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Auto de São Lourenço
peça teatral de José de Anchieta, escrita em português, espanhol e tupi antigo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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O Auto de São Lourenço é talvez a peça mais notória do padre José de Anchieta.[1] Trilíngue, o auto apresenta trechos em português, espanhol e tupi antigo,[2] refletindo a diversidade social e cultural do Brasil do século XVI.[3] A obra contém informações etnográficas, como a saudação lacrimosa,[4] bem como topônimos e episódios pouco documentados, como a Batalha das Canoas.[5][3]
O auto foi apresentado pela primeira vez na Igreja de São Lourenço dos Índios, no que mais tarde seria a cidade de Niterói.[6] Segundo Armando Cardoso, a primeira encenação teria ocorrido em 10 de agosto de 1587, durante a visita de Anchieta como provincial.[6] A obra foi adaptada por Guilherme de Almeida.[7]
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Contexto literário
O auto se insere no quinhentismo, período literário no qual a literatura era marcada por textos informativos e catequética. Exemplo de textos informativo é o Carta de Pero Vaz de Caminha. Já os textos catequéticos, ou de formação, são obras literárias propriamente dita. São sobretudo de conteúdo religioso e doutrinário. É aí que o Auto se insere. O caráter doutrinário perpassa o texto.[carece de fontes]
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Contexto histórico

O auto foi escrito após a Confederação dos Tamoios, guerra ocorrida na Guanabara no século XVI.[8][falta página]
Nessa guerra, Anchieta se entregou aos tamoios como refém, de modo a evitar uma guerra de grandes proporções. Esse período da vida de Anchieta influenciou seu auto. Um de seus capturadores foi o índio Guaixará, que na peça aparece como um dos demônios.[carece de fontes]
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Estrutura
A peça é composta de cinco atos.
O primeiro ato, escrito em espanhol, apresenta o suplício de São Lourenço, que foi queimado em uma grelha pelo imperador romano Décio e seu censor, Valeriano.[8]
O segundo, o mais longo de todos, apresenta os diabos Guaixará, Aimbirê e Saravaia planejando perverter a aldeia. Opõem-se a eles São Lourenço, São Sebastião e um anjo, que prendem os demônios.[8]
No terceiro ato, esses mesmos guardiões dos indígenas ordenam que os três diabos presos castiguem Décio e Valeriano, já mencionados acima, por terem matado São Lourenço na Grelha.[8]
O quarto ato é composto de alegorias. Uma personagem, o Temor a Deus, faz um discurso, fazendo com que os ouvintes temam a Deus. Em seguida, o Amor a Deus faz seu discurso também.[8]
A peça termina, no quinto ato, com uma dança de meninos, e com cantos dirigidos a São Lourenço.[8]
Trecho da obra
O texto a seguir é a primeira estrofe do segundo ato. Em toda a peça, e aqui também, há presença da rima e da métrica, elementos comumente empregados em poemas.[9][10]
O trecho foi escrito originalmente em tupi. A tradução literal segue ao lado, e a tradução metrificada e rimada no canto direito. A fala é de um diabo, o Guaixará, cujo objetivo é perverter os índios.
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Ver também
Referências
- Anchieta 2006, p. X.
- Anchieta 2006, pp. XII–XIII.
- Anchieta 1954, p. 681.
- Anchieta 2006, p. XII.
- Anchieta 2006, pp. 198–199.
- Anchieta 2006, p. XI.
- Anchieta 2006, pp. X–XI.
- Anchieta. Auto de São Lourenço
- ANCHIETA, José de (2006). Teatro. Seleção, introdução, notas e tradução do tupi por Eduardo de Almeida Navarro 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes. p. 6. 248 páginas. ISBN 9788533621428
- BARBOSA, Antônio Lemos (1956). Curso de tupi antigo: gramática, exercícios e textos. Rio de Janeiro: Livraria São José. p. 419. Cópia arquivada em 18 de março de 2022
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Bibliografia
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