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Televisão Central da China

emissora estatal da República Popular da China Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Televisão Central da China
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A Televisão Central da China, ou, em inglês, China Central Television (CCTV), criada em 1958, é a emissora de televisão nacional da China. A CCTV é operada pela Administração Nacional de Rádio e Televisão, que se reporta diretamente ao Departamento de Propaganda do Partido Comunista Chinês.[1][2]

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Sede do Grupo de Mídias da China
 Nota: "CCTV" redireciona para este artigo. Para o sistema de vigilância, veja Circuito fechado de televisão.

A CCTV possui uma variedade de funções, como a comunicação de notícias, educação social e serviços de informação sobre cultura e entretenimento. Ela é uma peça-chave na rede de propaganda do governo chinês.[3] A Freedom House e o jornal The Guardian comentaram que a cobertura da CCTV sobre tópicos sensíveis ao governo chinês e ao Partido Comunista Chinês (PCC) é distorcida e frequentemente utilizada como uma arma contra aqueles que o partido considera seus inimigos.[4]

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História

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Em 1954, o presidente do PCC, Mao Zedong, sugeriu que a China deveria ter sua própria emissora de televisão. Em 5 de fevereiro de 1955, a agência central de radiodifusão apresentou um plano ao Conselho de Estado para criar uma emissora de televisão de médio porte. Mais tarde, o primeiro-ministro Zhou Enlai incluiu a introdução de transmissões televisivas no primeiro plano quinquenal da China. Em dezembro de 1957, a agência central de radiodifusão enviou Luo Donghe e Meng Qiyu para a União Soviética e para a República Democrática Alemã a fim de inspecionar as emissoras de TV desses países. Após a viagem, eles voltaram a Pequim para iniciar os preparativos para a criação da emissora. A estação, inicialmente chamada de Beijing Television, foi ao ar oficialmente pela primeira vez em 1º de maio de 1958.

A Beijing Television foi formalmente renomeada para China Central Television (CCTV) em 1º de maio de 1978, com um novo logotipo, a tempo de seu 20º aniversário.[5]

Até o final da década de 1970, a CCTV operava apenas com transmissões noturnas, geralmente encerrando à meia-noite. Durante as férias acadêmicas de verão e inverno, ocasionalmente transmitia programação diurna para estudantes, e programas especiais também eram exibidos durante feriados nacionais.

Em 1980, a CCTV começou a experimentar com transmissões de notícias via micro-ondas,[6] utilizando estúdios de televisão locais e centrais. Nesse mesmo ano, a emissora teve sua primeira colaboração internacional, produzindo a série de documentários Silk Road com a empresa de radiodifusão pública do Japão, a NHK.[7] Em 1984, a CCTV estabeleceu a subsidiária integral China International Television Corporation (CITVC).[8]

Em 1985, a CCTV já havia se tornado uma das principais redes de televisão da China. Em 1987, a emissora expandiu sua influência com a adaptação e apresentação de Hónglóu Mèng, a primeira série de televisão chinesa a entrar no mercado global.[9] No mesmo ano, a CCTV exportou 10.216 programas para 77 emissoras de televisão estrangeiras.[9]

Inicialmente, o Departamento Central de Propaganda do PCC exercia a censura direta sobre os programas. Durante as reformas da década de 1990, a emissora adotou novos padrões de "viabilidade" e "aceitabilidade", que afrouxaram o controle governamental anterior.[9] O termo "viabilidade" se refere à capacidade de compra dos programas, enquanto "aceitabilidade" exige que o conteúdo seja apropriado, evitando a transmissão de material que contenha mensagens inadequadas ou expressa opiniões contrárias ao PCC.[9]

Em março de 2018, enquanto o país celebrava o 60º ano da televisão, a propriedade da CCTV foi transferida para um novo grupo estatal, o Grupo de Mídias da China, como parte de uma reforma mais profunda nas instituições do Partido e do Estado.

