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Dissidência

ato de desafiar ativamente uma doutrina, política ou instituição estabelecida Da Wikipédia, a enciclopédia livre

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Dissidência entende-se como uma expressão de discordância parcial ou total em relação às normas estabelecidas por indivíduos ou grupos. O termo comumente é relacionado a autoexclusão frente a norma “estabelecida” na sociedade ou em qualquer campo derivado. Uma pessoa dissidente manifesta a sua discordância, a partir de opiniões, crenças, filosofias, ações, sentimentos ou pensamentos.[1] O termo em si é bem antigo — vem do latim sentīre (“de sentir ou pensar”) com o prefixo negativo dis daí o significado de “aquele que está separado, distante”. Na atualidade, o termo vem evoluindo e se desenvolvendo dentro de diversas áreas.[2]

 Nota: Para o contexto religioso, veja Cisma.
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Religiosa

Como o termo desenvolve, a dissidência religiosa se manifesta a partir da expressão de discordâncias em relação à religião estabelecida (estado confessional).

Nesse contexto, a palavra é usada desde o século XVII na Inglaterra, para se referir às pessoas que não pertenciam à Igreja Anglicana (protestantes) — Dissidentes Ingleses ou não conformistas.[1]

Resumir
Perspectiva

Política

A Dissidência política se manifesta a partir de insatisfação ou oposição às políticas de um órgão governamental. Ela pode se expressar de diversas formas, desde desacordo verbal até a desobediência civil.[3][4] O termo é aplicado particularmente às dissidências ocorridas em regimes autoritários e totalitários.[3]

Embora análogo, o termo "dissidência" não é sinônimo para oposição, que denota um grupo maior e estável que discorda do poder estabelecido mas não o enfrenta com métodos ilegais nem se exclui. Em geral, dissidência é o nome dado a minorias que discordam do regime[3] e, muitas vezes, optam por se excluir do enfrentamento, abandonando o país e denunciando-o no exílio.

O termo é usado desde 1940, coincidindo com a consolidação da União Soviética como potência sendo designado aos cidadãos que criticavam as práticas ou a autoridade do Partido Comunista (Dissidentes Soviéticos).[5]

No Brasil, apesar da popularização do termo ter se dado a partir do século XXI, existem diversas histórias de indivíduos e coletividades que desafiaram as normas sociais, morais e políticas impostas pela Ditadura Militar (1964-1985). Mesmo após o fim do regime, as práticas institucionais de violência, de repressão e de exclusão de alguns grupos sociais continuaram a atingir pessoas dissidentes.

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Sexo e gênero

A dissidência também se expressa nas esferas de gênero e sexualidade, quando indivíduos ou coletividades contestam normas sociais e culturais dominantes. No contexto da heteronormatividade imposta socialmente, às práticas e vivências queer representam exemplos de dissidência ao desafiarem concepções tradicionais sobre gênero, orientação sexual e estrutura familiar.

Arte Dissidente

A arte dissidente questiona, critica ou desafia valores e estruturas estabelecidas, refletindo a amplitude do termo.

No Brasil, encontramos diversas exposições e pesquisas abordando o tema e demonstrando diferentes explorações. Um exemplo é a exposição Vidas dissidentes em ditadura: repressão, imaginário social, que mostra diferentes experiências dissidentes durante a ditadura militar por meio de documentos históricos, depoimentos e registros audiovisuais.[6]

Outro seria o Livro de Claudia Calirman Práticas Dissidentes: Artistas Brasileiras, 1960-2020 examina 60 anos das artes visuais de 18 artistas mulheres brasileiras abordando uma multiplicidade de temas contra a censura, a violência do Estado, a desigualdade social, o racismo sistêmico, a brutalidade policial e a exclusão de grupos marginalizados.[7]

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Ver também

Procure por dissidência, dissidente, ou dissentir no Wikcionário, o dicionário livre.

Referências

  1. «DISSIDÊNCIA | cceia». edtl.fcsh.unl.pt. Consultado em 12 de agosto de 2025. Cópia arquivada em 24 de maio de 2025
  2. Perlman, Merrill. «The difference between protest and dissent». Columbia Journalism Review (em inglês). Consultado em 12 de agosto de 2025
  3. Sara Goméz Armas (13 de março de 2016). «Visita de Obama reacende divisão na dissidência interna em Cuba - Notícias - UOL Notícias». Noticias.uol.com.br. Consultado em 15 de março de 2016
  4. Vasconcelo Quadros (19 de janeiro de 2015). «Dissidência da Rede cria partido para tentar catalisar movimentos sociais - Política - iG». UltimoSegundo.iG.com.br. Consultado em 15 de março de 2016
  5. Barber, John (outubro de 1997). «Opposition in Russia». Government and Opposition (em inglês) (4): 598–613. ISSN 0017-257X. doi:10.1111/j.1477-7053.1997.tb00448.x. Consultado em 12 de agosto de 2025
  6. Calirman, Fabiana Lopes, Revista ZUM, Claudia (24 de agosto de 2023). «Entrevista: Claudia Calirman e as práticas dissidentes de artistas brasileiras». ZUM. Consultado em 12 de agosto de 2025
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Ligações externas

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