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Aljustrel
município de Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Aljustrel é um vila portuguesa sede do Município de Aljustrel pertencente ao Distrito de Beja, na região do Sul de Portugal.
O Município de Aljustrel tem 458,47 km² de área[1] e 8 874 habitantes (2021),[2][3] e está subdividido em 4 freguesias.[4] O município é limitado a norte pelo município de Ferreira do Alentejo, a leste por Beja, a sul por Castro Verde, a sudoeste por Ourique e a oeste por Santiago do Cacém.
A vila de Aljustrel tem cerca de 4 600 habitantes,[5] e está situada na freguesia de Aljustrel e Rio de Moinhos.
Aljustrel é bastante conhecida, nacional e internacionalmente, pelas suas Minas, Património Industrial Mineiro e Geológico, onde é também conhecida pelo seu Santuário da Nossa Senhora do Castelo.
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Freguesias
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O Município de Aljustrel está dividido em 4 freguesias:
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Caracterização
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Perspectiva
Geologia

A geologia de Aljustrel é caracterizada por um soco paleozóico da Zona Sul Portuguesa, representado pela Formação de Mértola, com cerca de 340 a 330 milhões de anos, e por um complexo Vulcano-Sedimentar da Faixa Piritosa Ibérica, com cerca de 352 a 330 milhões de anos.
As rochas do soco evidenciam uma orientação noroeste-sudeste, e apresentam um forte controlo estrutural manifestado por cavalgamentos vergentes para sudoeste e por falhas tectónicas de orientação norte-sul e nordeste-sudoeste. Estes sistemas são representados, respetivamente, pelos desligamentos subverticais de movimentação direita de Azinhal, Feitais, Represa e Castelo, e pela falha da Messejana, de componente normal esquerda. A noroeste da falha da Messejana, o soco Paleozóico encontra-se coberto por sedimentos da Bacia Terciária do Sado, representados por areias, argilas, conglomerados e carbonatos.[6]
Clima
A localização do município de Aljustrel na região alentejana e a fraca influência atlântica acentuam uma situação contrastante típica desta região, com baixa pluviosidade (564 mm é a pluviosidade média anual), elevadas amplitudes térmicas (16.4 °C é a temperatura média), invernos frescos e verões quentes. Da diferenciação entre a estação seca e estação húmida, ressalta o domínio do clima mediterrânico.[7]
A temperatura média mensal varia entre 28 °C e os 30 °C no verão. No inverno, as temperaturas são relativamente baixas, sendo que a temperatura média anual situa-se entre os 15 °C e os 16 °C.
As temperaturas médias do ar são máximas em julho e agosto, com valores médios que variam entre os 19 °C e os 24 °C na zona de Beja, e mínimas em janeiro, variando entre 9 °C e 12 °C.
O número médio de dias no ano com temperatura máxima superior a 25 °C é de aproximadamente 100, não ocorrendo aquelas temperaturas nos meses de dezembro e janeiro. Os maiores valores são atingidos nos meses de julho e agosto. Assim, é relativamente elevado o número médio de dias nos meses de verão com temperaturas máximas superiores a 25 °C.[8]
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História
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Perspectiva
No território que hoje é o município de Aljustrel, está documentada a passagem de grupos de caçadores-recoletores do Paleolítico. Contudo, os primeiros registos arqueológicos de início de povoamento remontam a finais do 3º milénio a.C., e situam-se no morro de Nossa Senhora do Castelo, uma comunidade que já se dedicava à extração e metalurgia do cobre. E foi este minério e a riqueza dos seus solos agrícolas que fizeram com que, a partir daí, a ocupação do território se tenha processado de forma ininterrupta, tendo-se recolhido vestígios de todos os períodos pré-históricos.

Com a chegada dos romanos em finais do século I a.C., a exploração mineira sofreu um grande impulso, com uma exploração bastante intensiva. Deste período, recolheram-se inúmeros vestígios dessa atividade, para além de outros da vida quotidiana das populações. Foram também encontrados dois textos jurídicos gravados em bronze e que representam os mais antigos textos legislativos conhecidos no nosso país. Embora incompletos, foram exaustivamente estudados por investigadores nacionais e estrangeiros, bem como os restos de uma oficina metalúrgica onde se processava o tratamento do minério, e também ruínas de habitações da povoação que se denominava Vipasca.
Após o declínio e queda do Império Romano, outros povos por aqui terão passado, embora sem deixar a sua marca, uma vez que aqui não se fixaram. No século IX, com o domínio muçulmano da Península Ibérica, começaram aqui a fixar-se comunidades mouras, vindas principalmente do norte de África, e o lugar passou a denominar-se Albasturil. Construíram um castelo de taipa no século XI, que se manteve funcional até à reconquista cristã, em 1234. A praça foi conquistada pelos cavaleiros da Ordem Militar de Santiago da Espada, a quem o rei D. Sancho II fez a doação dos territórios conquistados, com exceção dos rendimentos das minas e das termas de S. João do Deserto.
