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Território Antártico Britânico
Território Ultramarino Britânico no Reino Unido Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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O Território Antártico Britânico (AO 1945: Território Antárctico Britânico; British Antarctic Territory (BAT) em inglês) é um território que o Reino Unido considera um território ultramarino britânico. Ocupa zonas reclamadas também pela Argentina e o Chile. A região reivindicada pelo Reino Unido tem cerca de 1.709.400 km².[3]
Desde 3 de Março de 1962, o governo britânico tem designado um comissário, apontado pelo Departamento de Relações Externas do Reino Unido, para administrar o território.
O Território Antártico Britânico, que o Reino Unido reivindicou pela primeira vez em 1908, forma uma cunha triangular com o vértice no Polo Sul, e tem uma extensão superior a um milhão de quilômetros quadrados.[4]
Possui bandeira própria e tem como modelo as demais bandeiras dos territórios britânicos, ostentando em um quadrado superior a bandeira britânica, sob um fundo branco no qual está o brasão de armas do território, com um leão (símbolo heráldico inglês) e um pinguim (simbolizando a Antártica).
A bandeira deve ser hasteada nas bases britânicas antárticas no lugar da bandeira britânica, e também na sede do Centro Britânico de Pesquisas Antárticas, em Cambridge, Inglaterra.[5]
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História
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Perspectiva
Durante a chamada Idade Heroica da Exploração Antártica, oito expedições britânicas foram realizadas com o objetivo de explorar a região polar, alcançar o Polo Sul e reivindicar o território para o Reino Unido, iniciando em 1898 com a expedição Southern Cross e terminando em 1922 com a expedição Quest. Nesse período foram estabelecidos os primeiros postos científicos rudimentares na região. Durante a Expedição Terra Nova (1910-1913), cinco britânicos morreram devido às condições climáticas extremas, inclusive o líder do grupo, o capitão Robert Falcon Scott, na viagem de regresso após haverem alcançado o Polo Sul, apenas 33 dias depois do norueguês Amundsen ter sido o primeiro a conseguir o feito.[6][7][8][9][10][11][12][13][7][8] A Expedição Transantártica Imperial, liderada por Ernest Shackleton, tentou realizar a primeira travessia do continente, de mar a mar, passando pelo Polo Sul, porém o navio afundou depois de ter ficado preso no gelo durante meses, à deriva; com muito esforço, a tripulação conseguiu se salvar, chegando às ilhas Geórgia do Sul.[14][15]
Durante a Segunda Guerra Mundial, três bases científicas britânicas permanentes foram instaladas na Antártica, por meio da Operação Tabarin, entre 1943 e 1945, que tinha como objetivo trazer segurança às embarcações aliadas na região, e ao mesmo tempo evitar incursões nazistas no continente antártico, tais como as de aeronaves alemãs que lançavam marcos com suásticas em direção ao solo com o objetivo de reivindicar o território para o Terceiro Reich (vide Nova Suábia); a operação também fazia frente à Argentina, que vinha se manifestando favorável à Alemanha Nazista no contexto da guerra.[11]
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Pesquisa Científica
Atualmente, o órgão científico incumbido de coordenar os estudos científicos britânicos no continente, denominado British Antarctic Survey (Pesquisa Antártica Britânica), é um dos que produzem o maior volume de pesquisa científica dentre os países que possuem base na Antártida[16][17][18], recebendo um orçamento anual de mais de quarenta milhões de libras esterlinas[10], destinado ao custeio de equipamentos para pesquisa e à manutenção das cinco bases operacionais, que contam com cerca de quatrocentos e cinquenta cientistas.[19][17] Uma das descobertas científicas mais notáveis realizadas pelas bases britânicas foi a da ocorrência de rarefação da camada de ozônio na região polar, mais conhecida como o "buraco na camada de ozônio".[10] Além disso, têm-se conduzido muitos estudos sobre o aquecimento global e o derretimento do gelo polar.[10][19][18]
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População
A população permanente é de cerca de 200 pessoas, na sua maior parte cientistas e pesquisadores, ela varia muito durante todo o ano, podendo chegar a 1000 habitantes no período mais quente do verão.
