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Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders
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O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) ou Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (título em Portugal) ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (título no Brasil) é um manual para profissionais da área da saúde mental que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association - APA). É usado ao redor do mundo por clínicos e pesquisadores bem como por companhias de seguro, indústria farmacêutica e parlamentos políticos.
Existem cinco revisões para o DSM desde sua primeira publicação em 1952. A maior revisão foi a DSM-IV, publicada em 1994. O DSM-5 (também referido como DSM-V) foi publicado em 18 de maio de 2013 e é a versão atual do manual. A seção de desordens mentais da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde - CID (International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems – ICD) é outro guia comumente usado, especialmente fora dos Estados Unidos. Entretanto, em termos de pesquisa em saúde mental, o DSM continua sendo a maior referência da atualidade.[1]
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História
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O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais foi publicado em 1952 pela Associação Americana de Psiquiatria. Ele foi desenvolvido a partir do antigo sistema de classificação adotado em 1918 para reunir a necessidade do Departamento de Censo americano de uniformizar estatísticas vindas de hospitais psiquiátricos; vindas de sistemas de categorização usados pelo exército norte-americano; e vindas dos levantamentos dos pontos de vista de 10% dos membros da APA.[2] O manual contém 130 páginas, que mostram 106 categorias de desordens mentais. O DSM-II foi publicado em 1968, listando 182 desordens em 134 páginas. Esses manuais refletiam a predominância da psicodinâmica psiquiátrica.[3] Sintomas não eram especificados com detalhes em desordens específicas, mas eram vistos como reflexos de grandes conflitos subjacentes ou reações de má adaptação aos problemas da vida, enraizados em uma distinção entre neurose e psicose (ansiedade/depressão largamente associadas à realidade, ou alucinações/desilusões aparentemente desconectadas da realidade). O conhecimento biológico e sociológico também foi incorporado, em um modelo que não enfatizava um claro limite entre normalidade e anormalidade.[4]
Em 1974, a decisão de se criar uma nova revisão do DSM se fez, e Robert Spitzer foi selecionado como chefe da força tarefa. O ímpeto inicial foi fazer uma nomenclatura consistente com a CID, publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A revisão assumiu uma forma muito mais ampla de termos sob a influência e controle de Spitzer e seus membros escolhidos.[5]
O critério adotado para muitos transtornos mentais foi expandido a partir da Pesquisa de Critérios Diagnósticos (Research Diagnostic Criteria - RDC) e Critério Feighner, que foram desenvolvidos por pesquisas psiquiátricas nos anos 70. Outros critérios foram estabelecidos por consensos em comitês, como determinado por Spitzer. Essa abordagem é geralmente vista como o “neo-Kraepelinismo”, depois do trabalho do psiquiatra Emil Kraepelin. Spitzer argumentou que “transtornos mentais eram um subconjunto das desordens médicas”, mas a força tarefa decidiu em afirmativa na DSM: “Cada um dos transtornos mentais é concebido como uma síndrome clinicamente significativa, comportamental ou psicológica”. O primeiro projeto do DSM-III foi preparado em um ano. Muitas novas categorias de transtornos foram introduzidas. Vários ensaios patrocinados pelo Instituto Nacional de Saúde Mental Americano (U.S. National Institute of Mental Health – NIMH) foram conduzidos entre 1977 e 1979 para testar a fidelidade dos novos diagnósticos. Uma controvérsia surgiu resgatando a retirada do conceito de neurose, um dos princípios da teoria e terapia psicanalítica, mas visto como vago e não-científico pela força tarefa do DSM. Encarando enorme oposição política, o DSM-III passou por sério perigo por não ter sido aprovado pelo Quadro dos Confiáveis da APA (APA Board of Trustees) a menos que “neurose” fosse incluída em algum lugar. Por um compromisso político, houve a reinserção do termo entre parênteses depois da palavra “transtorno” em alguns casos. Em 1980, o DSM-III foi publicado, com 494 páginas e listando 265 categorias diagnósticas. O DSM-III rapidamente se espalhou em nível internacional, sendo usado por muitos profissionais e tendo sido considerado uma revolução ou transformação da psiquiatria.[3][4]