A partir de 1252, o concelho de Aljustrel assume forma jurídica com a atribuição de Carta de Foral, outorgada pela Ordem de Santiago e confirmada pelo rei D. Afonso III, sendo referida nos textos como Aliustre.
Em setembro de 1510, recebe nova Carta de Foral atribuída por D. Manuel I e que foi escrita por Fernão de Pina, guarda-mor da Torre do Tombo. Só em 28 de setembro de 1516 é que foi publicado, em Aljustrel, por Álvaro Fragoso, cavaleiro da Casa de El-Rei, na presença do comendador da vila, Martim Vaz Mascarenhas, e demais autoridades do concelho[9].
Em 1836, o concelho de Aljustrel vê aumentada a sua área, com a inclusão da freguesia de Ervidel, e em 1855 sofre nova alteração, com a anexação de parte do extinto concelho de Messejana. Mais tarde, em 1871, acaba também por ser extinto o concelho de Aljustrel, embora por um curto período de três anos. Em 1910, Aljustrel adere de imediato à República, tendo sido o Dr. Manuel de Brito Camacho (médico, jornalista, político, deputado e ministro) um membro ilustre de Aljustrel. Este foi um dos principais líderes do movimento republicano.[10]
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Personalidades ilustres
- Luís Amaro (1923–2018) — Poeta e investigador literário[11]
- Manuel de Brito Camacho (1862 — 1934) — Jornalista e político, Ministro do Fomento durante o governo republicano provisório, em 1910.[12]
- Maria Nobre Franco (1938–2015) — Galerista e coleccionadora de arte[13]
- António Aboim Inglês (1869–1941) — Professor e engenheiro, ministro da agricultura durante a Primeira República.[14]
- Mariano Martins (1880–1943) Comandante na Marinha Portuguesa, participou na Revolução de 5 de Outubro de 1910, foi deputado, Ministro das Colónias e Agricultura e Governador-Geral da Índia[15]
- António Lobo de Almada Negreiros (1868–1939) — Jornalista e administrador colonial, pai do artista Almada Negreiros.[16][17]
- Francisco Colaço do Rosário (1935–2008) — Engenheiro e enólogo, um dos maiores promotores dos vinhos alentejanos[18]
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Gastronomia

A gastronomia regional alentejana é extremamente rica e variada. Condicionada pela escassez de meios, os alentejanos tiveram de ser criativos: a base da gastronomia sul-alentejana são o pão, a água e os temperos.
A diferença está: no bom pão alentejano, com fermento da massa e cozido em forno de lenha; nos condimentos e ervas aromáticas, dos quais se destacam a hortelã da ribeira, os orégãos, os coentros, a hortelã e a salsa; na qualidade dos ingredientes; e, sobretudo, na velha arte da confecção que passa de geração em geração. Estes fatores completam um todo que produz resultados conhecidos: os gaspachos, as migas, as açordas, os cozidos de grão e de feijão, e as sopas e ensopados são alguns dos pratos mais característicos da cozinha tradicional de Aljustrel.[19]
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Património

Aljustrel
- Castelo de Aljustrel e Santuário de Nossa Senhora do Castelo
- Capela da Misericórdia de Aljustrel
- Casa de Dr. Manuel Brito Camacho (Aljustrel)
- Sítio arqueológico do Cerro da Mangancha
- Edifício dos Correios de Aljustrel
- Estádio Municipal de Aljustrel
- Igreja de Nossa Senhora das Dores (Aljustrel)
- Hospital de Aljustrel
- Igreja Paroquial de Aljustrel
- Mercado Municipal de Aljustrel
- Minas de Aljustrel
- Moinho de Vento (Moinho do Maralhas, Aljustrel)
- Necrópole do Monte do Farrobo
- Parque da Vila-Jardim 25 de Abril (Aljustrel)
- Pavilhão Municipal dos Desportos Armindo Peneque
- Pelourinho de Aljustrel
- Piscina Olímpica de Aljustrel (Ar Livre)
- Termas de São João do Deserto
Ervidel
Messejana
- Casa dos Morgados Moreiras
- Casa na Rua da Igreja n.º 4
- Castelo de Messejana
- Chafariz de Alonso Gomes
- Convento de Nossa Senhora da Piedade de Messejana
- Ermida de Nossa Senhora da Assunção
- Horta do Anjinho
- Igreja da Misericórdia de Messejana
- Igreja Matriz de Messejana
- Museu Etnográfico de Messejana
- Pelourinho de Messejana
- Ponte da Horta do Cabo
- Torre do Relógio de Messejana
São João de Negrilhos
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Política
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Perspectiva
Eleições autárquicas [20]
Eleições legislativas
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Evolução da População do Município
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Perspectiva
Por decreto de 18/04/1871, foi desanexada deste concelho a freguesia de Alvalade, tendo passado para o concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal.
