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Dinastia Chou
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Chou[1] ou Zhou[2] (em chinês: 周; romaniz.: em pinyin: Zhou; Wade-Giles: Chou)[3] foi uma das primeiras dinastias chinesas. Calcula-se que o início desta dinastia tenha se dado com a queda da Dinastia Shang, no final do século X ou IX a.C., e seu término com a ascensão da dinastia Qin, em 256 a.C. (ou 221 a.C.). A dinastia Chou foi a dinastia com maior duração em toda a história chinesa, e a tecnologia da Era do Ferro foi introduzida na China neste período.
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Mandato do Céu
Na tradição historiográfica chinesa, os líderes de Chou dissiparam a família Yin (Shang) e legitimaram seu domínio invocando o Mandato do Céu - noção segundo a qual o rei (o " filho do céu") governava por direito divino, mas a perda do trono indicaria que ele havia perdido o tal direito. O Mandato do Céu estabelecia que os Chou assumiam ascendência divina (Tiã-Huang-Shangdi) sobre a ascendência divina dos Shang (Shangdi). A doutrina explicava e justificava o fim da Dinastia Xia e Dinastia Shang, ao mesmo tempo que dava suporte à legitimidade dos governantes atuais e futuros. A Dinastia Chou foi fundada pela família Ji e tinha sua capital na cidade de Hao (ou Haojing, próxima da atual Xian). Possuindo o mesmo idioma e uma cultura similar à dos Shang, os primeiros reis Chou, através da conquista e colonização, gradualmente estenderam a cultura chinesa pelas terras bárbaras das Planícies Centrais.

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Fengjian
Na historiografia Ocidental, o período Chou é usualmente descrito como feudal, pois o descentralizado sistema dos Chou se assemelhava ao sistema medieval europeu. Entretanto, historiadores debatem acerca do termo feudal, surgido para referir-se a um contexto puramente e especificamente europeu. Portanto, o termo mais apropriado para classificar o sistema político de Chou seria da própria língua chinesa: sistema Fengjian. A organização do território era feita com base em estados subordinados, governados por homens eleitos pelo rei, geralmente conselheiros e generais de confiança, e por seus herdeiros. Os estados pagavam tributos à capital, onde o Filho do Céu governava como monarca absoluto. Também deviam fornecer soldados em tempo de guerra. No entanto, toda essa organização existiu de fato apenas durante o Período Chou Ocidental, após o qual perdeu sua relevância com o declínio do poder real diante dos estados ascendentes.
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Chou Ocidental e Oriental
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Perspectiva
Inicialmente, a família Ji foi capaz de controlar o reino firmemente. Em 771 a.C., depois que o rei You substituiu sua rainha pela concubina Baosi, a capital foi saqueada pelas forças conjuntas do pai da rainha, que era o poderoso marquês de Shen, além de forças do estado insatisfeito de Zeng dos odiosos bárbaros do oeste, os rong. O filho da rainha, Ji Yijiu, foi proclamado o novo rei pelos nobres dos estados insurgentes. A capital foi transferida para o leste em 770 a.C., para Wangcheng (na atual província de Honã), que era uma localidade mais modesta, porém distante da fronteira com os bárbaros e portanto mais segura contra possíveis ataques.
Devido a estas rupturas, historiadores comumente dividem a era Chou em Chou Ocidental (西周, pinyin Xī Zhōu), que vai da fundação do reino por Ji Fa em 1046 até o golpe de 771 a.C., e Chou Oriental (Chinês Tradicional: 東周 Chinês Simplificado: 东周, pinyin: Dōng Zhōu), que vai de 771 até 256 a.C., com a queda de Chou, ou ainda 221 a.C., quando o Império Qin foi consolidado. O ano exato do início de Chou Ocidental é ainda alvo de discussões: algo entre 1122, 1027 e outros anos entre o século XII e XI a.C. foram propostos. Historiadores chineses mencionam habitualmente o ano 841 a.C., baseados nos Registros do Historiador de Sima Qian., mas outros apontam o ano de 1 046 a.C. como o mais provável. O Período Chou Oriental é divido em dois subperíodos. O primeiro, iniciado em 771 e encerrado em 481 a.C., é chamado de Período de Primavera e Outono, em referência à uma famosa crônica histórica de sua época. O segundo subperíodo é chamado de Período dos Reinos Combatentes, quando o Filho do Céu perdeu o respeito que lhe restava entre os estados, após dois golpes que derrubaram os governantes dos dois estados mais leais, Jim e Chi.
