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Ideograma
símbolo gráfico que representa uma ideia ou conceito Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Um ideograma (do grego "ιδεω": "ideia"; + "γράμμα": "carácter", "letra"; "simbologia da letra") é um símbolo gráfico utilizado em uma dada língua para representar um objeto ou uma ideia (conceito abstrato).[1] Contudo, a ideia de uma escrita puramente conceitual, como sugere a etimologia de "ideograma", tem sido muito questionada[2].
Segundo Mark Weeden, pesquisador das antigas línguas da região do Oriente Médio, os ideogramas seriam um conjunto interno aos logogramas, que por sua vez, seriam grafemas capazes de expressar sentido completo independentemente da língua em si[2]. Isto contrasta diretamente com fonogramas, no qual advém diretamente do som gerado para um dado conceito a partir de um língua. E torna os pictogramas, assim como os ideogramas, uma subespécie dos logogramas, com a diferença de representarem a imagem do objeto no grafema.
Exemplos de ideogramas são:
- Números e símbolos matemáticos ( < 1 >"um", < 2 >"dois", < + >"soma").
- Alguns carácteres tipográficos como o <&> "e comercial", ⟨€⟩ "euro", ⟨©⟩ "copyright"
Os sistemas de escrita ideográficos originaram-se na antiguidade, antes dos alfabetos e dos abjads.
Como exemplos de escritas geralmente associados à ideografia podemos citar os hieróglifos do antigo Egito, a escrita linear B de Creta e a escrita maia, assim como os caracteres Hànzi utilizados em chinês e japonês[nota 1], mas como não é possível generalizar uma forma de escrita inteira a apenas ideogramas, evidencia-se uma necessidade de ao menos abordar alguns dos casos com um pouco mais de cuidado.
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Hieróglifos
Os hieróglifos, apesar de serem comumente associados a uma escrita ideográfica/logográfica, não se resumiam a isso, na verdade eram muito mais complexos, havendo uma mescla de pictogramas e fonogramas. Andrew Robinson, escritor e jornalista aponta para a variedade de funções que um grafema pode ter. Mesmo que a figura do grafema seja reconhecível, como um pássaro ou uma serpente, sendo então um pictograma, a figura representada não necessariamente vai revelar o sentido do signo. Ou seja, mesmo que a forma do grafema seja "motivada" (pictograma) o sentido do signo pode residir (ou não), a uma parte fonética ou simplesmente semântica[2]. Exemplo dessa mescla fonética e semântica ocorre também na escrita cuneiforme dos Sumérios o dingir ⟨𒀭⟩ pode representar tanto a palavra diĝir 'divindade' quanto An ou a palavra 'céu'[3]
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Hànzi e os sistemas de escrita japoneses
Resumir
Perspectiva
O Hànzi, forma de escrita chinesa, foi adotado pelos povos da região como os japoneses e coreanos. O Hànzi, sistema de grafia não fonético e que difere das escritas já pré-existentes pelos povos que a adotaram provocou uma mudança que, no caso dos japoneses foi a formação de dois silabários.
A respeito da escrita chinesa, David Richard Olson, psicólogo canadense que estuda o desenvolvimento cognitivo, aponta que inventar signos para representar objetos nem sempre é uma tarefa fácil. Para isso, o princípio aplicado na fonografia foi adotado. Pega-se emprestado uma grafia que retrata um outro objeto que, por acaso, soa parecido, assim formando um outro grafema composto para representar a palavra que não se conseguia antes. Entretanto, aplicar essa ideia em toda a língua resultaria em um sistema de escrita ambíguo, ou seja, um sistema que muitas palavras teriam a mesma leitura, ainda mais no caso do chinês que detém muitas palavras homófonas[2].
A grafia composta, que mescla o som de uma palavra para compor um conceito mais difícil de se representar também ocorre no japonês. A forma para transpor a ambiguidade, diferentemente da implementada no hànzi, foi a formação de dois silabários, o katakana e o hiragana, e a composição de ideogramas para formar um outro, como é apresentado abaixo:
Outro exemplo que podemos trazer é o do ideograma 日 que pode ser traduzido como ou relacionado às ideias de “sol”, “dia” e “Japão”; ou 明 que pode ser “luz”, “claro”, “brilhante”, “alegre”, “abrir”, “seguinte” – apenas a situação e/ou o uso continuado irá definir qual o sentido empregado.[2]
O determinativo também é um tipo de ideograma, usado para marcar categorias semânticas de palavras em textos logográficos, o que ajuda a desambiguar a interpretação. Eles não têm uma contrapartida direta na linguagem falada, embora possam derivar historicamente de glifos para palavras reais, e funcionalmente se assemelham a classificadores no leste asiático e nas línguas de sinais.[4] São mais usados no Japão e na China.
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Ver também
Notas
- Recentemente, o linguista J. Marshall Unger desmascarou a tese que cada caractere chinês tem um significado (é um ideograma). Ver seu livro Ideogram: Chinese Characters and the Myth of Disembodied Meaning (Honolulu: University of Hawai'i Press, 2004
Referências
- «O que vem a ser o ideograma?». a fonte de informação. Consultado em 10 de março de 2023
- Corrêa, Elisa Figueira de Souza (2020). «O GRAFEMA DAS ESCRITAS NÃO-FONÉTICAS: HIEROGLIFO, PICTOGRAMA, LOGOGRAMA, IDEOGRAMA?». PRINCIPIA (41): 21–21. ISSN 2358-7326. doi:10.12957/principia.2020.58991. Consultado em 1 de dezembro de 2025
- Woodard, Roger D., ed. (2008). The ancient languages of Mesopotamia, Egypt and Aksum. Cambridge ; New York: Cambridge University Press
- Rude, Noel, "Graphemic classifiers in Egyptian hieroglyphics and Mesopotamian cuneiform", in Noun Classes and Categorization, edited by Colette G. Craig, pp. 133-138. Amsterdam: John Benjamins, 1986.
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