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A Lua Me Disse

telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo Da Wikipédia, a enciclopédia livre

A Lua Me Disse
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A Lua Me Disse é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela TV Globo de 18 de abril a 30 de setembro de 2005, em 143 capítulos.[1] Substituiu Começar de Novo e foi substituída por Bang Bang, sendo a 68ª "novela das sete" exibida pela emissora.

Factos rápidos Informações gerais, Produção ...

Escrita por Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, com a colaboração de Antonia Pellegrino, foi dirigida por Leandro Neri e André Felipe Binder. A direção geral foi de Rogério Gomes e Roberto Talma, com direção de núcleo de Roberto Talma.[1]

Contou com Adriana Esteves, Wagner Moura, Marcos Pasquim, Zezé Polessa, Arlete Salles, Aracy Balabanian, Débora Bloch e Natália Lage no elenco principal.

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Enredo

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Nascida e criada no fictício Beco da Baiúca, Heloísa (Adriana Esteves) trabalha há alguns anos como babá para a milionária Maria Regina (Maitê Proença), com quem desenvolveu uma relação de amizade e confiança. Paralelamente, ela vive um romance com Ricardo (Frank Borges), filho da poderosa Ester Bogari (Zezé Polessa), que desaprova a união por Heloísa ser pobre. Após descobrir a gravidez da moça, Ricardo enfrenta a mãe, sofre um grave acidente e morre. Ester culpa Heloísa pela morte do filho e inicia uma batalha judicial pela guarda do neto, Artur (Guilherme Vieira).

Dez anos se passam. Heloísa cria Artur sozinha e prospera ao tornar-se administradora da rede de lojas populares “Frango com Tudo Dentro”. Agora ela se ver dividida entre Tadeu (Marcos Pasquim) — um homem misterioso e recém chegado ao Beco da Baiúca — e Gustavo (Wagner Moura), o filho mais velho e renegado de Ester, apaixonado por ela desde a juventude. Enquanto isso, Ester, incapaz de esquecer sua rivalidade com a nora, continua tentando afastar Artur da mãe através de manipulações e provocações veladas. Ao decorrer da trama, Tadeu cria uma obsessão doentia por Heloísa e acaba se aliando com Ester para tentar separá-la de Gustavo.

A vida de Heloísa sofre uma reviravolta quando Maria Regina morre e a nomeia tutora de sua filha adolescente, Branca (Monique Alfradique). Agora responsável legal pela menina, Heloísa passa a representá-la no Banco Benate Bogari, cuja coproprietária é, ironicamente, a própria Ester. A decisão de Maria Regina tinha um objetivo claro: impedir que Branca fosse entregue à avó ambiciosa, Leontina (Aracy Balabanian), e aos tios interesseiros, Madô (Débora Bloch) e Armando (Giuseppe Oristanio), que fariam de tudo para dilapidar o patrimônio antes da maioridade da herdeira.

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Elenco

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Participações especiais

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Produção

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As primeiras gravações ocorreram em Innsbruck, na Áustria.

Desde o fim de Salsa e Merengue (1996), Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa tentavam emplacar outra telenovela juntos, porém suas sinopses sempre eram recusadas, uma vez que ambos escreviam o seriado Sai de Baixo entre 1996 e 2002 – o qual Miguel também protagonizava – e a emissora acreditava que dois projetos simultâneos iria desgasta-los.[4] Em 1998, a telenovela Escândalo chegou a ser anunciada e teve José Wilker, Maitê Proença, Marília Pêra e Rosi Campos escalados para a história que iria expor os bastidores das revistas de celebridade, porém foi cancelada após Sai de Baixo ser renovado.[5]

Apenas em maio de 2004, Miguel e Maria Carmem tiveram a sinopse de A Lua Me Disse aprovada e programada para substituir Começar de Novo.[4] Apesar da história começar na Suíça, as primeiras gravações foram realizadas em Innsbruck, na Áustria, uma vez que o destino era mais barato, viajando para o local Maitê Proença, Débora Bloch, Aracy Balabanian e Monique Alfradique viajaram para a cidade de para gravar as primeiras cenas da novela referentes a seus personagens.[6]

Escolha do elenco

A direção teve dificuldades para fechar o trio de protagonistas – Heloísa, Gustavo e Tadeu – sendo convidados diversos atores como Cristiana Oliveira, Carolina Ferraz, Vladimir Brichta, Thiago Lacerda, Murilo Benício, entre outros que já estavam escalados para outras telenovelas.[7] Decidiu-se então promover o novato Wagner Moura a protagonista e escalar a dupla Adriana Esteves e Marcos Pasquim, que já tinha repercutido positivamente em Kubanacan.[7][8] Zezé Polessa interpretaria Ademilde, porém foi remanejada para a antagonista Ester e o papal anterior passou para Arlete Salles.[9] Ângelo Paes Leme interpretaria Adonias, porém foi substituído por Paulo Vilhena.[10] Monique Alfradique fez testes com outras 60 atrizes iniciantes para conseguir o posto da coprotagonista Branca.[11]

