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Manes

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 Nota: Para o profeta fundador do maniqueísmo, veja Manes (profeta).

Os manes, ou Di Manes, segundo a cultura e crença romana, são entidades ctônicas que representavam a alma dos mortos. Eles são espíritos divinizados que continuam a existir depois que seus respectivos corpos falecem. Todos que morrem tornam-se um mane, sendo posteriormente especificados em lare ou parentes por seus familiares.[1]

O termo se aplica para os mortos como um coletivo, porém Manes individuais eram reconhecidos e podiam receber adoração como ancestrais e outros parentes ou figuras de fama, como heróis e imperadores. A virtude de Pietas (interpretada como dever ao divino e à família) se estendia para os familiares mortos, vistos igualmente como divinos e parentes.[2]

Os manes são considerados entidades menores, geralmente cultuadas em ambientes domésticos, cabendo a cada indivíduo e/ou família cultuá-los em seus próprios lares. Acreditava-se que o culto a essas entidades traria prosperidade às famílias que o fizessem; também havia a crença de que, caso não recebessem a devida atenção, esses espíritos trariam infortúnio aos que ousassem a negligência. A esses seres eram ofertados vinho, mel, leite, flores, etc. Essas entidades também eram consagradas, em âmbito mais generalizado, em alguns festivais e celebrações, tais como a Parentalia, a Feralia, a Rosaria e a Lemuria. [3]

Os manes estão associados com outras entidades domésticas, como os Lares, os Lemures, os Genii e os Di Penates. Associa-se manes, também, à deusa Mânia, mãe dos Manes, pertencendo ela à categoria dos gênios populares. [3]

O mane em si, segundo a crença dos romanos, é a faísca divina de vida que cada pessoa possui, estando localizada na cabeça do indivíduo.[1]

Pode ser que a partícula “di”, em Di Manes, seja um plural contraído da palavra “deus” (dei>dii>di). Isso, porém, é amplamente discutido por pesquisadores, pois não há um consenso se a palavra “manes” é um nome ou um adjetivo. No caso de ser um adjetivo, o termo Di Manes, quando traduzido para português, seria “deuses manes”.[2]

Era muito comum que as palavras “dis manibus” (dedicado aos deuses manes) fossem escritas nos túmulos dos falecidos sob a abreviação “DM”. Devido a falta de consenso sobre a categoria gramatical da palavra “manes”, outras traduções são possíveis: “aos deuses manes”; “aos manes”; “aos espíritos dos mortos”. Leis religiosas protegiam tanto os corpos quanto os cemitérios, necrópoles ou tumbas, as quais eram tidas como lugares religiosos (locus religiosus).[2]

Era comum que famílias romanas mantivessem estatuetas, bustos e máscaras mortuárias no atrium de suas casas. Estas imagens (imagines) podiam ser feitas de bronze, mármore, cera e, possivelmente, outros materiais. Sua função era tanto servir como foco para adoração e oferendas, quanto como suporte para que os Manes nelas habitassem, a fim de participar da vida diária da família, escutar conversas, manter-se presentes e protegê-la.[1][4] Estas mesmas imagines também podiam ser utilizadas por atores durante certos rituais funerários para que pudessem interpretar o defunto.[5]

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Referências

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