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Alelo
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Alelos (do grego ἀλλήλων, allélōn, "uns dos outros" ou "mutuamente"; forma reduzida de alelomorfos) são variantes de um mesmo gene que ocupam o mesmo lócus (posição) em cromossomos homólogos.[1] Cada alelo codifica uma forma possível de uma característica herdada, podendo influenciar de modos distintos o fenótipo de um organismo.

A maioria dos alelos conhecidos resulta em pouca ou nenhuma alteração na função ou na quantidade do produto gênico que codificam ou regulam. Em alguns casos, porém, alelos diferentes podem levar a traços fenotípicos observáveis distintos, como variações de pigmentação.
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Etimologia
A palavra "alelo" é uma forma reduzida de "alelomorfo" ("outra forma"), termo cunhado pelos geneticistas britânicos William Bateson e Edith Rebecca Saunders no início do século XX para designar variantes de um gene responsáveis pelas diferenças observadas entre fenótipos. O termo deriva do prefixo grego ἀλληλο- (alleló), que significa "mútuo", "recíproco" ou "uns aos outros", relacionado ao adjetivo ἄλλος (állos), "outro", cognato do latim alius.[2]
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Exemplos
Por exemplo, o gene A que determina a presença de chifres em bovinos. Esse gene possui dois alelos: A e a. O alelo a determina a ausência de chifres (nos machos) e o alelo A determina a presença de chifres. Essa característica apresenta Dominância Completa, ou seja, mesmo que no lócus exista um alelo A e outro a (Aa), o animal apresentará a característica manifestada pelo alelo dominante, que seria o mesmo fenótipo do homozigoto dominante (AA). Em geral, a maioria das características observadas na natureza são controladas por vários genes e cada um com numerosos alelos.
| 2 alelos (A - a) | Fenótipo | Genótipo |
| Com chifre | A A | |
| Com chifre | A a | |
| Sem chifre | a a |
- Outros exemplos:
- Cor das ervilhas nos experimentos de Mendel - Caso de dominância completa: AA ou Aa, fenótipo amarelo; aa, fenótipo verde.
- Cor da flor maravilha (Mirabilis jalapa) - Caso de dominância incompleta: BB, fenótipo branco; BV, fenótipo rósea (intermediário); VV, fenótipo vermelho.
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Tipos
Resumir
Perspectiva
A maioria dos organismos são diploides - isto é, apresentam pares de cromossomos homólogos nas suas células, contendo, assim, duas cópias do mesmo gene (ou dois alelos do mesmo gene). Um organismo em que estas duas cópias do genes são idênticas - isto é, têm o mesmo alelo - é um organismo homozigótico, no que diz respeito àquele gene (representado por "AA" ou "aa"). Um organismo em que o mesmo gene é representado por alelos diferentes, é um organismo heterozigótico. Muitas vezes, um dos alelos é "dominante" e o(s) outro(s) "recessivos" - o alelo "dominante" determina qual a modalidade de uma característica a expressar-se. Por exemplo, no caso da cor das pétalas de uma flor, se o alelo vermelho for dominante em relação ao branco, numa planta heterozigótica (com um alelo vermelho e outro branco), as pétalas serão vermelhas. O alelo recessivo expressar-se-á apenas nas plantas homozigóticas recessivas (com dois alelos para a cor branca).
Contudo, existem exceções na forma como um heterozigoto se expressa no fenótipo. Uma exceção é o da dominância incompleta quando os alelos "misturam" os seus traços genéticos no fenótipo e com isso, apresentam um fenótipo intermediário. Um exemplo deste fenômeno pode ser observado quando se cruzam as flores Mirabilis jalapa, como mencionado anteriormente. Flores com alelo "V" para a cor vermelha e o alelo "B" para a cor branca, da qual resultam flores cor-de-rosa no caso de a planta ser heterozigótica; isso ocorre devido a uma interação entre esses alelos, resultando na mistura entre as duas cores, gerando um fenótipo intermediário, neste caso: flores cor-de-rosa.