Transmissão internacional

Em 1990, a subsidiária da CCTV, CITVC, estabeleceu a China Television Corporation na Califórnia para distribuir o conteúdo da CCTV nos EUA.[10] Em 2000, foi lançado o canal da CCTV inteiramente em inglês, conhecido como CCTV-9 ou CCTV International.[11]

Em 2001, foi lançado o Grande Plano de Propaganda Estrangeira por Xu Guangchun, chefe da SARFT e vice-chefe do Departamento Central de Propaganda do PCC. O plano surgiu após Jiang Zemin, ex-Secretário-Geral do Partido Comunista Chinês, enfatizar a urgência de levar a voz da China para o mundo. A ideia de um canal em inglês surgiu em 1996. Na época, o canal CCTV-4 tinha três noticiários diários de meia hora em inglês. Mais tarde, em 25 de setembro de 2000, o CCTV-9 foi criado como um canal via satélite, o primeiro a operar 24 horas em inglês, com o objetivo de conquistar o mercado internacional. Em outubro de 2001, a CCTV fez uma parceria com a AOL Time Warner e outras empresas de notícias estrangeiras, garantindo-lhes acesso ao mercado de mídia chinês em troca da transmissão de programas, principalmente do CCTV-9, via cabo nos EUA e na Europa.[12]

Em 1º de abril de 2007, o canal CCTV-4 foi dividido em três canais separados, cada um atendendo a um fuso horário diferente: Horário Padrão da China (CST), Horário de Greenwich (GMT) e Zona de Tempo Oriental (EST), para melhorar o serviço para audiências em todo o mundo.[13]

Em 25 de julho de 2009, a CCTV lançou seu canal internacional em árabe, com o objetivo de fortalecer os laços com as nações árabes.[14]

Entre 2015 e 2018, a CCTV assinou acordos de cooperação com a emissora estatal russa RT.[15]

Em dezembro de 2016, os serviços em língua estrangeira da CCTV foram desmembrados para formar a China Global Television Network (CGTN).

A CCTV e a Corporação Nacional de Rádio e Televisão do Uzbequistão (UzTRK) cooperam na produção de programas e documentários conjuntos.[16]

China Network Television

A China Network Television (CNTV) foi uma emissora de internet da China Central Television, lançada em 28 de dezembro de 2009.[17]

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Organização

A Televisão Central da China (CCTV), como parte do Grupo de Mídias da China (CMG), está sob a supervisão da Administração Nacional de Rádio e Televisão, que por sua vez é subordinada ao Departamento Central de Propaganda do Partido Comunista Chinês (PCC).

A organização é considerada uma das "três grandes" mídias estatais da China, juntamente com o jornal Diário do Povo e a agência de notícias Xinhua.[18]

Gestão

O atual presidente da CCTV é Shen Haixiong, que foi nomeado em fevereiro de 2018. Ele também ocupa o cargo de vice-chefe do Departamento Central de Propaganda do Partido Comunista Chinês.[19]

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Programação

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Lassina Zerbo sendo entrevistado pela Televisão Central da China em 2013

A CCTV produz seus próprios noticiários três vezes ao dia e é a mais poderosa e prolífica produtora de programas de televisão do país. O seu noticiário noturno de trinta minutos, Xinwen Lianbo (em chinês: 新闻联播), vai ao ar diariamente às 19h no horário de Pequim. Todas as emissoras locais são obrigadas a transmitir este noticiário da CCTV. Uma pesquisa interna da emissora indica que quase 500 milhões de pessoas em todo o país assistem a este programa regularmente.[20]

O Relatório em Foco (jiaodian fangtan), lançado em 1994, era um popular programa da CCTV que expunha regularmente as irregularidades de funcionários locais, atraindo grande atenção dos escalões mais altos do governo. Ele também mostrava a resposta do governo chinês a acusações de corrupção.[21] Em 1998, o primeiro-ministro Zhu Rongji elogiou o programa como uma ferramenta importante de supervisão da mídia (yulun jiandu).

A Gala de Ano Novo da CCTV (em chinês: 中国中央电视台春节联欢晚会), um programa especial anual para o Ano Novo Chinês, é o show mais assistido da CCTV.[22]

Em 2003, a CCTV lançou seu primeiro canal de notícias 24 horas, inicialmente disponível para assinantes de TV a cabo.[23]

Canais

Atualmente, a CCTV tem 23 canais públicos e 18 canais pagos.

