às ordens e proclamou a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga, na cidade São Paulo, tornando-se D. Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil.
Império, café e república
Em 1831, D. Pedro I abdicou do trono em favor do seu filho, Pedro de Alcântara, que, após um conturbado período regencial (1831-40), assumiu o trono em 1840 como D. Pedro II.
O café já era cultivado em larga escala na região do Vale do Paraíba – tanto do lado fluminense quanto do paulista – desde o final do século XVIII e início do século XIX, mas só começou a ganhar grande destaque na economia brasileira nos primeiros tempos após a Independência.
Na segunda metade do século XIX, o ciclo do café no Vale do Paraíba entrou em decadência, devido às técnicas rústicas de cultivo, esgotamento dos solos, mentalidade conservadora dos cafeicultores locais, as leis abolicionistas (como a Lei Eusébio de Queirós de 1850 e a Lei Áurea de 1888) e a concorrência com outras áreas do interior de São Paulo, como nos arredores de Campinas e Ribeirão Preto, as quais se tornaram as principais áreas produtoras de café do Brasil.
Entre 1880 e 1930, milhões de imigrantes europeus migraram para o Sudeste do Brasil, principalmente para os cafezais do interior de São Paulo, suprindo a demanda por mão-de-obra após a abolição da escravatura por meio da Lei Áurea.
Em 1889, os militares, com o apoio dos cafeicultores, depuseram o imperador Dom Pedro II e proclamaram a República. Em 1894, com a eleição e posse de Prudente de Morais, iniciou-se o período da República Oligárquica (1894-1930), marcada pela política do café com leite, em que as oligarquias rurais paulistas e mineiras se revezavam no poder.
Em 1929, ocorreu a Grande Depressão, uma gravíssima crise econômica a nível mundial. A grande queda dos preços do café e a paralisação de sua importação pelos países europeus e Estados Unidos levaram a graves consequências econômicas para o Brasil. Nesse contexto, ocorreu a Revolução de 1930, na qual Getúlio Vargas ascendeu ao poder. Durante os 15 anos (1930-45) em que governou o Brasil, Vargas adotou um processo de industrialização do Sudeste, com capitais oriundos sobretudo da atividade cafeeira, intensificado durante o período da Segunda Guerra Mundial.
Entre as décadas de 1950 e 1970, no contexto dos governos desenvolvimentistas da República Populista e da Ditadura Militar, a industrialização no Sudeste do Brasil ampliou bastante e a indústria se diversificou. Multinacionais chegaram e o capital estrangeiro foi investido nas indústrias. Para promover a circulação e produção de mercadorias, obras de infraestrutura foram feitas, como rodovias e usinas hidrelétricas.
A partir da década de 1990, a indústria brasileira viveu um processo de desconcentração industrial, motivada pelos incentivos fiscais e desenvolvimento da infraestrutura em outras partes do país. Devido à indústria e ao agronegócio, outros estados brasileiros, como os das regiões Centro-Oeste e Nordeste, passaram a ter um crescimento econômico maior do que os do Sudeste.
Do litoral para o interior, sucedem-se:
- planície costeira, com grandes baixadas, costas altas, praias, dunas, restingas, lagoas costeiras (Araruama, Feia, Maricá) e grandes baías (Guanabara, Sepetiba, Ilha Grande, Vitória e Santos);
- planalto Atlântico, muito acidentado, com muitas "serras" (escarpas de planalto): serra do Mar, serra da Mantiqueira, serra do Espinhaço, Espigão Mestre. Dois vales se destacam: o do rio Paraíba do Sul e a Depressão Sanfranciscana;
- planalto Meridional, dividido em: planalto Arenito-basáltico, que apresenta alternância de rochas duras (basalto) e pouco resistentes (arenito), dando origem às cuestas (popularmente conhecidas como serras); e Depressão Periférica, região mais baixa entre os planaltos Atlântico e Arenito-basáltico.
A região é percorrida por rios de planalto, com amplas possibilidades de aproveitamento hidrelétrico. Principais bacias: do rio Paraná; do rio São Francisco, na parte norte da região; e do Leste, formada pelos rios Doce, Paraíba do Sul e Jequitinhonha. Destacam-se ainda os rios Pardo, Mucuri e Ribeira do Iguape.
O clima da região sofre influência da posição geográfica e da altitude do relevo e, por isso as temperaturas são mais elevadas na parte norte, nas planícies e nas baixadas. Mais de 1 000 mm de chuvas anuais, bastante abundantes no trecho da serra do Mar voltado para o oceano Atlântico. Tipos de clima: tropical, na maior parte da região; tropical de altitude, na parte leste, onde o relevo é mais alto; subtropical, no sul; e semiárido, no norte de Minas Gerais.
A Mata Atlântica é a formação original no leste (serras); a floresta latifoliada tropical, no interior; os cerrados são comuns nas áreas de clima tropical mais seco e, portanto, em grande parte do interior da região; as caatingas aparecem em trechos de clima semiárido; mais ao sul, e praticamente devastada, está a área da floresta subtropical; em trechos esparsos surgem ainda os campos limpos e a vegetação de praia, junto ao litoral.