Outra exceção é o da codominância onde os alelos expressam simultaneamente seus fenótipos. Por exemplo, através de pétalas brancas e vermelhas na mesma flor ou dois tipos de flor diferentes na mesma planta. A codominância acontece também no caso dos tipos sanguíneos. Uma pessoa com um alelo para o tipo sanguíneo A e outro para o tipo sanguíneo B, resulta no tipo sanguíneo AB.
Um alelo selvagem é aquele que é considerado "normal" para o organismo em questão, opondo-se aos alelos mutantes que se referem a modificações genéticas relativamente recentes para a espécie.
Alelos múltiplos ou Polialelos
Quando um determinado caráter é condicionado por três ou mais genes alelos. Embora na polialelia possam existir três ou mais genes alelos expressando um caráter. Em um indivíduo apenas dois deles existirão (genes alelos provenientes do pai e da mãe). A partir dessas variações alélicas formam-se novas combinações genotípicas e fenotípicas. A formação desses novos alelos é consequência de mutações que ocorreram no gene ao longo do tempo.

Exemplos
- Cor da pelagem nos coelhos:
| 4 alelos (C > Cch > Ch > c) | Fenótipo | Genótipo | |||
| Ex. pelagem em coelhos | Aguti | C C | C Cch | C Ch | C c |
| Chinchila | Cch Cch | Cch Ch | Cch c | ||
| Himalaio | Ch Ch | Ch c | |||
| Albino | c c |
- Sistema Sanguíneo ABO:
| 3 alelos (IA = IB > i) | Fenótipo | Genótipo | |
| Ex. tipo sanguíneo | A | IA IA | IA i |
| B | IB IB | IB i | |
| codominante | AB | IA IB | |
| O | i i |
Alelos Letais
Os alelos letais são genes que levam seu portador à morte prematuramente, são conhecidos por genes letais completos. Em um cruzamento de heterozigotos não resultará em uma proporção clássica mendeliana 3:1, pois o genótipo letal não entra na contagem. Assim, o resultado de um cruzamento apresentará a proporção 2:1.
Os genes letais podem ser dominantes ou recessivos e normalmente, agem apenas em homozigose. Por exemplo, a acondroplasia nos humanos.[3][4]
Exemplo de genótipos para gene letal dominante:
| 2 alelos (A - a) | Genótipo - Fenótipo |
| A A - Letal | |
| A a - Fenótipo 1 | |
| a a - Fenótipo 2 |
Existem também os genes semi letais que desencadeiam a morte depois da fase reprodutiva, como por exemplo, a Doença de Huntington.
Efeito Alélico
É o impacto relativo da cópia de um alelo em um fenótipo, que varia em relação ao tipo de efeito (adição ou subtração) e ao tamanho desse efeito (pequeno ou grande). Geralmente, o efeito alélico vai ser interpretado através de gráficos de regressão linear, onde no eixo X teremos os genótipos possíveis (AA, AB e BB), e no eixo Y teremos o espectro fenotípico.[5] A regressão linear é o processo de traçar uma linha de tendência através dos dados em um diagrama de dispersão, permitindo a correlação de variáveis que não possuem uma conversão direta entre si.[6]
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Referências
- Griffiths, A. J. F. (2016). Introdução à genética 11th ed. [S.l.]: Editora Guanabara Koogan Ltda. ISBN 978-85-277-2995-6
- Bateson, W., Saunders, E. R. (1902). «The facts of heredity in the light of Mendel's discovery». Harrison and Sons London. Reports to the Evolution Committee of the Royal Society. 1: 125–160
- «Alelos letais». Só Biologia. Consultado em 11 de novembro de 2018
- «Alelos letais - Mundo Educação». Mundo Educação. Consultado em 11 de novembro de 2018
- Bouwman, Aniek C.; Hayes, Ben J.; Calus, Mario P. L. (dezembro de 2017). «Estimated allele substitution effects underlying genomic evaluation models depend on the scaling of allele counts». Genetics Selection Evolution (em inglês) (1). 79 páginas. ISSN 1297-9686. PMC 5662034
. PMID 29084514. doi:10.1186/s12711-017-0355-9. Consultado em 6 de agosto de 2022 - «Sobre a regressão linear». www.ibm.com. Consultado em 6 de agosto de 2022
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