Públicos

  • CCTV-1 - variedades
  • CCTV-2 - finanças
  • CCTV-3 - artes e entretenimento
  • CCTV-4 - internacional (em língua mandarim)
  • CCTV-5 - esportes
  • CCTV-5+ - esportes
  • CCTV-6 - filmes
  • CCTV-7 - militar
  • CCTV-8 - seriados de TV
  • CCTV-9 - documentário (2 canais: em chinês e em inglês)
  • CCTV-10 - ciência e educação
  • CCTV-11 - ópera chinesa
  • CCTV-12 - sociedade e lei
  • CCTV-13 - notícias (em chinês)
  • CCTV-14 - crianças
  • CCTV-15 - música
  • CCTV-17 - agricultura
  • CCTV-4K - UHD

Pagos

  • CCTV-China Television Shopping Channel
  • CCTV-TV Guide
  • CCTV-Storm Theater
  • CCTV-The First Theater
  • CCTV-Nostalgia Theater
  • CCTV-Storm Music
  • CCTV-Women's Fashion
  • CCTV-Storm Football
  • CCTV-Golf & Tennis
  • CCTV-Billiards
  • CCTV-Weapon and Technology
  • CCTV-Discovery
  • CCTV-Culture of Quality
  • CCTV-Old Stories
  • CCTV-Students
  • CCTV- Shinco Animation

Internacionais

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Ver também

O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Televisão Central da China

Referências

  1. Pan, Jennifer; Shao, Zijie; Xu, Yiqing (abril de 2022). «How government-controlled media shifts policy attitudes through framing». Political Science Research and Methods (em inglês) (2): 317–332. ISSN 2049-8470. doi:10.1017/psrm.2021.35. Consultado em 14 de setembro de 2025
  2. «China Gives Communist Party More Control Over Policy and Media (Published 2018)» (em inglês). 21 de março de 2018. Consultado em 14 de setembro de 2025
  3. Zhong, Yong (1 de agosto de 2001). «The other Edge of Commercialisation: Enhancing CCTV's Propaganda». Media International Australia (em inglês) (1): 167–179. ISSN 1329-878X. doi:10.1177/1329878X0110000115. Consultado em 14 de setembro de 2025
  4. «China Central Television: A Long-standing Weapon in Beijing's Arsenal of Repression». Freedom House (em inglês). 14 de novembro de 2019. Consultado em 14 de setembro de 2025
  5. «CCTV-English Channel». www.cctv.com. Consultado em 14 de setembro de 2025
  6. Miller, Toby (2003). Television (em inglês). [S.l.]: Psychology Press. Consultado em 14 de setembro de 2025
  7. Qian, Ying (2024). Revolutionary Becomings: Documentary Media in Twentieth-Century China (em inglês). [S.l.]: Columbia University Press. Consultado em 14 de setembro de 2025
  8. Davis, Rebecca (5 de novembro de 2019). «'China Nature' Series Set Up by BBC and CITVC». Variety (em inglês). Consultado em 14 de setembro de 2025
  9. Kops, Manfred; Ollig, Stefan (2007). Internationalization of the Chinese TV Sector (em inglês). [S.l.]: LIT Verlag Münster. Consultado em 14 de setembro de 2025
  10. User, Super. «About Us». www.chinatvcorp.com (em inglês). Consultado em 14 de setembro de 2025
  11. Two Billion Eyes. [S.l.: s.n.] Consultado em 14 de setembro de 2025. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2019
  12. «You are being redirected...». www.adweek.com. Consultado em 14 de setembro de 2025. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2018
  13. «Close ties allow Russian propaganda to spread swiftly through China, report claims». the Guardian (em inglês). 31 de março de 2022. Consultado em 14 de setembro de 2025
  14. China under Xi Jinping: A New Assessment. [S.l.]: Leiden University Press. 2024. Consultado em 14 de setembro de 2025
  15. Lin, Lisa (2022). «Convergent Chinese Television Industries». Palgrave Global Media Policy and Business (em inglês). ISSN 2634-6192. doi:10.1007/978-3-030-91756-2. Consultado em 14 de setembro de 2025
  16. Li, Jinquan (2000). Power, Money, and Media: Communication Patterns and Bureaucratic Control in Cultural China (em inglês). [S.l.]: Northwestern University Press. Consultado em 14 de setembro de 2025
  17. Shirk, Susan L. (31 de maio de 2007). China: The Fragile Superpower (em inglês). [S.l.]: OUP USA. Consultado em 14 de setembro de 2025
  18. «'Green Dragon' fires up Chinese hopes». The Irish Times (em inglês). Consultado em 14 de setembro de 2025
  19. Latham, Kevin (27 de julho de 2007). Pop Culture China!: Media, Arts, and Lifestyle (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Academic. Consultado em 14 de setembro de 2025
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Ligações externas

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