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Mandarim padrão
língua sino-tibetana Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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O mandarim padrão, mais especificamente a língua chinesa moderna padrão, (chinês simplificado: 现代标准汉语; chinês tradicional: 現代標準漢語; pinyin: Xiàndài biāozhǔn hànyǔ) é uma língua oficial da China continental (República Popular da China), das regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, da ilha de Taiwan (administrada pela República da China) e de Singapura.[5][6]
Com mais de um bilhão de falantes, o mandarim é o idioma materno mais comum do mundo e, consequentemente, o mais falado da família sinítica.[7] Esses são fatores que, para além da influência da China, caracterizam a língua chinesa como de altíssima relevância social e geopolítica, sendo um dos idiomas oficiais da Organização das Nações Unidas, da Organização para Cooperação de Xangai e do BRICS.[8][9][10]
Apesar da padronização da língua chinesa ter se originado ainda no século V com o chinês clássico literário, essa política só foi conduzida de modo bem-sucedido na língua falada a partir de 1926, já sob a República da China (Governo Nacional-KMT). Entretanto, a Guerra Civil Chinesa e as subsequentes vitória do Partido Comunista da China, com a fundação da república popular em 1949, e exílio do Kuomintang para a ilha de Formosa (Taiwan) dividiram a organização padrão da língua chinesa. Assim, as múltiplas reformas da língua chinesa conduzidas pela administração de Zhou Enlai, na presidência de Mao Zedong, como a simplificação dos caracteres e o alfabeto fonético pinyin não são amplamente difundidas nos territórios controlados pela República da China. Essa situação geopolítica somada às independências de países com expressiva população chinesa, como Singapura e Malásia, categorizam a língua chinesa como eminentemente pluricêntrica.[6][11][12]
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Nomenclatura
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Devido ao seu caráter historicamente pluricêntrico, o mandarim padrão possui múltiplos nomes vernaculares. O uso do próprio nome mandarim para a língua chinesa tem sua origem na ocidentalização de guānhuà (官话; 官話), literalmente língua dos burocratas (mandarins). Por sua vez, o uso da nomenclatura de mandarim para os burocratas da China imperial vem do aportuguesamento da palavra malaia menteri (منتري), a qual tem origem no sânscrito.[13]
Na Grande China, o principal[8][14] endônimo para a língua chinesa é hànyǔ (汉语; 漢語), significando língua do povo han, o grupo étnico majoritário. Outros nomes nativos como zhōngwén (中文; 中文), literalmente língua chinesa, e zhōngguóhuà (中国话; 中國話), língua da China, são sinônimos para esse sentido das línguas chinesas em geral. Além disso, o nome huáyǔ (华语; 華語) é utilizado nas comunidades chinesas do Sudeste Asiático e pode se referir tanto às línguas da China em geral ou, mais especificamente, ao mandarim padrão (principalmente em Singapura e na Malásia).
O nome guóyǔ (国语; 國語), significando língua nacional, é a nomenclatura histórica para o mandarim padrão do final da dinastia Qing e da República da China (1912–1949), sendo utilizado atualmente em Taiwan. Esse termo emergiu no contexto das Reformas Tardias, quando a dinastia Qing tentou, em sua última década, conter os revolucionários e superar o século de humilhação. Assim, o wényán (文言; 文言), o chinês clássico literário, passou a ser entendido como uma nomenclatura arcaica do governo dinástico e, por isso, a iniciativa de adotar um nome que refletisse a modernidade e a formação do Estado nacional chinês foi aceita pelo Zizhengyuan, o parlamento consultivo imperial.[6][14][15]
Entretanto, o nome adotado para o mandarim padrão na China continental é pǔtōnghuà (普通话; 普通話), significando língua comum. Essa diferença é diretamente derivada do processo histórico da Revolução Chinesa e das reformas conduzidas pelo governo comunista. Com o fim da Segunda Guerra Sino-Japonesa e da Guerra Civil Chinesa, a reconstrução da China sob os comunistas revelou que o guóyǔ, por ter absorvido muito do vocabulário do chinês clássico literário, não representava a linguagem utilizada pelo povo. Nesse sentido, as revisões linguísticas promovidas pela República Popular da China tenderam a favorecer a incorporação do uso cotidiano do idioma. Isso, portanto, foi transmitido ao nome oficial da língua, resgatando o termo pǔtōnghuà das obras de Zhu Wenxiong, que o utilizou para diferenciar a língua falada da língua escrita (chinês clássico literário).[6][14][15][16][17]
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Vocabulário
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Perspectiva
Constituição da República Popular da China de 1982
A seguir, está o primeiro artigo da Constituição da República Popular da China de 1982, emenda de 2018, disposta em sua escrita original (caracteres simplificados), com romanização em pinyin e tradução para o português.[17]

Constituição da República da China de 1947
A seguir, está o primeiro artigo da Constituição da República da China de 1947, emenda atual, disposta em sua escrita original (caracteres tradicionais), com romanização em pinyin e tradução para o português. Esse documento é histórico para a China continental, mas é válido em Taiwan com a emenda de 2005.[18]

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Ver também
Referências
- «我国普通话普及率超过80%». 网上的人民日报 [Diário do Povo Online] (em chinês). Consultado em 10 de setembro de 2023
- «Over 80 percent of Chinese population speak Mandarin». People's Daily Online (em inglês). Consultado em 10 de setembro de 2023
- «綜合報告統計表, 表6». 中華民國統計資訊網 [Departamento de Estatística e Informação da República da China] (em chinês). Consultado em 10 de setembro de 2023
- Department of Statistics, Ministry of Trade & Industry, Republic of Singapore [Departamento de Estatística do Ministério do Comércio e Indústria da República de Singapura] (2020). Singapore Census of Population 2020, Statistical Release 1: Demographic Characteristics, Education, Language and Religion (em inglês). Singapura: Government of Singapore. ISBN 978-981-18-1381-8
- Norman 1988, p. 189.
- Wen-Chao Li 2004, pp. 100-105.
- «Chinese, Mandarin | Ethnologue Free». Ethnologue (Free All) (em inglês). Consultado em 16 de setembro de 2023
- «正式语文 | 联合国». 联合国 [Nações Unidas] (em chinês). Consultado em 16 de setembro de 2023
- «Shanghai Cooperation Organisation | General information». Shanghai Cooperation Organization [Organização para Cooperação de Xangai] (em inglês). Consultado em 16 de setembro de 2023
- «Zhou Enlai on Pinyin and script reform in China». Pinyin.info. Consultado em 17 de setembro de 2023
- Clyne 1991, pp. 305-324.
- Zhang, Sarah (4 de janeiro de 2019). «Why 'Mandarin' Doesn't Come From Chinese». The Atlantic (em inglês). Consultado em 25 de setembro de 2023
- «中国语言文字概况(2021年版)». 中华人民共和国教育部 [Ministério da Educação da República Popular da China] (em chinês). Consultado em 24 de setembro de 2023
- Yuan, Zhongrui (2008). «话说推普 - [话题五] 国语、普通话、华语». 中国语言文字网 [Língua e Caracteres Chineses Online, Ministério da Educação da República Popular da China] (em chinês). Consultado em 24 de setembro de 2023. Arquivado do original em 25 de maio de 2017
- Coblin 2000, p. 537.
- «中华人民共和国宪法_中国人大网». 全国人民代表大会 [Congresso Nacional do Povo da República Popular da China] (em chinês). Consultado em 17 de setembro de 2023
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