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Ernst Jünger

filósofo alemão Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Ernst Jünger
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Ernst Jünger (Heidelberg, 29 de março de 1895Riedlingen, 17 de fevereiro de 1998) foi um militar, escritor, filósofo, radical aristocrata e entomologista alemão. Jünger manteve uma filosofia consistente ao longo de sua vida longeva (ele morreu em 1998, aos 102 anos). Ele se opôs ao que era e é comum a todas as ideologias modernas — a opressão espiritual do homem e a visão do homem como máquina, como instrumento para fins utópicos; apesar de ter escrito contra valores liberais, a democracia e a República de Weimar e seus livros terem sido populares entre os nazistas[1] A filosofia de Jünger está alinhada com o "niilismo ativo" de Friedrich Nietzsche e o "império da técnica" de Heidegger, a quem Jünger influenciou profundamente.

Factos rápidos Nascimento, Morte ...

Jünger terminou a vida como uma figura literária honrada, embora os críticos continuassem a acusá-lo de glorificar a guerra como uma experiência transcendental em algumas de suas primeiras obras. Ele foi um militarista fervoroso e uma das figuras mais complexas e contraditórias da literatura alemã do século XX [2]

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Vida

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Depois de uma adolescência agitada e de uma fuga, em 1913, aos dezesseis anos, para se engajar na Legião Estrangeira, quando pode conhecer a África, acabou sendo trazido pelo pai, de volta à Alemanha. Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, apresentou-se como voluntário ao exército alemão e serviu na Frente Ocidental durante todo o conflito, destacando-se por sua bravura. Promovido a suboficial e, depois, a oficial (tenente), foi ferido pelo menos sete vezes. Em 22 de setembro de 1918, aos 23 anos de idade, recebeu, a mais alta condecoração militar da Prússia - a cruz Pour le Mérite, informalmente chamada Blauer Max('Max Azul').[3][4][5]

Após a guerra, publicou, em 1920, In Stahlgewittern ('Tempestades de Aço'), um romance em forma de diário, com lembranças de sua vida nas trincheiras e das experiências em combate, como comandante de companhia. Em uma voz desapaixonada e objetiva, Jünger descreve o heroísmo e o sofrimento dele e de seus companheiros, nos combates brutais na Frente Ocidental. Tempestades de Aço foi um sucesso de crítica e público na Alemanha e em outros países. André Gide chegou a escrever que a obra de Ernst Jünger era incontestavelmente o mais belo livro sobre a guerra de 1914 que ele havia lido.[3][4][5]

Dois anos depois, publicou Der Kampf als inneres Erlebnis (“Combate como experiência interna”).[3][4][5]

Após ser dispensado do exército em 1923, Jünger estudou zoologia e botânica nas universidades de Leipzig e Nápoles. Ele publicou mais lembranças e reflexões sobre suas experiências de guerra em Das Wäldchen (1925; “O Bosque”) e Feuer und Blut (1925; “Fogo e Sangue”).[3][4][5]

Apesar de seu militarismo, sua preferência por um governo autoritário e seus ideais nacionalistas radicais, Jünger resistiu às ofertas de amizade de Adolf Hitler no final da década de 1920 e se recusou a aderir ao movimento nazista mesmo depois que o partido chegou ao poder na Alemanha em 1933. Além disso, durante a chancelaria de Hitler, ele escreveu uma alegoria crítica ao nazismo, sobre a devastação bárbara de uma terra pacífica no romance Auf den Marmorklippen (1939; On the Marble Cliffs ), que, surpreendentemente, passou pelos censores e foi publicado na Alemanha.[3][4][5]

Sondado pelo partido nazista devido a seu passado de combatente e seus escritos políticos nacionalistas, ele recusou qualquer envolvimento. Depois de 1933 a Gestapo passou a vigiá-lo. Mudou-se para uma aldeia, Goslar, nas montanhas Harz; depois se radicou em Überlingen.[3][4][5]

