Usuário:Dbastro/Rascunhos/História do cavalo do século XX
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A história do cavalo no século XX, esteve marcada por uma profunda mudança no relacionamento entre os seres humanos e os cavalos. Nos países desenvolvidos, o animal militar e utilitário de princípios desse século, sofreu uma profunda reorientação para actividades de espaçamento e para a competição desportiva.[1] Nessa época de grandes mudanças em múltiplos domínios dos princípios do século XX, Jean-Pierre Digard assinalou um grande mal na história das sociedades humanas; efectivamente, o estatuto utilitário do cavalo permanecia com mudanças relativamente menores desde a época da revolução neolítica e a domesticação do cavalo, e a nova modernidade mostrava um avaria brusca e notável em termos da forma e do ritmo de vida.[2][3][4][5][6][7][8][9]
Numas poucas décadas, no século XX impôs o final dos cavalos no transporte urbano, já insinuado para fins do século XIX, e a participação de ditos animais também se reduziu notavelmente no trabalho agrícola, mudando também assim a vida quotidiana do agricultor, já que no século XIX, agricultura, agricultor, e cavalo estavam muito fortemente unidos.[10] Igualmente, as Cavalarias militares reduziram-se em forma importante e redefiniram seus objectivos, passando da participação directa nas confrontações, a tarefas tácticas de vigilância e de ajuda em terrenos especialmente difíceis.[11]
A nova relação entre os humanos e os cavalos rapidamente reorientou-se para o desporto equestre[12] e as actividades recreativas, e também as actividades hípicas se desenvolveram com força, impulsionadas pela popularidade das apostas.[13][14]
Os desportos equestres iniciaram-se nos Jogos Olímpicos modernos no ano 1900 em Paris, ainda que a maioria das provas olímpicas actuais somente foram admitidas de maneira sistémica a partir dos jogos de Estocolmo do ano 1912.[15] A prática da equitação assim se hierarquizou, e se integrou entre as torcidas de massas, especialmente nos países desenvolvidos.[16] Desde então, o número de ginetes aumentou progressivamente de uma maneira importante, dominado por uma forte feminização. O excursionismo equestre, que ao início do século XX era desconsiderado e em algum sentido menosprezado, ao finalizar nesse século ficou muito valorizado.[17] Nesse século XX, o número de cavalos diminuiu com força em muitos países, dada a diminuição dos usos utilitários desses animais, mas paralelamente assistiu-se a um forte desenvolvimento da chamada equitação de espairecimento, junto ao aparecimento de cavalos para a recreação, especialmente orientados para essa actividade, e com um estatuto próximo do de um animal de companhia.[18]
Certos povos cavalistas, particularmente os que se integraram à URSS como os Iacutos e os Cossacos, perderam muitas ou algumas de suas tradições equestres ou as viram recuar quanto a sua prática e sua popularidade.[19][20][21][22] Em outros casos como por exemplo os mongoles, as conservaram bastante bem durante todo o século XX.[23][24]
A sensibilidade quanto ao relacionamento com os cavalos cresceu e afirmou-se por muitos lugares, e a hipofagia foi objecto de uma rejeição a cada vez mais forte nos países ocidentais.[25][26][27][28] Por outra parte, a moda da equitação etiológica afirmou-se a cada vez mais, entre outras coisas pela influência que têm tido verdadeiros filmes de sucesso, como por exemplo, O Encantador de Cavalos (ano 1998).[29][30] A produção artística não tem esquecido ao cavalo, nem nos filmes de western nem na literatura, e como prova disso, por exemplo basta recordar as novelas da série O corcel negro (do escritor Walter Farley).[31][32]
A equitação tem gerado um emponderamento importante no desenvolvimento económico e social de certos países, principalmente associado com a geração de emprego directa ou indirectamente relacionado com a prática deste desporto, bem como com as contribuições económicas da indústria equina em geral; corresponde citar o estudo elaborado pela Real Federação Hípica Espanhola no ano 2013, no qual se estabelece que em Espanha, mais de 60 000 postos de trabalho directos dependem do sector equestre, e mais de 1900 milhões de euros são gerados pelos diferentes sectores que trabalham no mundo equino, incluindo a capacitação e prática dos ginetes, o cuidado dos próprios cavalos, as apostas hípicas e todo o meio das corridas de cavalos, a veterinária, a alimentação animal, o turismo, etc.[33][34]