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I've Been to the Mountaintop

discurso final de Martin Luther King Jr., proferido em 3 de Abril de 1968 em Memphis, Tennessee Da Wikipédia, a enciclopédia livre

I've Been to the Mountaintop
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"I've Been to the Mountaintop" (em tradução livre: Eu Estive No Topo da Montanha) é o nome popular do discurso final proferido por Martin Luther King Jr.[1] em 3 abril 1968, no Mason Temple (sede da Church of God in Christ) em Memphis, Tennessee.[2]

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A placa fora do local do discurso, Mason Temple em Memphis, Tennessee

O discurso trata principalmente da greve dos trabalhadores de saneamento de Memphis. King pede união, ações econômicas, boicotes e protesto não violento, ao mesmo tempo em que desafia os Estados Unidos a cumprir seus ideais. Ao final do discurso, ele aborda a possibilidade de uma morte prematura.

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Trechos do discurso de King

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Perspectiva

A respeito da greve, King declarou que

Citação: O problema é a injustiça. O problema é a recusa de Memphis em ser justa e honesta em seu tratamento com seus servidores públicos, que por acaso são trabalhadores de saneamento.[3]

Ele alertou os manifestantes para não recorrerem à violência, sob o risco de que a questão da injustiça fosse ignorada por causa do foco na violência. King argumentou que as demonstrações pacíficas eram o melhor caminho, o único modo de garantir que suas exigências fossem ouvidas e atendidas.

Excerto adaptado do último discurso de King

Sobre o Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos, King exigiu que os Estados Unidos defendessem todos os seus cidadãos, conforme prometido na Constituição dos Estados Unidos e na Declaração de Independência, afirmando que jamais desistiria até que esses direitos naturais fossem protegidos:

Citação: Em algum lugar eu li sobre a liberdade de reunião. Em algum lugar eu li sobre a liberdade de expressão. Em algum lugar eu li sobre a liberdade de imprensa. Em algum lugar eu li que a grandeza da América é o direito de protestar pelo que é certo. E assim como eu disse, não vamos deixar cães ou mangueiras de água nos fazerem voltar atrás. Não vamos deixar nenhuma liminar nos fazer voltar atrás. Nós vamos seguir em frente.[3]

No que diz respeito aos boicotes econômicos, King defendeu o boicote a produtos de empresários brancos como forma de protesto não violento. Ele disse que o negro individualmente é pobre, mas juntos eles são uma potência econômica, e deveriam usar esse poder para interromper o apoio a grupos racistas e, em vez disso, fortalecer empresas negras. Embora as indústrias pudessem não dar ouvidos aos protestos, seriam obrigadas a ouvir os boicotes para não serem levadas à falência. King citou várias empresas como alvos do boicote:

Citação: Vão até seus vizinhos e peçam para não comprarem Coca-Cola em Memphis. Vão e digam para não comprarem leite Sealtest. Digam para não comprarem – qual é o outro pão? Wonder Bread. E qual é a outra empresa de pão, Jesse? Digam para não comprarem o pão Hart. Como Jesse Jackson disse, até agora, apenas os lixeiros estão sentindo dor; agora nós precisamos, de certa forma, redistribuir a dor.[3]

Numa outra mensagem defendendo a união e a partilha de fardos, King invocou a história bíblica da Parábola do Bom Samaritano, em que um viajante judeu ferido é socorrido por um samaritano, apesar da tensão entre seus respectivos grupos etnorreligiosos. Essa história já chamava a atenção de King em seus trabalhos no Movimento pelos Direitos Civis por pelo menos meio decênio antes disso, devido ao seu ensinamento de que é preciso olhar além das características demográficas de alguém em necessidade, ou do impacto que ajudar o próximo pode ter na própria vida, e priorizar o ideal moral de Amar ao Próximo.[4]

Citação: Então a primeira pergunta que o sacerdote fez – a primeira pergunta que o levita fez foi: “Se eu parar para ajudar este homem, o que acontecerá comigo?” Mas então veio o Bom Samaritano. E ele inverteu a pergunta: “Se eu não parar para ajudar este homem, o que acontecerá com ele?” Essa é a questão diante de vocês esta noite. Não, “Se eu parar para ajudar os trabalhadores do saneamento, o que acontecerá com meu emprego. Não, ‘Se eu parar para ajudar os trabalhadores do saneamento, o que acontecerá com todas as horas que normalmente passo no meu escritório todo dia e toda semana como pastor?’ A questão não é, ‘Se eu parar para ajudar este homem em necessidade, o que acontecerá comigo?’ A questão é, ‘Se eu não parar para ajudar os trabalhadores do saneamento, o que acontecerá com eles?’ Essa é a questão.[3]

Perto do final do discurso, King referiu-se às ameaças contra sua vida e usou uma linguagem que prenunciava profeticamente sua morte iminente, mas tranquilizou o público de que não temia morrer pelo que acreditava:

Citação: Bem, eu não sei o que acontecerá agora. Temos alguns dias difíceis pela frente. Mas isso realmente não importa mais para mim, porque eu estive no topo da montanha. E isso não me incomoda. Como qualquer pessoa, eu gostaria de viver uma vida longa; longevidade tem seu lugar. Mas não estou preocupado com isso agora. Eu só quero fazer a vontade de Deus. E Ele me permitiu subir a montanha. E eu olhei do outro lado. E eu vi a Terra Prometida! Talvez eu não chegue lá com vocês, mas quero que saibam esta noite, que nós, como povo, chegaremos à Terra Prometida! Então estou feliz esta noite, não estou preocupado com nada! Não tenho medo de homem algum! Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor![3]

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Referências bíblicas

A linguagem ‘profética’ usada por King faz referência a eventos descritos no livro bíblico de Deuteronômio. Nele, Moisés, o líder do povo de Israel, conduz o povo rumo à vida na Terra Prometida. Antes, porém, de chegarem lá, Deus informa a Moisés que, devido a um incidente em que ele não confiou em Deus (por exemplo, Nm 20:11), ele não entraria na terra, mas apenas a veria de longe.

Citação: Então Moisés subiu ao Monte Nebo... Ali o Senhor lhe mostrou toda a terra... Então o Senhor disse a ele: "Esta é a terra que prometi sob juramento a Abraão, Isaque e Jacó... Eu lhe permitirei vê-la com seus próprios olhos, mas você não atravessará para dentro dela." escreveu: «Deuteronômio 34:1–4»

Pouco depois, Moisés morre, e seu sucessor Josué conduz o povo até a Terra Prometida.

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Referências

Ligações externas

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