Foi a estreia de Wagner Moura em telenovelas e também sua penúltima antes de voltar a dedicar-se apenas ao cinema e seriados, reiterando que não havia se enquadrado ao formato.[12]

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Exibição

Outras mídias

Nunca reprisada, foi disponibilizada na íntegra pelo Globoplay em 31 de julho de 2023, como parte do Projeto Resgate.[13]

Controvérsias

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Acusações de racismo

Antes da estreia, Miguel Falabella declarou que a novela abordaria o racismo no Brasil através das personagens de Zezeh Barbosa e Mary Sheyla, que originalmente ficariam ricas e seriam hostilizadas na alta sociedade.[14] Porém os planos mudaram e as duas personagens foram retratadas como mulheres negras que tinham vergonha da cor de sua pele e de seus nomes, mudando-os para Latoya e Whitney.[15] Parte do público viu as personagens como um recorte de pessoas reais que tem preconceito com a própria cor, porém a maioria achou a abordagem inadequada pelas duas sempre proferirem frases consideradas racistas contra outros negros de forma cômica em um horário que crianças poderiam ver, entender como piada e reproduzir.[15] Apesar disso os autores fizeram a personagem Latoya terminar a trama trabalhando em um circo vestida de macaca, o que também gerou revolta.[16]

Outro ponto problemático foi a empregada Índia, interpretada pela atriz indígena Bumba, que constantemente era alvo das humilhações das personagens de Stella Miranda e Bia Nunnes, sendo tratada como "selvagem" e "burra" por sua origem.[17] Em julho de 2005 o Congresso Nacional do Brasil e a Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural fizeram uma nota de repúdio ao racismo retratado pela novela.[18] Diversas denúncias foram registradas e Ministério Público Federal interveio na novela, vetando que cenas de humilhação contra negros ou indígenas sob alegação de que eram "constrangedoras ou degradantes" e classificando a abordagem como racismo.[19]

Acusações de transfobia e homofobia

Outro tema que incomodou o público foi a personagem Dona Roma, de Miguel Magno, considerada caricata e que reforçava estereótipos das travestis e transexuais, além do fato de ser interpretada por um homem em vez de uma atriz do gênero, refutando a representatividade.[20] Além disso, as diversas ofensas trocadas pelos homens da novela se chamando de "bicha" e "baitola" foram consideradas inadmissíveis e que reforçavam a homofobia, fazendo a ONG Grupo Gay da Bahia processar os autores.[21]

Advertência no Globoplay

Assim que a novela foi disponibilizada na plataforma de streaming do Grupo Globo, foi disponibilizada uma cartela diferente das utilizadas em outros títulos antes do capítulo selecionado, alegando que "Essa obra pode conter representações negativas e estereótipos da época em que foi realizada. A obra é exibida na íntegra porque acreditamos que essas cenas podem contribuir para o debate sobre um futuro mais diverso e inclusivo".[22] Com o anúncio de que a trama seria a próxima na lista de títulos a serem resgatados para entrar no serviço, alguns telespectadores relembraram as polêmicas que foram ao ar em sua exibição, fato este que logo foi confirmado pelo autor Miguel Falabella, que relembrou o fato de seus títulos sofrerem rejeição do público. A atriz Zezeh Barbosa, que integrou o elenco da trama, reconheceu a problemática da novela, mas lembrou que o autor não era racista e que o próprio havia sido mal compreendido quando trouxe as temáticas para o público.[23][24] A utilização da cartela de avisos sobre as obras retratarem os costumes da época começou a ser adotada a partir da exibição de Da Cor do Pecado (2004) no canal por assinatura Viva, que logo se expandiu na programação toda e no Globoplay. A trama citada, inclusive, tinha uma polêmica por conta do título ser baseado numa expressão racista.[25][26] A postura também acaba se diferenciando do tratamento adotado com Malhação 1998, em que uma cena de blackface acabou sendo eliminada na edição tanto no Viva, como nos Canais Globo, além da utilização de uma nova cartela, alertando que "eventualmente, algum trecho pode ser excluído desde que não gere prejuízo para a compreensão da narrativa".[27]

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Música

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Nacional

Factos rápidos Trilha sonora de Vários intérpretes, Lançamento ...

A trilha sonora nacional de A Lua Me Disse trouxe na capa Adriana Esteves caracterizada como Heloísa.[28]

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Internacional

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A trilha sonora internacional de A Lua Me Disse não teve lançamento físico, sendo liberado apenas para escutar no site oficial da novela e trazendo na capa Wagner Moura e Adriana Esteves caracterizados como Gustavo e Heloísa.[29]

Lista de faixas
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Repercussão

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Críticas

A novela foi bem recebida pela crítica especializada. Para Daniela Ortega e James Cimino da Folha de S.Paulo a novela é "divertida, e tem tudo para cair no gosto do público", elogiando ainda o bom empenho de Patrícia Travassos como a Milionária Geórgia. A personagem Madô de Deborah Bloch também foi elogiada pelos jornalistas, que destacaram ainda o núcleo da família de Ademilde (Arlete Salles) e o romance entre Heloísa e Gustavo, personagens de Adriana Esteves e Wagner Moura: "a química do casal provoca torcida para que o romance dê certo".[30]

