Borba (Portugal)
município e cidade de Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Borba é uma cidade portuguesa no distrito de Évora, na região do Alentejo e na sub-região do Alentejo Central, com 3 571 habitantes (2021).[1]
As referências deste artigo necessitam de formatação. (Junho de 2022) |
Borba | |
Muralhas de Borba | |
Gentílico | Borbenses |
Área | 145,19 km² |
População | 6 428 hab. (2021) |
Densidade populacional | 44,3 hab./km² |
N.º de freguesias | 4 |
Presidente da câmara municipal |
António Anselmo (Movimento Unidos por Borba, 2021-2025) |
Fundação do município (ou foral) |
1302 |
Região (NUTS II) | Alentejo |
Sub-região (NUTS III) | Alentejo Central |
Distrito | Évora |
Província | Alto Alentejo |
Orago | Nossa Senhora das Neves do Sobral (Matriz); São Bartolomeu; Senhor Jesus dos Aflitos; Santo António; Espírito Santo; Santa Bárbara; São Tiago de Rio de Moinhos; São Gregório Magno; Nossa Senhora da Vitória; Nossa Senhora da Orada |
Feriado municipal | Segunda-feira após o Domingo de Páscoa |
Código postal | 7150-XXX |
Sítio oficial | https://www.cm-borba.pt/ |
Município de Portugal |
Esta cidade é sede do Município de Borba com 145,19 km² de área[2] e 6 428 habitantes (2021),[3] subdividido em 4 freguesias.[4] O Município é limitado a nordeste pelo município de Monforte, a leste por Elvas, a sueste por Vila Viçosa, a sudoeste pelo Redondo e a oeste por Estremoz.
Borba compreende um conjunto de atividades económicas bastante diversificadas e ímpares na região e no Alentejo, como os mármores, vinhos, azeite, queijos e enchidos. Fruto das adversidades económicas vividas ao longo de décadas, a gastronomia foi sendo enriquecida com o recurso ao que a terra dava ao Homem, sendo hoje muito apreciada pelos seus aromas e paladares, rica em variedade e bem condimentada com o recurso a inúmeras ervas alimentares e aromáticas, cujas receitas foram aprimoradas de geração em geração.
Evidencia-se ainda pelo vasto e rico património histórico que convidam à descoberta e ao reencontro com a história, apelando a uma visita mais atenta e demorada. A meia dúzia de quilómetros surge-nos da peneplanície alentejana a Serra d’Ossa, lugar aprazível e que merece também uma visita demorada, para a qual dão uma resposta de permanência, a qualidade de pernoita, numa série de residenciais e unidades de turismo rural, de aldeia ou habitação.[5]
O principal motor de desenvolvimento é a extração e transformação de mármore. Esta atividade origina uma paisagem única, contrastando as crateras profundas de onde se extrai o denominado “ouro branco” com as enormes escombreiras onde são depositados os excedentes. O nome Borba está também associado à excelência dos vinhos produzidos no município pelas diversas unidades vitivinícolas, evidenciada nas medalhas obtidas nos concursos nacionais e internacionais do sector.
Outro ponto forte são os queijos produzidos em Santiago de Rio de Moinhos, os enchidos e o tradicional pão de Borba, produzido com ensinamentos e saberes de longa data, que foram passando de geração em geração, perpetuando a sua genuinidade até aos dias de hoje.
Contudo, diversas atividades se mantêm ainda vivas nesta região, temos o caso do artesanato, os trabalhos de cantaria artística, a pintura de mobiliário, os restauros, as antiguidades, e os cada vez mais conhecidos, trabalhos em cortiça.
Fruto das dificuldades económicas verificadas em algumas alturas da sua história as populações foram forçadas a recorrer a novos produtos para garantirem a sua alimentação, tornando a gastronomia local bastante rica em plantas e ervas aromáticas que tornam o seu paladar bastante apreciado e procurado, aprimorada pelo azeite que se extrai dos vastos olivais que complementam a paisagem do município, em contraste com as pedreiras e vinhas.