- Número de habitantes que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.
- De 1900 a 1950, os dados referem-se à população presente no município à data em que eles se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.
Cultura
- Museu Municipal de Aljustrel
- Museu da Mina de Aljustrel, transformado em núcleo museológico em finais da década de 1990
- Central Compressor de Algares
- Núcleo Rural de Ervidel (Museu Rural de Ervidel)
- Núcleo do Moinho de Vento (Moinho do Maralhas, Aljustrel)
- Biblioteca Municipal de Aljustrel
- Cementação das Pedras Brancas
- Teleiras das Pedras Brancas
- Malacate Poço de Viana
- Malacate de São João do Deserto
- Malacate Vipasca
- Chaminé Transtagana
- Casa do Procurador
- Barragem do Roxo
- Parque Mineiro de Aljustrel (Brevemente Aberto ao Público)
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Desporto
O Sport Clube Mineiro Aljustrelense é o clube da vila. Dentro deste clube, praticam-se 4 desportos:
- Futebol
- Futsal Feminino
- Patinagem Artística
- Hóquei em patins
Feiras e eventos
- Feira do Campo Alentejano (Aljustrel)
- Vin&Cultura (Ervidel)
- Comemoração do 25 de Abril no Concelho (Aljustrel)
- Noite Branca em Aljustrel
- Dia Europeu sem Carros
- Festas de Santa Maria (Messejana)
- Festicante (Aljustrel)
- Aniversário do Moto Clube de Aljustrel, em maio
- Aniversário dos Bombeiros de Aljustrel, em fevereiro
- Conferências de Aljustrel
Heráldica
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Brasão: Escudo a negro, fonte de ouro repuxada a prata. Em chefe, um crescente de ouro acompanhado de duas cruzes de Santiago, perfiladas a ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda a maiúsculas a negro: "VILA DE ALJUSTREL".[26] |
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Bandeira: Esquartelada de púrpura e branco, cordões e borlas de prata e púrpura. Haste e lança de ouro.[26] |
Ver também
Geminações
A vila de Aljustrel está geminada com a seguinte cidade:
Referências
- Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013». Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
- INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Alentejo (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 99. ISBN 978-989-25-0182-6. ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
- INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_ALENTEJO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
- Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
- INE (2013). Anuário Estatístico da Região Alentejo 2012 (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 31. ISBN 978-989-25-0214-4. ISSN 0872-5063. Consultado em 5 de maio de 2014
- «Geologia - Município de Aljustrel». www.mun-aljustrel.pt. Consultado em 4 de julho de 2017
- «Clima: Aljustrel - Gráfico climático, Gráfico de temperatura, Tabela climática - Climate-Data.org». pt.climate-data.org. Consultado em 4 de julho de 2017
- «Clima - Município de Aljustrel». www.mun-aljustrel.pt. Consultado em 4 de julho de 2017
- «História Social e Política - Município de Aljustrel». www.mun-aljustrel.pt. Consultado em 4 de julho de 2017
- SERRÂO, Júlia (1 de Abril de 2021). «Livro reúne testemunhos sobre Luís Amaro». Diário do Alentejo. Consultado em 31 de Agosto de 2023
- «O funeral do Dr. Brito Camacho realiza-se amanhã para Aljustrel». Diário de Lisboa. Ano 14 (4255). Lisboa: Renascença Gráfica. 19 de Setembro de 1934. p. 4-5. Consultado em 30 de Agosto de 2023 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- Agência Lusa (19 de Maio de 2015). «Morreu Maria Nobre Franco, ex-diretora do museu Berardo em Sintra». Notícias ao Minuto. Consultado em 31 de Agosto de 2023
- MANGORRINHA, Jorge (13 de Janeiro de 1923). «São Tomé e Príncipe. O berço de Almada Negreiros». Diário de Notícias. Consultado em 30 de Agosto de 2023
- «F. Colaço do Rosário: o criador dos vinhos alentejanos» (PDF). Évora Mosaico. Évora: Câmara Municipal de Évora. Julho de 2010. p. 11. ISSN 1647-273X. Consultado em 30 de Agosto de 2023. Arquivado do original (PDF) em 13 de Outubro de 2019
- «Gastronomia - Município de Aljustrel». www.mun-aljustrel.pt. Consultado em 4 de julho de 2017
- «Concelho de Aljustrel : Autárquicas Resultados : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media». www.marktest.com. Consultado em 29 de dezembro de 2021
- «Eleições Legislativas 2022 - Aljustrel». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 27 de novembro de 2023
- «Eleições Legislativas 2024 - Aljustrel». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 16 de março de 2024
- Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- «Ordenação heráldica do brasão e bandeira de Aljustrel». www.ngw.nl. Consultado em 4 de julho de 2017
Ligações externas
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