Disputa Territorial
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Perspectiva

O território que o Reino Unido reivindica sobrepõe os territórios antárticos da Argentina e do Chile e o território de interesse do Brasil, conhecido como Antártica Brasileira e inclui a Península Antártica, a Terra de Graham as Ilhas Shetland do Sul (Incluindo a Ilha Rei George, onde se localiza a maioria das bases científicas na Antártida) e o Mar de Weddell.
A Argentina e o Chile postulam que, por serem os países mais próximos do continente, teriam direito às porções mais próximas de seu território, baseando-se parcialmente no entendimento que veio a ser conhecido como teoria da defrontação. Os territórios reivindicados por ambos os países, entretanto, coincidem entre si, além de coincidirem com o território já dantes reivindicado pelo Reino Unido.
Por outro lado, a justificativa histórica da reivindicação britânica sobre o território antártico consiste nos esforços pioneiros empreendidos na exploração do continente antártico antes e durante a chamada Idade Heroica da Exploração da Antártica (1897-1922), quando o Reino Unido enviou diversas expedições para explorar o continente.[9][20][21][12][22][23][14][15][24][25][26][27] Dentre as oito nações que enviaram missões exploratórias à Antártica no fim do século XIX e início do século XX, o Reino Unido destaca-se por ter enviado oito das dezessete expedições, ao passo que a França enviou duas,[28][29][30][31] a Alemanha outras duas,[32][33][34][35][36] enquanto a Bélgica[37][38][39], a Suécia,[40][41][42] o Japão,[43][44] a Noruega[45][46][47] e a Austrália[48][49] enviaram uma expedição cada. Já a Argentina, o Chile e o Brasil não participaram da exploração antártica, embora navios argentinos e chilenos já navegassem pelos mares próximos.
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Referências
- «Who We Are». British Antarctic Territory. Consultado em 25 November 2022 Verifique data em:
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(ajuda) - Hendry, Ian; Dickson, Susan (2011). British Overseas Territories Law. Oxford: Hart Publishing. p. 299. ISBN 9781849460194.
- Reino Unido quer reivindicar 1 milhão de km² na Antártida. Ag Solve Monitoramento Ambiental. Disponível em: <http://www.agsolve.com.br/noticia.php?cod=308>
- O Brasil e a Antártida, aspectos ambientais, científico-tecnológico e de cooperação internacional. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Disponível em: <http://www.falke.com.br/introducao.htm>, acesso em 10 de fev de 2010.
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- Preston, pp. 184–205
- «Explorer and leader: Captain Scott». National Maritime Museum. Consultado em 27 de setembro de 2008. Arquivado do original em 2 de dezembro de 2008
- «The Forgotten Expedition». Antarctic Heritage Trust. Consultado em 13 de agosto de 2008
- Wilson, David (27 de novembro de 2012). «Spirit of Scott 2012: Britain's polar interests lie under a cloud». The Telegraph. Consultado em 27 de agosto de 2020
- «HMS Carnarvon Castle 1943». Scott Polar Research Institute. Consultado em 27 de agosto de 2020
- «Scotland and the Antarctic, Section 3: Scott, Shackleton and Amundsen». Glasgow Digital Library. Consultado em 24 de setembro de 2008
- Scott's Last Expedition Vol I pp. 543–46, pp. 580–95
- Shackleton, pp. 63–85
- Alexander, pp. 143–53
- «Borchgrevink, Carsten Egeberg (1864–1934)». Australian Dictionary of Biography Online Edition. Consultado em 10 de agosto de 2008
- Preston, p. 14
- Riffenburgh, pp. 309–12 (resumo de conquistas)
- Huntford (Shackleton biography) p. 242 (map)
- Tyler-Lewis, pp. 193–197
- Huntford (Shackleton), p. 684
- Fisher, p. 483
- Huxley, pp. 345–46, 389
- Mills, William James (11 de dezembro de 2003). Exploring Polar Frontiers. [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 9781576074220. Consultado em 23 de setembro de 2008 pp. 135–139
- «Jean-Baptiste Charcot». South-pole.com. Consultado em 24 de setembro de 2008(Francais voyage)
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