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Arquidiocese de Goa e Damão

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Arquidiocese de Goa e Damão
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A Arquidiocese de Goa e Damão (em latim: Archidiœcesis Goanus et Damanensis) é uma arquidiocese da Igreja Católica na Índia. É a mais antiga diocese em atividade no Oriente, sendo suas origens vinculadas à chegada dos portugueses à costa do Malabar. O arcebispo de Goa e Damão também utiliza o título de Primaz das Índias ou Primaz do Oriente e honorificamente recebe o título de Patriarca das Índias Orientais.

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Seu atual arcebispo metropolita é desde 2004 o cardeal Filipe Neri Ferrão. A sé episcopal da arquidiocese é a Sé de Santa Catarina, em Goa Velha e a sua concatedral é o Santuário de Nossa Senhora dos Mares, em Damão. A sua basílica menor é a Basílica do Bom Jesus, em Goa. Estão sob sua jurisdição eclesiástica as igrejas e conventos de Goa.

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Território

A arquidiocese compreende os seguintes territórios na Índia: o estado de Goa e o território da União de Dadrá e Nagar Aveli e Damão e Diu. O território da arquidiocese está subdividido em 174 paróquias, servidas por 716 padres.[2]

História

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Distribuição de goeses católicos na Índia

Após a conquista de Goa, por Afonso de Albuquerque, em 1510, o rei Dom D. Manuel I mandou construir uma capela em homenagem a Santa Catarina, consagrada padroeira da cidade, em 1518. Para o governo dos cristãos na região, mandou Duarte Nunes, O.P., bispo titular de Laodiceia, que governou até 1527.[3] Sucedeu-lhe Dom Fernando Vaqueiro, O.F.M., que governou o lugar de 1529 a 1535.[3]

D. João III então encomendou a construção de uma catedral em Goa e dessa forma conseguiu do papa Clemente VII a ereção da Diocese de Goa em 31 de janeiro de 1533, pela bula papal Romani Pontificis Circumspectio.[3][4] A jurisdição da nova diocese estendia-se então desde o cabo da Boa Esperança até à China e Japão.[5] Em 3 de novembro de 1534 a ereção da diocese foi confirmada pela bula Aequum reputamus do Papa Paulo III, pois a morte de Clemente VII havia impedido a publicação da bula de ereção. A diocese era originalmente sufragânea da arquidiocese do Funchal.

A pedido da Regência em nome de D. Sebastião, em 4 de fevereiro de 1557 o papa Paulo IV separou a Diocese de Goa da Província Eclesiástica de Lisboa e elevou-a a arquidiocese metropolitana, tendo por sufragâneas as dioceses de Cochim e Malaca.[3][6] Com o decorrer do tempo outras dioceses foram incluídas na área Metropolitana de Goa: Macau, Funay no Japão, Cranganor e Meliapor na Índia, Nanquim e Pequim na China, Moçambique em África e ainda Damão.[7]

Por breve de 13 de dezembro de[8]1572 o Papa Gregório XIII concedeu ao arcebispo de Goa o título de Primaz do Oriente.[9] Em 1857, Goa havia ganho diversas dioceses sufragâneas no subcontinente indiano mas retinha apenas Macau e Moçambique fora da referida zona geográfica.[10]

Em 23 de janeiro de 1886, o papa Leão XIII, por meio da constituição apostólica Humanae Salutis Auctor, investiu o Arcebispo de Goa com o título de Patriarca ad honorem das Índias Orientais.[11] No mesmo ano, a Arquidiocese de Cranganor, criada pelo breve Multa praeclare do papa Gregório XVI em 24 de abril de 1838, foi dissolvida e o título anexado ao da Diocese de Damão, criada por meio da bula Humanae salutis do papa Leão XIII e dissolvida em 1 de maio de 1928 com a bula Inter Apostolicam e anexada à Arquidiocese de Goa. Desde essa data, o arcebispo passou a ser chamado por Arcebispo de Goa e Damão, possuindo também as designações de Patriarca das Índias Orientais e Arcebispo Titular de Cranganore.[12]