No decorrer destas "descobertas" na gastronomia, e com o objetivo de tornar uma velha tradição numa aliciante oferta turística que a região oferece, o Município de Borba propôs aos empresários de restauração locais, que explorem um velho ritual de Borba, o "Fazer as 11".
Borba evidencia-se ainda pelo vasto e rico património histórico que convidam à descoberta e ao reencontro com a história, apelando a uma visita mais atenta e demorada.
A meia dúzia de quilómetros surge-nos da peneplanície alentejana a Serra d’Ossa, lugar aprazível e que merece também uma visita demorada. Existem uma série de residenciais e unidades de turismo rural, de aldeia ou habitação.
A primitiva ocupação humana do sítio de Borba remonta a tribos galo-celtas, ocupada depois pelos romanos, godos e árabes até ser conquistada por D. Afonso II em 1217 e povoada pelo mesmo rei. Foi então que em 15 de junho de 1302, D. Dinis concedeu o primeiro foral, constituindo-se Borba como concelho.
Em 1217, no reinado de D. Afonso II, é tomada aos Árabes, pela Ordem Militar de Avis. D. Dinis atribui-lhe Foral em 1302. A área do concelho (circunscrita no Foral) era bastante inferior aos atuais limites. Faltava-lhe quase toda a área correspondente à freguesia de Rio de Moinhos (pertença do concelho de Estremoz, à altura), contudo, possuía duas pequenas parcelas das freguesias de Terrugem (Elvas) e dos Arcos (Estremoz). O Barbo foi escolhido como distintivo do concelho, na altura de concessão do Foral.
Foi também D. Dinis quem promoveu o amuramento acastelado da povoação. O castelo dispunha-se em planta quadrilateral e a sua construção obedeceu ao sistema corrente das fortificações similares da região. De grossa alvenaria, tinha amuramento espesso em altura normal, coroado por merlões góticos e de largo adarve que corria a muralha. O fosso, pouco profundo, desapareceu com a construção do casario que se foi desenvolvendo na face exterior. Pelos inícios do Séc. XVIII, o governo militar da província determinou envolver a vila por um campo entrincheirado, com fossos, estacaria e estradas cobertas, obra que foi apenas esboçada e de que ainda existiam vestígios em 1766. Do castelo, edificado ou remodelado do Séc. XIII conserva-se a torre de menagem e duas portas, a de Estremoz e a do Celeiro.
Pouco se sabe de Borba, do período que medeia a concessão de Foral (reinado de D. Dinis) ao final do reinado de D. Fernando. A principal causa desta lacuna parece ser a destruição do cartório da Câmara, por ordem de D. João de Áustria, quando tomou o Castelo, durante a Guerra da Restauração. Ora, foram tempos difíceis para o concelho, os anos da crise de 1383 – 1385, a vila sofreu forte ruína com a passagem das tropas inglesas do Duque de Lencaster, que acolhido como aliado e amigo, procedeu como em país conquistado, ultrajando, espoliando e roubando os alentejanos. Finda a crise, Borba é doada (com outras terras alentejanas) a D. Nuno Álvares Pereira.
O século XV corresponde a grande período de expansão. Tal como sucedeu por todo o país, com os Descobrimentos Portugueses, Borba viu a sua população prosperar, em número e riqueza. No reinado de D. Manuel, em 1512, é-lhe atribuído novo Foral (a 1 de Junho).
Com domínio Filipino, a Guerra da Restauração e as sistemáticas incursões das tropas castelhanas, comandadas por D. João de Áustria, o concelho arruinou-se e perdeu população. Desta altura fica a memória de um acontecimento notável da história Borbense, o enforcamento do governador do Castelo, Rodrigo da Cunha Ferreira, e de mais dois capitães portugueses da guarnição, no verão de 1662, após a invasão vitoriosa do exército de D. João da Áustria. Este terá mandado cometer o atroz ato como vingança pela morte de três capitães, um sargento e 20 soldados das suas forças, além de 50 feridos. A memória dos povos guardou a efeméride na tradição toponímica, com a “Rua dos Enforcados”, que passou depois a chamar-se Rua Direita. Não contente com a sua represália, D. João da Áustria mandou ainda incendiar os Paços do Concelho e o Cartório Municipal, perdendo-se todos os manuscritos antigos da história de Borba.