Declínio
A partir do ataque de 771 a.C., o poder da corte de Chou gradualmente diminuiu, e a fragmentação do reino levou à uma calamidade de guerras entre os estados. Desde a morte de You, os reis de Chou reinavam apenas simbolicamente, e alguns nobres até mesmo deixaram de reconhecer a família Ji como detentora do Mandato Celeste, chegando a declarar-se reis de seus respectivos territórios. Finalmente, a dinastia foi derrubada em 256 a.C., quando Wangcheng e Chengzhou, as únicas cidades ainda sob poder do rei, foram conquistadas pelo Reino de Qin. O último pretendente ao trono de Chou, Hui de Chou, foi morto em 249 a.C.. Chi, o último estado combatente, foi conquistado em 221 a.C., por Qin Shihuang, que então declarou a fundação do Império Chinês. Por essa razão, as três datas podem ser aceitas para marcar o fim da dinastia Chou.
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Agricultura
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Perspectiva
A agricultura na dinastia Chou era bastante intensiva e em muitos casos controlada pelo próprio governo. Todas as terras cultivadas eram controladas pelos nobres, que as "emprestavam" para seus servos, de forma similar ao feudalismo europeu. Por exemplo, um pedaço de terra era dividido em nove partes na forma de uma "roda de água", jing (井), com os grãos da parte do meio ficando com o governo, e os das partes ao redor, ficando com os fazendeiros. Deste modo, o governo podia armazenar comida e distribuí-la em tempos de colheita ruim. Alguns importantes setores fabris do período incluíam a produção de bronze, que era utilizado integralmente na produção de armas e ferramentas agrícolas. Novamente, essas indústrias eram controladas pela nobreza, que dirigia a produção destes materiais.
Filosofia
Durante a dinastia Chou, têm se as origens da filosofia chinesa nativa que desenvolveu seus estágios iniciais a partir do século VI a.C. Os maiores filósofos chineses, aqueles que fizeram o maior impacto sobre as gerações posteriores de chineses, eram Confúcio, fundador do Confucionismo, e Laozi, fundador do Taoismo. Outros filósofos, teóricos e escolas de pensamento nesta época foram Mozi, fundador do Moísmo; Mêncio, um famoso confuciano que se expandiu sobre o legado de Confúcio; Shang Yang e Han Fei, responsáveis pelo desenvolvimento do Legalismo (a filosofia central da futura dinastia Qin); e Xun Zi, que era indiscutivelmente o centro da antiga vida intelectual chinesa durante o seu tempo, ainda mais do que figuras intelectuais icônicas como Mêncio.[4]
Li
Estabelecido durante o período ocidental, o sistema ritual Li Chinês tradicional: 禮; Chinês simplificado: 礼; pinyin: lǐ codificou uma compreensão dos costumes como uma expressão da hierarquia social, ética e regulação concernente a vida material; As práticas sociais correspondentes se tornaram idealizadas dentro da ideologia confucionista.
O sistema foi canonizado no Livro dos Ritos, Chouli, e Yili compêndios da dinastia Han (206 BC–220 AD), tornando-se assim o coração da ideologia imperial chinesa. Enquanto o sistema era inicialmente um corpo respeitado de regulamentos concretos, a fragmentação do período Chou ocidental levou o ritual a se dirigir para a moralização e formalização em relação a:
- As cinco ordens de nobreza chinesa.
- Templos ancestrais (tamanho, número legítimo de pavilhões)
- Regulamentos cerimoniais (número de vasos rituais, instrumentos musicais, pessoas na trilha dançante)
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Reis Chou
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Ver também
Referências
- SCHAFER, E. H. China antiga. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio Editora. 1979. p. 184.
- «Veja uma cronologia das dinastias chinesas». Folha de S. Paulo. 18 de fevereiro de 2003. Consultado em 13 de julho de 2022
- SCARPARI, M. Grandes civilizações do passado: China antiga. Barcelona. Ediciones Folio. 2006. p. 20.
- Schirokauer & Brown (2006), pp. 25–47.
Bibliografia
Ligações externas
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