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Hisdá
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Hisda (em hebraico: חסדא; romaniz.: Ḥisda; m. 308-309, segundo Xerirá ben Haniná, ou 300, segundo Abraão ibne Daúde) foi um amora da terceira geração, mencionado com frequência no Talmude.
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Perspectiva
Hisda descendia de uma família sacerdotal Estudou com Abá Aricá, que foi seu principal mestre; após a morte deste, passou a frequentar as lições de Huna, seu companheiro e da mesma idade. Ele e Huna eram chamados "os piedosos da Babilônia"; figurava também entre aqueles justos (ẓaddiḳim) que podiam fazer cair a chuva por meio de suas preces. No início foi tão pobre que se abstinha de comer legumes, pois estes excitavam o apetite; e, quando caminhava por lugares espinhosos, erguia as vestes, dizendo: "Os ferimentos em minhas pernas cicatrizam por si mesmos, mas os rasgos em minhas roupas não". Mais tarde, como cervejeiro, tornou-se rico. Aos dezesseis anos casou-se com a filha de Hanã bar Raba, com quem teve sete ou mais filhos e duas filhas. Um de seus discípulos, Raba, tornou-se seu genro.[1]
Hisda contribuiu enormemente para o prestígio da escola de Huna em Sura, mas sua acuidade acabou causando, de forma indireta, uma ruptura entre ele e Huna. A separação teve origem numa questão levantada por Hisda acerca das obrigações de um discípulo para com um mestre a quem ele é indispensável. Huna percebeu o alcance da pergunta e respondeu: "Hisda, eu não preciso de ti; és tu que precisas de mim!". Quarenta anos se passaram antes que se reconciliassem. Apesar disso, Hisda manteve grande estima por Huna e, embora tivesse fundado uma escola — construída às suas expensas — em Mata Measia quatro anos antes da morte de Huna, nunca publicou qualquer decisão durante a vida deste. Mais tarde, Huna veio a reconhecer o mérito de Hisda e recomendou a seu filho Rabá que assistisse às suas lições.[1]
Hisda presidiu a Academia de Sura por dez anos após a morte de Judá bar Ezequiel, ou após a morte de Huna, segundo Abraão ibne Daúde. Conservou sempre profundo respeito pela memória de Rabe, a quem se referia como "nosso grande mestre, que Deus o assista". Certa vez, segurando as dádivas destinadas ao sacerdote, declarou que as entregaria àquele que pudesse citar uma halacá até então desconhecida em nome de Rabe. As halacás de Hisda são frequentes no Talmude Babilônico, algumas transmitidas em nome de seus discípulos. Seu principal oponente foi Xexete. Além de deduzir suas halacás de maneira casuística, Hisda distinguia-se por derivá-las menos do Pentateuco do que de outras partes da Bíblia.[1]
Hisda foi também uma autoridade em hagadá e empregava assistentes especiais para lecionar nessa área. Muitas de suas sentenças éticas foram preservadas, em sua maioria dirigidas a estudantes. Podem ser citadas, entre outras, as seguintes: "A indulgência de um pai para com seu filho pode ser permitida, mas não a indulgência de um mestre para com seu discípulo"; "Quem se opõe a seu mestre é como se se opusesse à Xequiná". Conta-se que o Anjo da Morte, não conseguindo aproximar-se de Hisda porque este jamais cessava de estudar, fendeu o tronco de um cedro. Aterrorizado pelo ruído, Hisda interrompeu seus estudos, e então o anjo tomou-lhe a alma. Ele morreu aos 90 anos, em 308-309, segundo Xerirá ben Haniná, ou 300, segundo Abraão ibne Daúde.[2]
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Referências
- Singer & Seligsohn 1906, p. 422.
- Singer & Seligsohn 1906, p. 422-423.
Bibliografia
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