Relevo
Podemos identificar cinco grandes divisões no relevo no Sudeste:
- Planícies e terras baixas costeiras: Apresentam larguras variáveis, ora aparecendo na forma de grandes baixadas, ora estreitando-se e favorecendo a formação de costas altas, onde a serra do Mar entra diretamente em contato com o oceano Atlântico. São comuns, ao longo da planície, muitas praias e algumas restingas, que formam lagoas costeiras e grandes baías.
- Serras e planaltos do Leste e do Sudeste: Conhecidas como planalto Atlântico ou planalto Oriental, é a parte mais acidentada do planalto Brasileiro, caracterizando-se, na região Sudeste, pelo grande número de "serras" (escarpas de planalto) cristalinas. Aparece como verdadeira muralha constituída por rochas cristalinas muito antigas ou como um verdadeiro "mar de morros" em áreas mais erodidas. A escarpa desse planalto voltada para o Atlântico constitui a serra do Mar, que no sul recebe o nome de serra de Paranapiacaba. Logo adiante, no oeste, encontramos o vale do rio Paraíba do Sul, que separa a serra do Mar da serra da Mantiqueira. Mais para o norte, as elevações afastam-se do litoral, dando origem à serra do Espinhaço.
Ao norte de São Paulo e a oeste de Minas Gerais, encontra-se a serra da Canastra.
A noroeste da região, atrás da serra do Espinhaço, encontram-se as chapadas sedimentares, já na transição para a região Centro-Oeste, destacando-se o Espigão Mestre, vasta extensão aplainada constituída por rochas antigas e intensamente trabalhadas pela erosão. Entre ele e a serra do Espinhaço encontra-se a Depressão Sanfranciscana, área de terras baixas cortada por um grande rio, o São Francisco. - Planalto Meridional: De estrutura sedimentar, ocupa todo o centro-oeste de São Paulo e o oeste de Minas Gerais. É formado por dois blocos: o planalto Arenito-basáltico e a Depressão Periférica.
- Planalto Arenito-basáltico: Apresenta alternância de rochas pouco resistentes, como o arenito (sedimentar), e outras muito duras, como o basalto (vulcânica), o que favorece o aparecimento das chamadas cuestas, acidentes do relevo que se mostram íngremes e abruptos em uma vertente e na direção oposta descem em suave declive. Essas cuestas são conhecidas popularmente pelo nome de serras, como por exemplo, a serra de Botucatu.
- Depressão Periférica: Zona de contato baixa e plana, que se assemelha a uma canoa, entre as serras e planaltos do Leste e Sudeste (de estrutura cristalina) e o planalto Arenito-basáltico (de estrutura sedimentar).
Clima
A região Sudeste apresenta os climas semiárido, tropical, tropical de altitude ou subtropical de altitude, subtropical, litorâneo úmido e temperado marítimo.
O clima tropical (Af, Am e Aw/As) predomina nas baixadas litorâneas de Espírito Santo e Rio de Janeiro, norte de Minas Gerais e oeste paulista. Apresenta temperaturas elevadas (temperatura média do mês mais quente e frio igual ou acima de 22 °C e 18 °C respectivamente) e duas estações definidas: uma chuvosa, que corresponde ao verão, e outra seca, que corresponde ao inverno. Exemplos de cidades com esse clima: Vitória, Rio de Janeiro e Presidente Prudente.
O clima tropical de altitude ou subtropical de altitude (Cfb e Cwb), ocorre nos trechos mais elevados do relevo, caracteriza-se por temperaturas mais amenas (temperatura média do mês mais quente e frio igual ou abaixo de 22 °C e 18 °C respectivamente). Exemplos de cidades com esses climas: Campos do Jordão, Poços de Caldas, Ouro Preto, Petrópolis, Nova Friburgo e Paranapiacaba.
O clima subtropical úmido (Cfa e Cwa), que encontra-se em quase todos os municípios da Grande São Paulo e no sul do estado de São Paulo, é marcado por chuvas bem distribuídas durante o ano e por uma grande amplitude térmica (temperatura média do mês mais quente igual ou acima de 22 °C e do mês mais frio igual ou abaixo de 18 °C). Exemplos de cidades com esse clima: Apiaí, Itapeva, Guapiara, Registro, Peruíbe, Itanhaém e São Paulo.
Há ainda, no norte de Minas Gerais, o clima semiárido (Bsh), como precipitações irregulares e clima mais quente (temperatura média do mês mais quente e frio igual ou acima de 22 °C e 18 °C respectivamente). Apresenta estação seca anual de cinco meses ou até mais. As regiões que apresentam esse clima são os vales do rio São Francisco e Jequitinhonha.