Para Bia Abramo, também da Folha de S.Paulo, "vez por outra, uma novela consegue criar e ainda cair no gosto do público. Sem fazer concessões estrambóticas, sem humilhar a inteligência do público". Afirmando ainda que "o espectador, ao mesmo tempo em que pode usufruir do prazer do previsível, é também surpreendido e até afrontado[...]passa por um equilíbrio muito delicado entre o humor e o escracho -há graça, há piada e há um sentido do dramático como há tempos não se via em novelas".[31]

Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, também fez criticas positivas à novela, afirmando que "a sua maior qualidade foi a trama redonda, bem costurada, e o texto caprichado".[32]

O jornalista Alê Cavalcante, do site O Canal, escreveu que "a novela de Miguel Falabella tinha uma trama simples, mas eficiente, e ainda acertou ao fazer com maestria uma transição entre mocinho e vilão, quando o personagem de Marcos Pasquim se revelou um bandido depois de meses como namorado romântico da mocinha". Também elogiou o bom empenho de Wagner Moura afirmando que "ter Wagner Moura no elenco, por si só, já devia ser motivo suficiente para que A Lua Me Disse ganhasse uma segunda exibição".[33]

Audiência

Herdando a baixa audiência de Começar de Novo, a trama estreou com 32 pontos, o segundo pior resultado de uma "novela das sete" até então, atrás apenas de Desejos de Mulher – que enfrentou um apagão em seu primeiro capítulo.[34] Enfrentando a reta final de A Escrava Isaura, da RecordTV, a audiência de A Lua Me Disse foi caindo gradativamente e, em 29 de abril, marcou apenas 25 pontos, ficando à apenas 6 pontos de distância da concorrente na média geral e em segundo lugar por alguns minutos.[35] Após o fim da telenovela concorrente, A Lua Me Disse conseguiu se estabilizar entre 29 e 33 pontos, porém se tornou a menos assistida da emissora, atrás da "novela das seis" Alma Gêmea e da décima segunda temporada de Malhação.[36][37] Seu último capítulo teve média de 40 pontos, com picos de 44, sete a mais que a antecessora.[38] A Lua Me Disse teve média geral de 33 pontos, a quarta pior média da história das "novelas da sete" até então.[39]

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Referências

  1. Memória Globo. «A Lua Me Disse». Consultado em 10 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2019
  2. «A Lua me Disse». Teledramaturgia. Consultado em 21 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 21 de fevereiro de 2016
  3. «Globo vai 'descongelar' Miguel Falabella». Folha de S.Paulo. 1 de maio de 2004. Consultado em 23 de abril de 2020. Cópia arquivada em 29 de julho de 2023
  4. «Em 1998, Globo barrou Escândalo de Miguel Falabella às 19h». TV História. Consultado em 23 de abril de 2020
  5. «Globo grava "A Lua Me Disse" na Áustria». Terra. 14 de março de 2005. Consultado em 4 de julho de 2016
  6. «Wagner Moura deixa cinema de lado para fazer galã em novela». Folha Ilustrada. 24 de janeiro de 2005. Consultado em 24 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 15 de janeiro de 2021
  7. «Lançamentos de julho no Globoplay». Globo Imprensa. 30 de junho de 2023. Consultado em 30 de junho de 2023. Cópia arquivada em 30 de junho de 2023
  8. «Após gays, índios boicotam novela de Miguel Falabella». Folha de S.Paulo. 13 de julho de 2005. Consultado em 24 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 17 de janeiro de 2021
  9. «Procuradora veta ofensa a índia na novela "A Lua me Disse"». Folha de S.Paulo. 30 de agosto de 2005. Consultado em 4 de julho de 2016. Cópia arquivada em 21 de setembro de 2016
  10. «Grupo Gay da Bahia deve processar Miguel Falabella». UOL. 7 de julho de 2005. Consultado em 24 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 29 de julho de 2023
  11. Lima, Paulo (3 de fevereiro de 2004). «Da cor do preconceito». Observatório da Imprensa. Consultado em 31 de julho de 2023. Cópia arquivada em 31 de julho de 2023
  12. «A Lua Me Disse». Teledramaturgia. Consultado em 23 de abril de 2020. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2020
  13. «A Lua Me Disse Internacional». Spotify. Consultado em 23 de abril de 2020
  14. «A Lua Me disse». Seção Bastidores. Consultado em 10 de agosto de 2021. Cópia arquivada em 21 de fevereiro de 2016
  15. «A Lua Me Disse estreia com 32 pontos». Área Vip. 20 de abril de 2005. Consultado em 31 de março de 2015. Arquivado do original em 2 de abril de 2015
  16. «Último capítulo de A Escrava Isaura rende pico de 23 pontos para a Record». Area Vip. 29 de abril de 2005. Consultado em 2 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 1 de julho de 2016
  17. «Fim de A Lua Me Disse rende média de 40 pontos». Terra. 30 de setembro de 2005. Consultado em 31 de março de 2015. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015
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