Em 1994, o DSM-IV foi publicado, listando 297 transtornos em 886 páginas. A força tarefa foi chefiada por Allen Frances. Um comitê diretor de 27 pessoas foi apresentado, incluindo quatro psicólogos. O comitê diretor criou 13 grupos de trabalho de 5 a 16 membros. Cada grupo tinha aproximadamente 20 conselheiros. Os grupos de trabalho conduziram um processo de três passos. Primeiro, cada grupo conduziu uma extensiva revisão bibliográfica em seus diagnósticos. Então eles colheram dados dos pesquisadores, conduzindo análises para determinar qual critério requeria mudanças, com instruções para serem conservadores. Finalmente, eles conduziram ensaios multicêntricos relacionando diagnósticos à prática clínica.[6][7]
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Versões
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DSM-5 (Edição Original)
- Fim do Sistema Multiaxial: Uma estrutura de cinco eixos (Eixo I ao Eixo V) usada no DSM-IV foi abolida. Os diagnósticos clínicos e as condições médicas gerais foram combinados, e os fatores psicossociais e ambientais passaram a ser referidos em códigos separados ou em notas descritivas.[8]
- DSM-5-TR (Texto Revisado) Lançado em março de 2022 , o DSM-5-TR é a versão oficial e atual do manual. Ele não é uma "sexta edição" (DSM-6), mas sim uma atualização robusta do texto e dos códigos da edição de 2013. A revisão foi um esforço de mais de 200 especialistas que revisaram sistematicamente o manual completo para garantir resultados científicos e relevância clínica, incorporando a literatura médica e científica dos quase dez anos que se passaram desde o lançamento do DSM-5. Um Novo Transtorno: A única adição de um novo transtorno na Seção II (diagnósticos oficiais) foi o Transtorno do Luto Prolongado (TLP), que descreve sintomas de luto intenso e persistente que duram além de 12 meses após uma perda significativa. Códigos de Sintomas Suicidas e de Automutilação: Foram acrescentados códigos de especificações específicos para comportamento suicida e automutilação não suicida, permitindo um melhor acompanhamento clínico e estatístico dessas questões urgentes.[9][10]
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Referências
- «Origins of DSM-I: a study in appearance and reality». American Journal of Psychiatry (4): 421–431. Abril de 1991. ISSN 0002-953X. doi:10.1176/ajp.148.4.421. Consultado em 21 de janeiro de 2021
- Mayes, Rick; Horwitz, Allan (2007). «Correction to "DSM-III and the revolution in the classification of mental illness"». Journal of the History of the Behavioral Sciences (4): 419–419. ISSN 0022-5061. doi:10.1002/jhbs.20270. Consultado em 21 de janeiro de 2021
- «DSM-III and the transformation of American psychiatry: a history». American Journal of Psychiatry (3): 399–410. Março de 1993. ISSN 0002-953X. doi:10.1176/ajp.150.3.399. Consultado em 21 de janeiro de 2021
- Gingerich, Owen (outubro de 2016). «Kepler and the Universe: How One Man Revolutionized AstronomyKepler and the Universe: How One Man Revolutionized Astronomy, David K. Love, Prometheus Books, 2015. $24.00 (253 pp.). ISBN 978-1-63388-106-8 Buy at Amazon». Physics Today (10): 55–55. ISSN 0031-9228. doi:10.1063/pt.3.3330. Consultado em 21 de janeiro de 2021
- «DSM-IV-TR Classification». Arlington, VA: American Psychiatric Association. ISBN 0-89042-334-2. Consultado em 21 de janeiro de 2021
- Shaffer, David (agosto de 1996). «A Participant's Observations: Preparing DSM-IV». The Canadian Journal of Psychiatry (6): 325–329. ISSN 0706-7437. doi:10.1177/070674379604100602. Consultado em 21 de janeiro de 2021
- Maser, Jack D; Patterson, Thomas (dezembro de 2002). «Spectrum and nosology: implications for DSM-V». Psychiatric Clinics of North America (4): 855–885. ISSN 0193-953X. doi:10.1016/s0193-953x(02)00022-9. Consultado em 21 de janeiro de 2021
- «O que mudou no DSM-5-TR? - PEBMED». portal.afya.com.br. Consultado em 15 de dezembro de 2025
- admin (5 de janeiro de 2025). «NOVOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE AUTISMO – TEA NA CID-11 E DSM-5-TR». Instituto Inclusão Brasil. Consultado em 15 de dezembro de 2025
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Ligações externas
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