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Síndrome de Diógenes
Distúrbio comportamental Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Síndrome de Diógenes é uma desordem caracterizada por extrema auto-negligência, descuido do lar, retirada social, apatia, acúmulo compulsivo de lixo ou animais. Os doentes também podem apresentar sintomas de catatonia.[1][2]

A condição foi reconhecida pela primeira vez por Macmillan & Shaw em 1966 e, posteriormente, designada síndrome de Diogenes por Clark et al. em 1975.[3][4] O nome deriva de Diógenes de Sinope, um filósofo grego antigo, um cínico e um minimalista absoluto, que apresentava maus hábitos de higiene, e supostamente morava em um grande vaso em Atenas. Diógenes não foi um acumulador, como também buscou companhia humana aventurando-se diariamente para a Ágora.[5] Portanto, este epônimo é considerado incorreto.[6][7][8] Outros termos possíveis são a demência senil, Síndrome de Plyushkin (em relação a um personagem de Gogol em sua novela Almas Mortas),[6] ruptura social e síndrome da miséria senil.[9] A deficiência do lobo frontal pode desempenhar um papel na síndrome (Orrell et al., 1989).[10]
Na síndrome de Diógenes, pode ainda, haver outras condições clínicas de comprometimento cognitivo relacionadas, como o transtornos de personalidade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a esquizofrenia, a anorexia nervosa, a depressão, AVC, síndrome de Tourette, dentre outras.[11][12][13]
É uma condição grave, que requer uma abordagem multiprofissional para tratamento.
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Histórico
A origem da síndrome é desconhecida, embora o termo "Diógenes" tenha sido cunhado por A. N. G. Clarke et al em meados da década de 1970 e tenha sido comumente usado desde então. A síndrome de Diógenes foi reconhecida mais proeminentemente como um fenômeno da mídia popular e não da literatura médica, pois englobava somente pacientes que eram levados a serviços de saúde. A descrição primária desta síndrome só havia sido mencionada por geriatras e psiquiatras. Atualmente, o termo síndrome de Diógenes é amplamente conhecido nesse meio e na literatura acadêmica.[3][4][14]
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Características e causas
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Perspectiva
A síndrome de Diógenes é um distúrbio que envolve acumulação de lixo e auto-negligência grave. Além disso, a síndrome é caracterizada pelo descaso doméstico, alienação social e recusa de ajuda. Foi demonstrado que a síndrome é causada como uma reação ao estresse experimentado pelo paciente. O intervalo de tempo em que a síndrome se desenvolve é indefinido, embora seja mais precisamente distinguido como uma reação ao estresse que ocorre no final da vida.[15][16]
Na maioria dos casos, observou-se que os pacientes tinham uma possessividade anormal e padrões de acumulação de maneira desordenada. Estes sintomas sugerem danos nas áreas pré-frontais do cérebro, devido à sua relação com a tomada de decisão. Embora em contraste, houve alguns casos em que os objetos acumulados foram organizados de uma maneira metódica, o que pode sugerir uma causa diferente de danos cerebrais.
Embora a maioria dos pacientes tenham sido observados como provenientes de lares com condições precárias e muitos foram confrontados com a pobreza por um longo período de tempo, essas semelhanças não são consideradas como uma causa definitiva para a síndrome. A pesquisa mostrou que alguns dos participantes com a condição tinham sólidos antecedentes familiares, bem como vida profissional bem sucedida. Metade dos pacientes possuíam nível de inteligência superior.[17] Isso indica que a síndrome de Diógenes não afeta exclusivamente aqueles que sofrem de pobreza ou aqueles que tiveram experiências traumáticas na infância.
A negligência severa que eles trazem sobre si geralmente resulta em colapso físico ou ruptura mental. A maioria dos indivíduos que sofrem da síndrome não se identifica até ser enfrentada essa fase de colapso, devido à sua predileção de recusar a ajuda de outros.[4]
Os pacientes são geralmente altamente inteligentes e os traços de personalidade que podem ser vistos com freqüência em pacientes diagnosticados com síndrome de Diógenes são agressividade, teimosia, desconfiança, mudanças imprevisíveis de humor, instabilidade emocional e percepção deformada da realidade.[16] A SD secundária está relacionada a distúrbios mentais.[16] A relação direta das personalidades dos pacientes com a síndrome não é clara, embora as semelhanças de personalidade sugiram caminhos potenciais para investigação.[16]
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Diagnóstico e neurologia
Os indivíduos que sofrem de síndrome de Diógenes geralmente exibem sinais de colecionismo, acumulação ou transtorno obsessivo-compulsivo. Indivíduos que sofreram danos ao cérebro, particularmente ao lobo frontal, podem ter maior risco de desenvolver a síndrome. Os lobos frontais são de particular interesse, porque são conhecidos por estarem envolvidos em processos cognitivos de ordem superior, tais como raciocínio, tomada de decisão e monitoramento de conflitos. A síndrome de Diógenes tende a ocorrer entre idosos. Os padrões comportamentais normalmente refletidos por aqueles que vivem com esse transtorno são sofrer de problemas funcionais significativos que estão correlacionados com a morbidade e a mortalidade.[18]
Estratégias de gestão
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Perspectiva
É eticamente difícil quando se trata de lidar com pacientes diagnosticados, pois muitos deles negam suas más condições e recusam tratamento. Os principais objetivos dos médicos são ajudar a melhorar o estilo de vida do paciente e o seu bem-estar, portanto os profissionais de saúde devem decidir por forçar ou não o tratamento ao paciente.
Em alguns casos, especialmente aqueles que incluem a incapacidade de se mover, os pacientes devem consentir à ajuda, uma vez que eles não conseguem cuidar de si mesmos. Hospitais ou lares são muitas vezes considerados o melhor tratamento nessas condições.
Quando sob cuidados, os pacientes devem ser tratados de uma maneira em que eles podem aprender a confiar nos profissionais de saúde. Por isso, os pacientes devem ser restritos no número de visitantes que são permitidos receber e serem limitados a um profissional de saúde. Alguns pacientes respondem melhor à psicoterapia, enquanto outros ao tratamento comportamental ou o cuidado terminal.[16]
Os resultados após a hospitalização tendem a ser pobres. Pesquisas sobre a taxa de mortalidade durante a internação mostraram que aproximadamente metade dos pacientes morre no hospital. Um quarto dos pacientes são enviados para casa, enquanto o outro quarto é colocado sob cuidados de longo prazo. Pacientes sob cuidados em hospitais e casas de repouso muitas vezes deslizam em recaída ou enfrentam a morte.[carece de fontes]
Existem outras abordagens para melhorar a condição do paciente. Creches têm sido muitas vezes bem sucedidas na melhoria do estado físico e emocional do paciente, bem como em ajudá-los com a socialização. Outros métodos incluem serviços dentro da casa do paciente, como a entrega de alimentos.[16]
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Veja também
Referências
Leituras Adicionais
Ligações externas
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