Em 1934 publica a sua primeira denúncia ao racismo fascista em seu texto "Blaetter und Steine" (Folhas e pedras). Em seguida realizou uma série de viagens: à Noruega em 1935, ao Brasil, Ilhas Canárias e Marrocos em 1936.[3][4][5]

Durante a Segunda Guerra Mundial em Paris ocupada, mais precisamente desde 1941 Jünger freqüentou os salões literários e de fumadores de ópio, o que permitiu que aos poucos se ligasse aos oficiais insatisfeitos com Hitler.[3][4][5]

Em 1943 ele se voltou abertamente contra o totalitarismo nazista e seu objetivo de conquista do mundo, como retratado em Der Friede (“A Paz”). Jünger foi demitido do exército em 1944 depois de ter sido indiretamente vinculado a oficiais que planejaram matar Hitler. Alguns meses depois, seu filho morreu em combate na Itália depois de ter sido condenado a um batalhão penal por motivos políticos.[3][4][5]

No ano seguinte contactou com André Gide e Julien Green. Em 1939, mudara-se para Kirchhorst na Baixa Saxônia e é publicada a obra-prima Nos Penhascos de Mármore, romance alegórico que denuncia a barbárie perpetrada pelo Nazismo. Mais do que a denúncia de um regime autoritário, o romance ilustra de maneira sutil as forças que se estabelecem num regime ditatorial.[3][4][5]

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Fotografia

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Os fotolivros de Ernst Jünger são acompanhamentos visuais de seus escritos sobre tecnologia e modernidade. Os sete livros de fotografia que Jünger publicou entre 1928 e 1934 são representativos do período mais militarista e radicalmente de direita em sua escrita. Os primeiros fotolivros de Jünger, Die Unvergessenen (O Esquecido, 1929) e Der Kampf um das Reich (A Batalha pelo Reich, 1929) são coleções de fotografias de soldados mortos na Primeira Guerra Mundial e da frente da Guerra Mundial, muitas das quais ele mesmo tirou. Ele também contribuiu com seis ensaios sobre a relação entre guerra e fotografia em um fotolivro de imagens de guerra chamado Das Antlitz des Weltkrieges: Fronterlebnisse deutscher Soldaten (A Face da Guerra Mundial: Experiências de Frente dos Soldados Alemães, 1930) e editou um volume de fotografias que tratam da Primeira Guerra Mundial, Hier spricht der Feind: Kriegserlebnisse unserer Gegner (A Voz do Inimigo: Experiências de Guerra de nossos Adversários, 1931). Jünger também editou uma coleção de ensaios, Krieg und Krieger (Guerra e Guerreiros, 1930, 1933) e escreveu o prefácio de uma antologia fotográfica de aviões e vôo chamada Luftfahrt ist Not! (Voar é imperativo! [ou seja, uma necessidade], 1928).[6]

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Bibliografia

em Português

  • Sobre as Falésias de Mármore, trad. Carlos Sampaio, Estúdios Cor, Lisboa, 1973. Existe outra tradução desta obra, de Rafael Gomes Filipe, publicada pelas Edições Vega, Lisboa.
  • Drogas Embriaguez e Outros Temas, trad. Margarida Homem de Sousa, rev. Rafael Gomes Filipe e Roberto de Moraes, Arcádia, Lisboa, 1977. Obra reeditada em 2001 pela Relógio d'Água.
  • Eumeswil, trad. Sara Seruya, Editora Ulisseia, Lisboa, s. d.
  • Heliópolis, trad. Aulyde Soares Rodrigues, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1981.
  • Um Encontro Perigoso, trad. Ana Maria Carvalho, rev. Rafael Gomes Filipe, Difel, Lisboa, 1987.
  • O Problema de Aladino, trad. Ana Cristina Pontes, Edições Cotovia, Lisboa, 1989.
  • O Coração Aventuroso (segunda versão) Figuras e Caprichos, trad. Ana Cristina Pontes, Edições Cotovia, Lisboa, 1991.
  • O Passo da Floresta, trad. e posfácio Maria Filomena Molder, BCF Editores, Lisboa, 2021 .
  • O Trabalhador - Domínio e Figura, trad. Alexandre Franco de Sá, Hugin, Lisboa, 2000.
  • A Guerra como Experiência Interior, trad. Armando Costa e Silva, rev. Roberto de Moraes, Ulisseia, Lisboa, 2004.
  • Nos Penhascos de Mármore, trad. Tercio Redondo, Editora Cosac-Naify, prefácio de Antonio Candido, posfácio de Tercio Redondo, São Paulo, 2008.

