Loading AI tools
partido político conservador do Reino Unido Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Partido Conservador (em inglês: Conservative Party), oficialmente Partido Conservador e Unionista (em inglês: Conservative and Unionist Party), é um dos dois principais partidos políticos do Reino Unido, juntamente com seu rival, o Partido Trabalhista. No espectro político convencional, está entre a centro-direita[5][6][7] e a direita,[8] englobando várias facções ideológicas, incluindo eurocéticos, thatcheristas, tradicionalistas e, em menor número, conservadores paternalistas. Após governar de forma ininterrupta de 2010 a 2024, com cinco primeiros-ministros, o partido é, atualmente, a oposição oficial no Parlamento do Reino Unido.
Partido Conservador e Unionista Conservative and Unionist Party | |
---|---|
Líder | Kemi Badenoch |
Presidente | Greg Hands |
Fundação | 1834 (forma original) 1912 (forma atual) |
Sede | Millbank, Cidade de Westminster, Londres Reino Unido |
Ideologia | |
Espectro político | Centro-direita à direita |
Antecessor | Tory |
Membros (2022) | 172 437[4] |
Afiliação internacional | União Internacional da Democracia |
Afiliação europeia | Partido dos Conservadores e Reformistas Europeus |
Câmara dos Comuns | 121 / 650 |
Câmara dos Lordes | 274 / 778 |
Parlamento da Escócia | 31 / 129 |
Parlamento do País de Gales | 16 / 60 |
Assembleia de Londres | 9 / 25 |
Governo local | 5 647 / 18 646 |
Cores | Azul |
Página oficial | |
conservatives | |
O Partido Conservador foi originalmente fundado em 1834 pelo Partido Tory (motivo pelo qual seus membros e eleitores são conhecidos como "tories") e foi um dos dois partidos políticos dominantes no século XIX, juntamente com o Partido Liberal. Sob Benjamin Disraeli, desempenhou um papel proeminente na política no auge do Império Britânico. Em 1912, o Partido Liberal Unionista fundiu-se com o Partido Conservador para formar o Partido Conservador e Unionista. Desde a década de 1920, o Partido Trabalhista emergiu como o principal rival dos conservadores e a rivalidade política conservador-trabalhista moldou a política britânica moderna no último século.
Nas eleições gerais de 2010, os conservadores formaram um governo de coalizão com os Liberais Democratas.[9][10] Após as eleições gerais de 2015, os conservadores formaram um governo com uma pequena maioria.[11] Uma eleição geral antecipada em 2017 resultou na perda da maioria por parte conservadores e nos mesmos tendo que governar por meio de um acordo de confiança e fornecimento com o Partido Unionista Democrático.[12] Nas eleições gerais de 2019, os conservadores obtiveram uma maioria de 80 assentos, mas uma série de escândalos levou à moção de censura de Boris Johnson, à crise do governo de julho de 2022 e à renuncia do então primeiro-ministro enquanto ele aguardava uma disputa pela liderança.[13] Johnson foi sucedido por Liz Truss, que anunciou sua própria renúncia menos de dois meses depois, após outra crise governamental.[14] Rishi Sunak foi eleito sem oposição como líder do partido em 24 de outubro de 2022, permanecendo no cargo até 2 de novembro de 2024, quando foi substituído por Kemi Badenoch.
O partido geralmente adota políticas economicamente liberais favoráveis ao livre mercado desde a década de 1980, embora historicamente tenha defendido o protecionismo. O partido defende o unionismo britânico, opondo-se a uma Irlanda unida, bem como à independência escocesa e galesa. Historicamente, apoiou a continuação e manutenção do Império Britânico. O partido adotou várias abordagens em relação à União Europeia (UE), tornando-se cada vez mais eurocético, com o slogan "Faça o Brexit" (em inglês: "Get Brexit Done"), após a decisão de deixar a UE em um referendo de 2016 realizado durante o governo de David Cameron. Historicamente, adotou uma abordagem socialmente conservadora,[15][16] mas sua política social tornou-se mais moderada, evidenciada pela legalização da união homoafetiva sob a coalizão conservadora-liberal democrata em 2014,[17] a suspenção da proibição de mulheres em funções de combate nas forças armadas em 2016 sob o governo de Cameron e a legalização da maconha medicinal em 2018 sob o segundo ministério de Theresa May. Na política de defesa, favorece uma forte capacidade militar, incluindo um programa independente de armas nucleares e compromisso com a adesão à OTAN.
