Trabalho reprodutivo
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O trabalho reprodutivo ou trabalho da reprodução se refere tanto ao trabalho necessário para o sustento da vida e a sobrevivência humana na esfera doméstica quanto para a reprodução da raça humana realizado pela mulher. Esse trabalho envolve, por exemplo, a gravidez, o parto a lactância, cuidados alimentares, físicos e sanitários, a educação, o apoio afectivo e psicológico, a manutenção dos espaços e bens domésticos.[1][2][3][4]
Segundo Danièle Kergoat, existe uma divisão sexual do trabalho no modo de produção capitalista em que os homens assumem o trabalho produtivo e assalariado, dirigido a gerar bens e serviços, e as mulheres o trabalho reprodutivo doméstico e não remunerado, dirigido às atividades do cuidado e da reprodução da vida.[5] Tradicionalmente, o trabalho da reprodução não se reconhece nem económica nem socialmente.[6][7] As mudanças sociais no âmbito produtivo e reprodutivo obrigam a repensar a tradicional e desigual distribuição de cargas entre mulheres e homens bem como o reconhecimento social e económico do trabalho reprodutivo.[8]
O termo tem ganhado relevância na filosofia feminista e no discurso feminista como forma de chamar a atenção para a ligação rotineira entre mulheres e a esfera doméstica, onde o trabalho é reprodutivo e, portanto, não compensado e não reconhecido em um sistema capitalista. Os estudos sobre o trabalho mudaram em paralelo a entrada das mulheres no trabalho produtivo na década de 1970, proporcionando uma abordagem interseccionalista que reconhece que as mulheres têm feito parte da força de trabalho desde antes de sua incorporação na indústria caso o trabalho reprodutivo seja considerado.[9]