Em 1940, Díli foi elevada a diocese e colocada como sufragânea de Goa ao passo que Moçambique foi no mesmo ano desmembrada da Arquidiocese Metropolitana. Em 1953 a Arquidiocese de Goa perdeu as dioceses sufragâneas de Cochim, Meliampor e Canara no seguimento da reorganização territorial eclesiástica do novo estado indiano.[12]

A 18 de dezembro de 1961, a União Indiana invadiu os territórios de Goa, Damão e Diu e no ano seguinte o Arcebispo Patriarca Dom José Vieira de Alvernaz abandonou o território.[12] Em 1965, o território de Diu foi confiado à Sociedade Missionária de São Francisco Xavier. A complexa questão da invasão da Índia Portuguesa, levou a que a Santa Sé apenas em 1975 tenha aceite a resignação do último Patriarca, colocando a Arquidiocese de Goa diretamente subordinada à Santa Sé. As dioceses de Macau e Díli foram também desmembradas da província eclesiástica e colocadas também diretamente subordinadas à Santa Sé.[12]

Pela bula "Quoniam Archdioecesi" de 30 de janeiro de 1978, o papa Paulo VI nomeou Raul Nicolau Gonçalves para arcebispo de Goa e Damão com o título "ad honorem" de Patriarca das Índias Orientais.[12] Pela bula "Inter Gravissimas" de 12 de dezembro de 2003, o papa João Paulo II nomeou Filipe Neri do Rosário Ferrão como novo arcebispo de Goa e Damão concedendo-lhe igualmente "ad honorem" o título de Patriarca.[12][13] A atribuição do título de Patriarca não é obrigatória sendo uma prerrogativa do Santo Padre.

A Arquidiocese de Goa e Damão permaneceu até 25 de novembro de 2006 como apenas arquidiocese imediatamente submetida à Santa Sé, já que se tratava de um arcebispo que não era metropolita, uma vez que a arquidiocese não tinha dioceses sufragâneas desde 1 de janeiro de 1975, quando as dioceses de Macau e de Díli foram separadas dela. Em 25 de novembro de 2006, o papa Bento XVI resolveu esta questão, com a bula Cum Christi Evangelii, ao tornar a Diocese de Sindhudurg uma sufragânea de Goa e Damão, que, juntos, formaram uma nova província eclesiástica.[14][15]

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Prelados

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D. Filipe Neri do Rosário Ferrão, primeiro cardeal-arcebispo da história da arquidiocese
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D. José da Costa Nunes, arcebispo de Goa e Damão, depois cardeal
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D. António Sebastião Valente, primeiro Patriarca das Índias Orientais
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D. Aleixo de Menezes, arcebispo de Goa, depois arcebispo de Braga e vice-rei de Portugal
Mais informação Nome, Período ...
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Referências

  1. Dados de 2023
  2. «Catholic Hierarchy» (em inglês). Dados de 2023
  3. Conselho Ultramarino, pág. 455
  4. Stephen Neill (2004), A History of Christianity in India, ISBN 0521548853, The Beginnings to AD 1707 (em inglês), Cambridge University Press
  5. Gabriel Saldanha, pág. 356
  6. Associação Marítima e Colonial, pág. 314
  7. Associação Marítima e Colonial, págs. 314-315
  8. Algumas fontes reportam a data de 15 de março, que é errada pois Gregório XIII foi eleito no Conclave de 13 de maio de 1572.
  9. Instituto Histórico, Geographico e Ethnographico do Brasil, págs. 171-172
  10. Gabriel Saldanha, pág. 361
  11. Gabriel Saldanha, pág. 373
  12. «Rinunce e Nomine, 16.01.2004». Sala Stampa della Santa Sede. 16 de janeiro de 2004
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Bibliografia

Documentos pontifícios

Fontes

Ligações externas

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