em alemão

  • In Stahlgewittern (1920)
  • Der Kampf als inneres Erlebnis (1922)
  • Sturm (1923)
  • Feuer und Blut (1925)
  • Das Wäldchen 125 (1925)
  • Das abenteuerliche Herz. Aufzeichnungen bei Tag und Nacht (1929)
  • Der Arbeiter. Herrschaft und Gestalt (1932)
  • Blätter und Steine (1934)
  • Afrikanische Spiele (1936)
  • Das abenteuerliche Herz. Figuren und Capricios (1938)
  • Auf den Marmorklippen (1939)
  • Gärten und Straßen (1942)
  • Myrdun. Briefe aus Norwegen (1943)
  • Der Friede. Ein Wort an die Jugend Europas und an die Jugend der Welt. (1945)
  • Atlantische Fahrt (1947)
  • Sprache und Körperbau (1947)
  • Ein Inselfrühling (1948)
  • Heliopolis. Rückblick auf eine Stadt (1949)
  • Strahlungen (1949)
  • Am Kieselstrand (1950)
  • Über die Linie (1951)
  • Der Waldgang (1951)
  • Besuch auf Godenholm (1952)
  • Der gordische Knoten (1953)
  • Das Sanduhrbuch (1954)
  • Am Sarazenturm (1955)
  • Rivarol (1956)
  • Gläserne Bienen (1957)
  • Jahre der Okkupation (1958)
  • An der Zeitmauer (1959)
  • Der Weltstaat (1960)
  • Typus, Name, Gestalt (1963)
  • Grenzgänge. Essays. Reden. Träume (1966)
  • Subtile Jagden (1967)
  • Sgraffiti (1969)
  • Ad hoc (1970)
  • Annäherungen. Drogen und Rausch (1970)
  • Die Zwille (1973)
  • Zahlen und Götter. Philemon und Baucis. Zwei Essays (1974))
  • Eumeswil (1977)
  • Siebzig verweht I (1980)
  • Siebzig verweht II (1981)
  • Aladins Problem (1983)
  • Maxima - Minima, Adnoten zum 'Arbeiter' (1983)
  • Autor und Autorschaft (1984)
  • Eine gefährliche Begegnung (1985)
  • Zwei Mal Halley (1987)
  • Die Schere (1989)
  • Prognosen (1993)
  • Siebzig verweht III (1993)
  • Siebzig verweht IV (1995)
  • Siebzig verweht V (1997)
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Referências

  1. Haywood, Charles (28 de fevereiro de 2022). «On the Marble Cliffs (Ernst Jünger) - The Worthy House • Towards A Politics of Future Past» (em inglês). Consultado em 30 de março de 2025
  2. «Ernst Jünger | German WWI Writer & Philosopher | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 10 de outubro de 2024
  3. «Ernst Jünger | German WWI Writer & Philosopher | Britannica». www.britannica.com (em inglês). 25 de março de 2025. Consultado em 30 de março de 2025
  4. Heimo Schwilk (ed.), Ernst Jünger: Leben und Werk in Bildern und Texten, Klett-Cotta, 2010
  5. Helmuth Kiesel, Ernst Jünger: Die Biographie, Siedler Verlag, 2009
  6. Gil, Isabel Capeloa. 2010. "The Visuality of Catastrophe in Ernst Jünger's Der gefährliche Augenblick and Die veränderte Welt". KulturPoetik. 10 (1): 62–84.
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Ligações externas

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