A base de votação e apoio financeiro do Partido Conservador historicamente consistiu principalmente em donos de casas, empresários, fazendeiros, incorporadoras imobiliárias e eleitores de classe média, especialmente em áreas rurais e suburbanas da Inglaterra. No entanto, desde o referendo da UE em 2016, os conservadores também visam os eleitores da classe trabalhadora em áreas urbanas de pequeno e médio porte (que tradicionalmente apoiam os trabalhistas), utilizando campanhas políticas direcionadas contra o que eles apontam como danos causados pela liberdade de circulação dos trabalhadores na UE (dentro do Mercado Comum da UE) e a Convenção Europeia de Direitos Humanos.[18][19][20][21]
As filiais do partido em Londres, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte são semi-autônomas. Os conservadores são um dos partidos fundadores da União Internacional da Democracia e foram membros fundadores do Partido dos Conservadores e Reformistas Europeus.
O Partido Conservador foi fundado na década de 1830. No entanto, alguns escritores traçam suas origens para o rei Carlos I na década de 1620. Outros escritores apontam para uma facção, enraizada no Partido Whig do século XVIII, que se uniu em torno de William Pitt, o Novo, na década de 1780. Eles eram conhecidos como "Whigs independentes", "Amigos do Sr. Pitt" e nunca usaram termos como "Tory" ou "Conservador". Pitt morreu em 1806. A partir de 1812, o nome "Tory" era comumente usado para um novo partido que, segundo o historiador Robert Blake, "são os ancestrais do conservadorismo". Blake acrescenta que os sucessores de Pitt depois de 1812 "não eram de forma alguma expoentes do verdadeiro toryismo".[22]
O termo "conservador" foi sugerido como um titulo para o partido por um artigo de J. Wilson Croker na revista Quarterly Review em 1830.[23] O nome imediatamente pegou e foi oficialmente adotado sob a égide de Sir Robert Peel por volta de 1834. Desde de então, Peel é reconhecido como fundador do Partido Conservador, que ele criou com o anuncio do Manifesto de Tamworth. O termo "Partido Conservador", em vez de Tory, se tornou o uso dominante a partir de 1845.[24][25]
O partido se consolidou como uma força política distinta no início do século XIX, sob a liderança de figuras como Sir Robert Peel e Benjamin Disraeli. Durante esse período, começou a se organizar mais formalmente e a articular uma plataforma política que incluía a defesa dos interesses da aristocracia, a manutenção da ordem social e, posteriormente, a promoção do livre comércio.
Ao longo do século XIX, passou por mudanças significativas, incluindo a aprovação de reformas políticas que expandiram gradualmente o direito de voto. Essas reformas culminaram na Lei de Reforma de 1867, que ampliou o eleitorado urbano e, até certo ponto, reduziu o domínio dos proprietários de terras na política britânica.
O partido alcançou grande sucesso sob a liderança de Benjamin Disraeli e William Ewart Gladstone durante a Era Vitoriana. No entanto, enfrentou desafios com o surgimento do Partido Trabalhista e a crescente demanda por reformas sociais e econômicas no final do século XIX e início do século XX, especialmente com o fortalecimento do movimento operário.
Durante o século XX, os conservadores continuaram a ser uma força política dominante na Grã-Bretanha, embora tenham enfrentado períodos de oposição, especialmente durante os governos trabalhistas.
O período pós-guerra viu os conservadores retornarem ao poder sob a liderança de Winston Churchill, seguido por governos notáveis liderados por figuras como Margaret Thatcher e John Major.
O governo de Margaret Thatcher, que durou de 1979 a 1990, foi um período de grande transformação para o Partido Conservador e para a política britânica em geral. Thatcher implementou políticas neoliberais, incluindo privatizações em massa, desregulamentação e austeridade, deixando um legado duradouro conhecido como "thatcherismo".
O Partido Conservador enfrentou desafios internos e externos ao longo das décadas, incluindo divisões sobre a presença do Reino Unido na UE e a necessidade de adaptar suas políticas às mudanças sociais e econômicas.
Nos anos 2010, figuras como David Cameron tentaram modernizar o partido, adotando uma abordagem moderada com foco em questões sociais e ambientais, enquanto ainda mantinham um compromisso com princípios conservadores básicos.
O partido continua a ser uma força influente na política britânica, embora enfrente desafios como a gestão da economia do Reino Unido após sua saída da UE, as repercussões da pandemia de COVID-19 e a alternância de primeiros-ministros conservadores no poder, com Theresa May, Boris Johnson, Liz Truss e Rishi Sunak.