Em 1665, Borba esteve ocupada por três infantarias e um terço de cavalaria, e a população sofreu novamente o pânico da terrível invasão, que desmoronou no campo de Montes Claros, com a derrota dos exércitos de Filipe IV.
A Batalha de Montes Claros (a 17 de Junho de 1665), travada em solo borbense, marca a derrota dos castelhanos nas Guerras da Restauração. Pela Vila e concelho são inúmeros os elementos alusivos à Batalha e ao comandante das tropas portuguesas, o Marquês de Marialva. Assinada a paz, o concelho de Borba prosperou. Ativou-se a cultura dos cereais, aumentou-se a área de olival e multiplicaram-se os vinhedos, afirmando-se mais no país a já antiga fama dos seus vinhos. Desta época, salientam-se as construções da Fonte das Bicas, os Paços do Concelho e vários Palácios.
O princípio do século XIX marca, para Borba, uma fase de infortúnios com a Primeira Invasão Francesa. Durante a Guerra Peninsular levantou-se em Borba um grupo de milicianos que figurou na defesa de Évora, em 29 de Junho de 1808. Pouco depois, entre 1809 e 1811, na vila, alojou-se uma brigada escocesa do exército anglo-luso de Beresford.
Pela Reforma Administrativa de 1834, os limites concelhios foram alterados com a anexação da freguesia de Rio de Moinhos e perda de pequenas áreas das localidades de Arcos e Terrugem. Em 1895, o concelho foi extinto e anexado a Vila Viçosa, no entanto, é restaurado três anos mais tarde, pelo Decreto de 13 de Janeiro de 1898.
A partir do início do século XX, o sector dos mármores começa a ganhar peso na economia local, com destaque para o período que vai de 1910 a 1926. Já na segunda metade do século XX, o vinho surgiu como produto de grande importância, sendo, ainda hoje, a par do mármore, o principal pilar da economia do concelho.[6]
O topónimo Borba também dá nome a outras freguesias no norte de Portugal e a duas ribeiras. Também existem muitos topónimos derivados de Borba em Portugal e Espanha. Pensa-se que Borba tenha origem celta e significado "nascente" relacionado com a divindade Borvo[7]
O município de Borba é geminado com as seguintes cidades:[8]
De acordo com os dados do INE o distrito de Évora registou em 2021 um decréscimo populacional na ordem dos 8.5% relativamente aos resultados do censo de 2011. No concelho de Borba esse decréscimo rondou os 12.3%.
Número de habitantes★[9] | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 |
5 582 | 6 241 | 6 364 | 6 551 | 7 100 | 7 449 | 8 094 | 9 607 | 9 875 | 10 431 | 9 286 | 8 813 | 8 254 | 7 782 | 7 333 | 6 428 |
★ Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram
Número de habitantes por Grupo Etário★★ [10] | |||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 | |
0-14 Anos | 2 061 | 2 530 | 1 839 | 2 898 | 3 240 | 3 065 | 2 813 | 2 210 | 1 901 | 1 389 | 1 011 | 850 | 750 |
15-24 Anos | 1 199 | 1 093 | 1 311 | 1 562 | 1 621 | 1 789 | 1 869 | 1 445 | 1 397 | 1 212 | 975 | 715 | 552 |
25-64 Anos | 2 911 | 2 953 | 3 878 | 3 673 | 3 905 | 4 242 | 4 986 | 4 445 | 4 245 | 4 210 | 3 998 | 3 817 | 3 260 |
= ou > 65 Anos | 364 | 390 | 383 | 529 | 567 | 616 | 763 | 965 | 1 270 | 1 443 | 1 798 | 1 951 | 1 866 |
★★ De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente
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