Unitário-universalismo
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O Unitário-Universalismo (ou UUismo) é uma religião liberal que surgiu nos EUA, na década de 1960, após a união de unitaristas e universalistas. Seus membros "buscam livre e responsavelmente a verdade e a compreensão".[1][2] Afirma-se que é uma religião liberal por não possuir caráter doutrinário, dogmático e tampouco um credo unificado.[3] Os unitários-universalistas buscam o crescimento espiritual em diversas fontes. Assim sendo, suas congregações podem incluir tanto teístas quanto agnósticos e ateístas. As raízes do Unitário-Universalismo são o cristianismo liberal, mais especificamente o unitarismo e o universalismo, que se desenvolveram na Europa no século XVI.[3] Destas tradições, vem o profundo respeito do UUismo pela liberdade intelectual e pela inclusividade. De caráter ecumênico, o UUismo busca inspiração nas principais religiões do mundo,[4] tais como o judaísmo, o Islã,[5] o cristianismo, o neopaganismo, o hinduísmo, o budismo, o taoismo, e muitas outras.[6] Embora haja a valorização de elementos religiosos, a crença – ou não – em qualquer tipo de ortodoxia trata-se de uma escolha pessoal, podendo ser seus membros fiéis de qualquer religião organizada ou mesmo ateístas, agnósticos, panteístas, deístas ou humanistas.
Unitário-Universalismo UUismo | |
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Logomarca incluindo o cálice em chamas, o mais amplamente usado símbolo do Unitário-Universalismo | |
Orientação | Ecumenismo Liberalismo Unitarismo Universalismo Deísmo Teísmo Ateísmo Agnosticismo |
Fundador | Membros da Associação Unitária Americana e Igreja Universalista da América via consolidação |
Origem | maio de 1961 |
Número de membros | 199.850 nos Estados Unidos |
Número de igrejas | 800,000 pelo mundo |
Países em que atua | Internacional; mas principalmente nas Américas |
As congregações unitário-universalistas enfatizam a liberdade individual, a compaixão, a diversidade, a busca livre pelo Sagrado, seja ela comunitária ou individual, e também o crescimento espiritual a partir da ação social e da educação. Ações de UUistas no campo social são reconhecidas em todo o mundo, como a luta pelo sufrágio feminino, contra o racismo, pelos direitos civis de negros e, mais recentemente, pelos direitos de pessoas LGBT. Ativistas como Susan B. Anthony, John Haynes Holmes (co-fundador da NAACP e da ACLU), James Reeb e Viola Liuzzo (ambos participantes do movimento de Selma assassinados por segregacionistas) pertenceram à igreja UU. Em junho de 1984, a UU se tornou a primeira grande igreja dos Estados Unidos a abençoar uniões de casais do mesmo sexo."[7] Os unitários-universalistas foram importantes na luta pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos. Em maio de 2004, após Massachusetts se tornar o primeiro estado onde este tipo de união foi reconhecida, a Igreja da Rua Arlington em Boston se tornou o local de realização do primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo da história dos EUA. Em dezembro de 2009, o prefeito de Washington, D.C., Adrian Fenty, sancionou a lei que legalizava o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Distrito de Colúmbia também dentro de uma igreja unitária-universalista. O Rev. William G. Sinkford, líder dos unitários-universalistas americanos de 2001 a 2009, é negro, fazendo dele o primeiro líder negro de uma igreja tradicionalmente branca, antes mesmo de Michael Curry, atual bispo-presidente da Igreja Episcopal dos Estados Unidos.[8]
A maior organização do UUismo, a Associação Unitária Universalista (Unitarian Universalist Association – UUA) foi formada em maio de 1961, a partir da união da Associação Unitária Americana (American Unitarian Association– UUA), fundada em 1825, com a Igreja Universalista da América, fundada em 1793.[9] Tem sede em Boston e representa a maioria das igrejas nos EUA, assim como trinta congregações das Filipinas. O Conselho Unitário Canadense (Canadian Unitarian – CUC) tornou-se um organismo independente da UUA em 2002.[10] O UUA e o CUC, por sua vez, são dois dos dezessete membros do Conselho Internacional de Unitários e Universalistas (International Council of Unitarians and Universalists – ICUU).[11] O Brasil é representado desde 2009 pela Associação Unitária Brasileira, sediada em Recife.[12] Um outro grupo, sediado em São Paulo, ainda não possui relação formal com a ICUU.[12]