Data | Líder(es) | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1835 | Robert Peel | 2.º | 261 269 | 42,8 / 100,0 |
273 / 658 |
Oposição | ||
1837 | Robert Peel | 2.º | 379 694 | 48,3 / 100,0 |
5,5 | 314 / 658 |
41 | Oposição |
1841 | Robert Peel | 1.º | 306 314 | 50,9 / 100,0 |
2,6 | 367 / 658 |
53 | Governo |
1847 | Edward Smith-Stanley, 14.º Conde de Derby |
2.º | 205 481 | 42,7 / 100,0 |
8,2 | 325 / 656 |
42 | Governo |
1852 | Edward Smith-Stanley, 14.º Conde de Derby |
2.º | 311 481 | 41,9 / 100,0 |
0,8 | 330 / 654 |
5 | Governo |
1857 | Edward Smith-Stanley, 14.º Conde de Derby |
2.º | 239 712 | 34,0 / 100,0 |
7,9 | 264 / 658 |
66 | Oposição |
1859 | Edward Smith-Stanley, 14.º Conde de Derby |
2.º | 193 232 | 34,3 / 100,0 |
0,3 | 298 / 654 |
34 | Oposição |
1865 | Edward Smith-Stanley, 14.º Conde de Derby |
2.º | 346 035 | 40,5 / 100,0 |
6,2 | 289 / 658 |
9 | Oposição |
1868 | Benjamin Disraeli | 2.º | 903 318 | 38,4 / 100,0 |
2,1 | 271 / 658 |
18 | Oposição |
1874 | Benjamin Disraeli | 1.º | 1 091 708 | 44,3 / 100,0 |
5,9 | 350 / 652 |
79 | Governo |
1880 | Benjamin Disraeli | 2.º | 1 426 351 | 42,5 / 100,0 |
1,8 | 237 / 652 |
113 | Oposição |
1885 | Robert Gascoyne-Cecil, 3.º Marquês de Salisbury |
2.º | 2 020 927 | 43,5 / 100,0 |
1,0 | 247 / 670 |
10 | Oposição |
1886 | Robert Gascoyne-Cecil, 3.º Marquês de Salisbury |
1.º | 1 520 886 | 51,1 / 100,0 |
7,6 | 394 / 670 |
147 | Governo |
1892 | Robert Gascoyne-Cecil, 3.º Marquês de Salisbury |
1.º | 2 159 150 | 47,0 / 100,0 |
4,1 | 313 / 670 |
81 | Governo |
1895 | Robert Gascoyne-Cecil, 3.º Marquês de Salisbury |
1.º | 1 894 772 | 49,0 / 100,0 |
2,0 | 411 / 670 |
98 | Governo |
1900 | Robert Gascoyne-Cecil, 3.º Marquês de Salisbury |
1.º | 1 767 958 | 50,3 / 100,0 |
1,3 | 402 / 670 |
9 | Governo |
1906 | Arthur Balfour | 2.º | 2 422 071 | 43,4 / 100,0 |
6,9 | 156 / 670 |
246 | Oposição |
01/1910 | Arthur Balfour | 1.º | 3 104 407 | 46,7 / 100,0 |
3,3 | 272 / 670 |
116 | Oposição |
12/1910 | Arthur Balfour | 1.º | 2 420 169 | 46,3 / 100,0 |
0,4 | 271 / 670 |
1 | Oposição |
1918 | Andrew Bonar Law | 1.º | 3 472 738 | 33,3 / 100,0 |
13,0 | 332 / 707 |
61 | Governo |
1922 | Andrew Bonar Law | 1.º | 5 294 465 | 38,5 / 100,0 |
5,2 | 344 / 615 |
12 | Governo |
1923 | Stanley Baldwin | 1.º | 5 286 159 | 38,0 / 100,0 |
0,5 | 258 / 615 |
56 | Oposição |
1924 | Stanley Baldwin | 1.º | 7 418 983 | 46,8 / 100,0 |
8,8 | 412 / 615 |
154 | Governo |
1929 | Stanley Baldwin | 1.º | 8 252 527 | 38,1 / 100,0 |
8,7 | 260 / 615 |
152 | Oposição |
1931 | Stanley Baldwin | 1.º | 11 377 022 | 55,0 / 100,0 |
16,9 | 470 / 615 |
210 | Governo |
1935 | Stanley Baldwin | 1.º | 10 025 083 | 47,8 / 100,0 |