No Sudeste, como em qualquer região, as temperaturas sofrem a determinante influência da posição geográfica, ou seja, da latitude, do relevo, da altitude e também da maritimidade. Desta forma, as regiões do Vale do Jequitinhonha e do Vale do Rio Doce ambas no norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo, localizadas em áreas de baixas latitudes e altitudes modestas, têm clima mais quente. Já a serra do Mar apresenta a maior umidade da região, pois barra grande parte dos ventos, carregados de umidade, vindos do oceano Atlântico; causando abundante precipitação e nevoeiros ao longo do ano. A costa também é naturalmente mais úmida, por influência da maritimidade.
As menores temperaturas da região são registradas nos picos da serra da Mantiqueira, e Serra do Caparaó, localizados entre MG/SP, MG/RJ e MG/ES, que tem altitudes próximas de 3 000 m e consequentemente estão sujeitos a queda de neve nos raros dias chuvosos de inverno.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, vinculado à ONU (Organização das Nações Unidas), é muito provável que a região se torne um deserto por conta do desmatamento da Amazônia,[15] em função de receber ventos oriundos da região norte do Brasil e ser esta característica a única que a distingue do desertos do Atacama, e das áreas desertificadas da Namíbia e do Kalahari, que estão alinhados frontalmente, dentro das margens latitudinais, com os Estados do Sudeste e Sul do Brasil.[16]
Vegetação
A variedade de tipos de clima permite deduzir que primitivamente existiu uma rica variedade de tipos de vegetação, hoje em grande parte devastada, devido à expansão agrícola e urbanização.
A floresta tropical constitui a formação dominante, mas seu aspecto varia muito. Ela é rica e exuberante nas encostas voltadas para o oceano (Mata Atlântica), onde a umidade é maior, favorecendo o desenvolvimento de árvores mais altas, cipós, epífitas e inúmeras palmáceas; encontra-se quase totalmente devastada, exceto nas encostas mais íngremes. No interior do continente, essa floresta apresenta-se menos densa, por ocorrerem em áreas de clima mais seco em determinada na época do ano; atualmente ocorre somente em manchas esporádicas, pois foi severamente devastada.
Em algumas áreas do interior há a ocorrência de matas galerias ou ciliares, que se desenvolvem ao longo das margens dos rios, por conta da umidade gerada por estes. Nas áreas tipicamente tropicais do interior do Sudeste, onde predominam solos pobres em nutrientes, ganha destaque a formação conhecida como Cerrado, constituída de pequenas árvores, arbustos de galhos retorcidos e vegetação herbácea á rasteira. A região apresenta pequenos trechos cobertos de Caatinga no norte de Minas Gerais.
Por possuírem temperaturas mais amenas, as áreas serranas e de planalto do sul e leste de São Paulo, sul de Minas Gerais e áreas próximas com características semelhantes, são ocupadas por algumas espécies do que um dia foi uma rica Mata de Araucárias; que atualmente encontra-se severamente devastada. Em extensões, também reduzidas, do planalto aparecem trechos de formações campestres: os campos limpos, ao sul do estado de São Paulo, e os campos serranos, ao sul de Minas Gerais.
Ao longo do litoral, faz-se presente a vegetação típica das praias, conhecida por Restinga.
Hidrografia
Devido à suas características de relevo, predominam na região os rios de planalto, que naturalmente possuem muitas curvas (rios serpenteantes) e quedas-d'água em determinados pontos. Entre as várias bacias hidrográficas, merecem destaque:
- Bacia do Paraná — O rio principal é formado pela junção dos rios Paranaíba e Grande. Nessa bacia se localizam algumas das maiores hidrelétricas do país, tanto no rio Paraná (Urubupungá e Itaipu) como nos rios Paranaíba (Cachoeira Dourada e São Simão) e Grande (Furnas e Volta Grande).
- Bacia do São Francisco — O principal rio nasce em Minas Gerais, na serra da Canastra, atravessa a Bahia e alcança Pernambuco, Alagoas e Sergipe, no Nordeste. Recebendo alguns grandes afluentes e outros menores, que chegam inclusive secar .No seu alto curso, que vai da nascente a Pirapora (Minas Gerais), o São Francisco é acidentado e não navegável, oferecendo, por outro lado, alto potencial hidrelétrico. A Usina Hidrelétrica de Três Marias foi aí construída a fim de regularizar o curso do rio, fornecer energia elétrica e ampliar seu trecho navegável, através de comportas que fazem subir o nível das águas. Já no médio curso, que estende de Pirapora e Juazeiro (estado da Bahia), o rio é inteiramente navegável. O baixo curso do São Francisco localiza-se inteiramente na região Nordeste.
- Bacias do Leste — São um conjunto de bacias secundárias de diversos rios que descem das serras litorâneas para o Atlântico, merecendo destaque as bacias dos rios Pardo, Rio Doce e Jequitinhonha, em Minas Gerais, e Paraíba do Sul, em São Paulo e Rio de Janeiro.
- Bacias do Sudeste-Sul — A região Sudeste é drenada também por estas bacias, destacando-se a do rio Ribeira do Iguape, no estado de São Paulo.