Terapia comportamental dialética
tipo de psicoterapia / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Terapia Comportamental Dialética (TCD) é uma psicoterapia inicialmente desenvolvida, nos anos oitenta do século passado, especificamente para o tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline, sendo atualmente considerada uma intervenção clínica de primeira linha para esta perturbação[carece de fontes?]. Pela sua componente equilibrada entre tecnologias de aceitação e de mudança, encontra-se entre as primeiras psicoterapias de terceira geração. Mais recentemente, esta técnica tem sido clinicamente validada para outras perturbações, nomeadamente, dificuldades de adaptação em adolescentes, comportamentos aditivos, distúrbios do comportamento alimentar, TDAH, Depressão, comportamentos suicidas, etc[carece de fontes?].
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Agosto de 2018) |
O nome vem da proposta do Método dialético, que confronta duas ou mais teses (e/ou antíteses) competidoras e busca chegar a uma síntese. Em linhas gerais, a TCD segue essa proposta e busca conciliar e/ou resolver conflitos de forma sábia através de sua exposição direta, sem com isso deixar de priorizar a serenidade e qualidade de vida do paciente. A dialética está presente em diversos aspectos da terapia, nomeadamente o substrato teórico (biológico e social), a conceptualização das problemáticas (passividade ativa e eficácia aparente), estilo do terapeuta (desafiante e validante), nas estratégias e objectivos da intervenção psicológica (promoção da aceitação e da mudança), na ideia que o terapeuta não pode mudar ou aceitar o cliente sem se aceitar ou mudar a ele próprio, entre outros.
Proposta por Marsha M. Linehan, a TCD tem uma componente de psicoterapia individual, de treino de competências em grupo, de aconselhamento telefónico (coaching) e os terapeutas são permanentemente assessorados por um grupo de pares consultores (grupo de intervisão). Seu fundamento teórico que subjaz estratégias de mudança (regulação de emoções e efetividade nas relações interpessoais) vem basicamente do Behaviorismo com elementos do Cognitivismo. As estratégias de aceitação fundamentam-se parcialmente no Behaviorismo e também em princípios filosóficos das culturas orientais (atenção plena e tolerância ao estresse), nomeadamente da prática Zen (de que a autora desta terapia é praticante e mestre).
A terapia individual da TCD tende a ser diretiva e baseada no "aqui e no agora", e busca abordar em uma sessão semanal os problemas adaptativos que o cliente possa apresentar. A prioridade é dada à atenção a comportamentos suicidas e autodestrutivos, e depois a comportamentos que interfiram com a própria terapia. A seguir vêm assuntos ligados à qualidade de vida e à sua melhora. Na fase final da terapia, é dada atenção à intervenção no trauma psicológico e à promoção do auto-respeito. Para alguns clientes, é necessário encontrar um sentido mais profundo para a sua existência, pelo que para estes, a TCD contempla a abordagem de assuntos como viver uma vida com sentido e aspetos espirituais, particularmente o sentimento de pertença ao Universo. Pretende-se, com isto, promover uma capacidade sustentada de experimentar liberdade e contentamento.
Durante a terapia individual frequentemente discute-se como melhorar as perícias ou competências que compõem o modelo da TCD, superar os obstáculos ao seu desenvolvimento e incentivar a generalização da sua prática no quotidiano (recorrendo para tal, por exemplo, a cartões de registo diário). Acresce o treino de competências de gestão, que raramente são trabalhadas em grupo, como por exemplo, a Análise da Corrente, em que são identificados os eventos desencadeadores, eventos vulnerabilizadores e as consequências de comportamentos problemáticos e indexadas as competências comportamentais corretivas para os sanear.
A maioria da intervenção de treino de competências é feita em grupo e consiste geralmente em uma sessão semanal de duas horas a duas horas e meia, orientada ao desenvolvimento de perícias ou habilidades específicas, organizadas em quatro módulos:
- Perícias básicas de Atenção plena
- Perícias de Regulação Emocional
- Perícias de Tolerância ao estresse
- Perícias de Efetividade de Relações Interpessoais