7,2 | 386 / 615 |
83 | Governo |
1945 | Winston Churchill | 2.º | 8 716 211 | 36,2 / 100,0 |
11,6 | 197 / 615 |
189 | Oposição |
1950 | Winston Churchill | 2.º | 11 507 061 | 40,0 / 100,0 |
3,8 | 282 / 625 |
85 | Oposição |
1951 | Winston Churchill | 2.º | 13 717 850 | 48,0 / 100,0 |
8,0 | 321 / 625 |
39 | Governo |
1955 | Anthony Eden | 1.º | 13 310 891 | 49,7 / 100,0 |
1,7 | 345 / 630 |
24 | Governo |
1959 | Harold Macmillan | 1.º | 13 750 875 | 49,4 / 100,0 |
0,3 | 365 / 630 |
20 | Governo |
1964 | Alec Douglas-Home | 2.º | 12 002 642 | 43,4 / 100,0 |
6,0 | 304 / 630 |
61 | Oposição |
1966 | Edward Heath | 2.º | 11 418 433 | 41,9 / 100,0 |
1,5 | 253 / 630 |
51 | Oposição |
1970 | Edward Heath | 1.º | 13 145 123 | 46,4 / 100,0 |
4,5 | 330 / 630 |
77 | Governo |
02/1974 | Edward Heath | 1.º | 11 872 180 | 37,9 / 100,0 |
8,5 | 297 / 635 |
33 | Oposição |
10/1974 | Edward Heath | 2.º | 10 462 565 | 35,8 / 100,0 |
2,1 | 277 / 635 |
20 | Oposição |
1979 | Margaret Thatcher | 1.º | 13 697 923 | 43,9 / 100,0 |
8,1 | 339 / 635 |
62 | Governo |
1983 | Margaret Thatcher | 1.º | 13 012 316 | 42,4 / 100,0 |
1,5 | 397 / 650 |
58 | Governo |
1987 | Margaret Thatcher | 1.º | 13 760 935 | 42,2 / 100,0 |
0,3 | 376 / 650 |
21 | Governo |
1992 | John Major | 1.º | 14 093 007 | 41,9 / 100,0 |
0,3 | 336 / 651 |
40 | Governo |
1997 | John Major | 2.º | 9 600 943 | 30,7 / 100,0 |
11,2 | 165 / 659 |
172 | Oposição |
2001 | William Hague | 2.º | 8 357 615 | 31,7 / 100,0 |
1,0 | 166 / 659 |
1 | Oposição |
2005 | Michael Howard | 2.º | 8 784 915 | 32,4 / 100,0 |
0,7 | 198 / 646 |
32 | Oposição |
2010 | David Cameron | 1.º | 10 703 653 | 36,1 / 100,0 |
3,7 | 306 / 650 |
108 | Governo |
2015 | David Cameron | 1.º | 11 334 920 | 36,9 / 100,0 |
0,8 | 331 / 650 |
25 | Governo |
2017 | Theresa May | 1.º | 13 632 914 | 42,3 / 100,0 |
5,4 | 317 / 650 |
13 | Governo |
2019 | Boris Johnson | 1.º | 13 966 565 | 43,6 / 100,0 |
1,2 | 365 / 650 |
48 | Governo |
2024 | Rishi Sunak | 2.º | 6 827 311 | 23,7 / 100,0 |
37,6 | 121 / 650 |
244 | Oposição |
Data | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1979 | 1.º | 6 508 492 | 48,4 / 100,0 |
60 / 81 |
||
1984 | 1.º | 5 426 886 | 38,8 / 100,0 |
9,6 | 45 / 81 |
15 |
1989 | 2.º | 5 331 077 | 34,7 / 100,0 |
4,1 | 32 / 81 |
13 |
1994 | 2.º | 4 428 531 | 28,0 / 100,0 |
6,7 | 18 / 87 |
14 |
1999 | 1.º | 3 578 218 | 36,0 / 100,0 |
8,0 | 36 / 87 |
18 |
2004 | 1.º | 4 397 060 | 26,7 / 100,0 |
9,3 | 27 / 78 |
9 |
2009 | 1.º | 4 198 394 | 27,9 / 100,0 |
1,2 | 25 / 72 |
2 |
2014 | 3.º | 3 792 549 | 23,1 / 100,0 |
4,8 | 19 / 73 |
6 |
2019 | 5.º | 1 512 809 | 8,8 / 100,0 |
14,3 | 4 / 73 |
15 |
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.