Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto

Resistência Nacional Moçambicana

partido político de Moçambique Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Resistência Nacional Moçambicana
Remove ads

A Resistência Nacional Moçambicana, mais conhecida pelo acrónimo RENAMO, é o segundo maior partido político de Moçambique. O partido é dirigido por Ossufo Momade, eleito presidente em 16 de janeiro de 2019, depois da morte do líder histórico Afonso Dhlakama.

Factos rápidos Presidente, Secretário ...

A RENAMO surgiu como uma reação externa e interna às políticas do partido único no poder, a FRELIMO, constituindo-se num movimento armado que combateu na Guerra Civil Moçambicana.

Remove ads

Histórico

Resumir
Perspectiva

A RENAMO foi fundada em 1975 após a independência de Moçambique como uma organização política anti-comunista, patrocinada pela Organização Central de Inteligência da Rodésia. A formação do partido (ainda como grupo guerrilheiro de direita) se deu sob os auspícios do primeiro-ministro da Rodésia, Ian Smith, que procurava por meio da RENAMO, impedir que o governo da FRELIMO fornecesse refúgio à União Nacional Africana do Zimbábue, uma organização militante que pretendia derrubar o governo rodesiano.

Início

A RENAMO começou as suas operações na província de Manica, centro de Moçambique, chefiada por André Matsangaíssa, um dissidente da FRELIMO. A sua base principal era conhecida como "Casa Banana".[2] Matsangaíssa foi morto pelas forças governamentais em Gorongosa no dia 17 de outubro de 1979, num ataque da RENAMO a uma posição das forças governamentais. Depois de uma violenta luta pela sucessão, Afonso Dhlakama tornou-se o novo líder da RENAMO. Esta luta colocou em confronto os dois comandantes imediatamente abaixo de Matsangaíssa, um de nome Charlie e o outro Dhlakama. Este último saiu vitorioso depois de ter sido apoiado pelos rodesianos e sul-africanos, tendo o primeiro sido abatido.[3]

Durante a Guerra Civil Moçambicana da década de 1980, a RENAMO também recebeu o apoio da África do Sul.[4] Nos Estados Unidos, a CIA e os conservadores fizeram lobby para o apoio à RENAMO, no entanto encontrou-se forte resistência por parte do Departamento de Estado, que disse "não reconhecer ou negociar com a RENAMO".[5][6][7] O governo britânico de Margaret Thatcher apoiou no início informalmente a RENAMO, mas passou a apoiar a FRELIMO quando esta fechou a fronteira com a Rodésia, então considerada uma colónia rebelde.[8]

1992 - atualidade

Com o término da guerra civil, sob os termos do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma a 4 de Outubro de 1992, a RENAMO abandonou as armas e converteu-se em um partido político. Neste período, com a dissolução da União Soviética, e a conversão da FRELIMO em um partido social-democrata, a RENAMO abandona sua ideologia anti-comunista, mas adota como substituição a esta uma ideologia populista e conservadora. Os antigos combatentes da RENAMO foram integrados ao exército moçambicano.

A RENAMO já concorreu três vezes às eleições multipartidárias, tanto para o parlamento, onde ficou sempre em minoria, como apoiando Dhlakama como candidato à presidência, mas perdeu as eleições. Em relação às eleições municipais, a RENAMO boicotou as primeiras, em 1998, mas concorreu às segundas, em 2003, assegurando o controle de cinco dos 33 municípios.

Nas eleições legislativas de 1 e 2 de Dezembro de 2004, o partido foi o cabeça da colisão eleitoral Renamo-UE, que conquistou 29,7% dos votos e 90 dos 250 assentos. O candidato presidencial dessa aliança, Afonso Dhlakama, recebeu 31,7% dos votos populares.

Afonso Dhlakama faleceu em 3 de Maio de 2018, tendo a Comissão Política do partido nomeado Ossufo Momade como coordenador e líder interino até à realização de um congresso.[9] Momade foi eleito presidente do partido em 16 de Janeiro de 2019 durante o seu VI Congresso realizado na Serra da Gorongosa.[10]

Clementina Bomba foi nomeada secretária-geral do partido em 12 de Dezembro de 2022.[11] Substitui André Majibire, que tinha sido nomeado em 29 de Abril de 2019, sucedendo a Manuel Bissopo.[12]

Remove ads

Dissidências

Raul Domingos, negociador nos Acordos Gerais e líder da RENAMO no Parlamento entre 1994 e 1999, foi expulso do partido em 2000 e, em 2003, fundou o Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento.

Em Agosto de 2008, a RENAMO preteriu o presidente do Conselho Municipal do principal município controlado por si, o Eng. Daviz Simango, para candidato à reeleição nas eleições municipais agendadas para Novembro de 2008. O Eng. Simango decidiu candidatar-se como independente, tendo sido, por isso, expulso do partido. Esta série de eventos levou a tumultos na Beira, à deserção de vários membros desta formação política e à formação de um novo partido político, o Movimento Democrático de Moçambique.

Remove ads

Resultados eleitorais

Eleições presidenciais

Mais informação Data, Candidato ...

Eleições legislativas

Mais informação Data, Líder ...

Referências

  1. MACEDO, Victor Miguel Castillo de; MALOA, Joaquim. «"Em Moçambique só há partidos de direita": uma entrevista com Michel Cahen» (PDF). Revista do Programa de Pós‑Graduação em Sociologia da USP
  2. Juvenal de Carvalho Conceição (2020). «RENAMO: de Agente do Apartheid a Organização Política Moçambicana». Afro-Ásia, núm. 62. Consultado em 14 de Janeiro de 2023
  3. Oliveira, Paulo (2006). Dossier Makwákwa - Renamo : uma descida ao coração das trevas. Lisboa: Europress. p. 42. ISBN 9789725592731
  4. «O partido». Renamo. Consultado em 14 de Janeiro de 2023[ligação inativa]
  5. «Ossufo Momade, presidente da Renamo». VOA PORTUGUÊS. 17 de janeiro de 2019. Consultado em 30 de abril de 2019
  6. «Clementina Bomba é nova SG da Renamo». Carta de Moçambique. 13 de dezembro de 2022. Consultado em 13 de dezembro de 2022
  7. «André Majibire é o novo Secretário-Geral da Renamo». O PAÍS. 29 de abril de 2019. Consultado em 30 de abril de 2019
Remove ads

Ligações externas

Loading related searches...

Wikiwand - on

Seamless Wikipedia browsing. On steroids.

Remove ads