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Alfabeto tifinague

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O alfabeto tifinague[1] (em neo-tifinague: Tifinaɣ [tifinagh] em berbere romanizado) é um alfabeto usado por alguns povos berberes para escrever línguas berberes. Esse alfabeto não é usado na comunicação ordinária, diária, mas serve para marcar de forma política e simbólica a identidade berbere.

Factos rápidos Tipo, Línguas ...
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História

A escrita tifinague[1] original apresenta poucas letras, com pouquíssimas vogais e sua escrita é vertical. É usada tão somente pelos tuaregues, o único povo berbere que ainda usa a antiga escrita líbico-berbere, que é derivada de uma escrita mais antiga, o líbico ou líbio-amazigue. Há registros do uso dessa escrita por povos amazigues (berberes) ao longo do Norte da África e talvez nas Canárias desde o século III a.C. até ao século III d.C.

Trata-se de uma língua de origem fenícia. Seu nome, tifinague, vem possivelmente do fenício tafineqq (letras fenícias), outros atribuem seu nome à expressão fenícia tifin negh, "nossa invenção".[2][3]

Estudiosos e ativistas da identidade berbere modificaram e adaptaram o alfabeto tifinague original para um neo-tifinague, desenvolvido na Academia Berbere nos anos 1960, com vogais, escrita da esquerda para direita. Mais recentemente fontes para PC estão disponíveis.

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Variantes

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Perspectiva
  • São duas as formas de tifinague:
  • A variante oriental usada em Constantina, Argélia, também em aures e na Tunísia. É a versão que foi melhor decifrada pela descoberta de muitas inscrições bilingues numídias em regiões da Líbia e Tunísia. São 24 letras das quais 22 foram decifradas.
  • A variante ocidental é mais primitiva, foi usada na costa do Mediterrâneo desde a Cabília até às ilhas Canárias. Usava mais 13 letras do que a versão oriental.
  • Essa escrita líbico-berbere era um abjad, sem vogais.
  • A escrita era vertical, de baixo para cima, ou da direita para esquerda, apresentando mesmo outras distribuições.
  • Não tinha marcação de vogais longas ou curtas.
Mais informação Fenício, Som ...

Tifinague tradicional (tuaregue)

Tradicionalmente, essa escrita não marca as vogais, exceto aquelas do final de palavras. Recentemente houve propostas para a marcação das vogais, como ocorre em certas áreas com o uso de diacríticos árabes aplicados às letras tifinagues.

A forma dos caracteres varia bastante ao longo da extensa área geográfica de uso do tifinague. Também variam as formas (sentidos) da escrita, sendo a mais comum a da direita para a esquerda, havendo, porém, o sentido vertical, de baixo para cima, em antigas inscrições "líbias". Por vezes a escrita tifinague é usada para escrever outras línguas da região, tais como o tagdal, do grupo songai.

Neo-tifinague

Thumb
Placa bilíngue de "Stop" em Nador, escrita em arábe e neo-tifinague

Nos anos 1960, um grupo de jovens berberistas da Cabília criaram a Academia Berbere e desenvolveram uma nova versão da escrita, o "neo-tifinag", que é escrito da esquerda para direita, marca as vogais e apresenta mais letras. Foram publicados textos, artigos e revistas nessa escrita que se popularizou entre os cabilas, como no "Movimento Cultural Berbere", no "JS Kabylie", no "Rali pela Cultura e Democracia", sendo adotada nas áreas onde o berbere é falado.

Houve ainda outras propostas de modificações no tifinague: do Instituto nacional de línguas e civilizações orientais (INALCO, França), da Associação Afus Deg Wfus (França), da revista Tifinagh (Marrocos), por um produto de software da Arabia Ware Benelux (Países Baixos) e do Instituto real da cultura amazigue (IRCAM, Marrocos).

Pessoas que usavam essa escrita eram presas por esse motivo nos anos 1980 e 90. Até pouco tempo não havia nem livros nem websites disponíveis na escrita neo-tifinague. Mesmo ativistas utilizavam o alfabeto latino e mais raramente o árabe, ficando o tifinague apenas para uso simbólico, com os livros e websites em latino ou arábico simplesmente apresentando logotipos ou títulos nessa escrita. Porém, no Marrocos em 2003, o rei adotou essa escrita como uma das oficiais, visando tomar uma posição neutra na disputa entre os defensores da escrita árabe e da escrita latina. Com isso, livros passaram a ser publicados em tifinague, sendo esse alfabeto ensinado em algumas escolas. Marrocos é único país que tem esse alfabeto como oficial.[4]

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Codificação da escrita neo-tifinague

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Perspectiva

O neo-tifinague é codificado pelo Unicode de U+2D30 até U+2D7F, desde a versão 4.1.0. São definidos 55 caracteres, que são de fato os mais utilizados. No ISO 15924 o código para o neo-tifinague é Tfng.

Mais informação Código, +0 ...

Tabela de comparação entre "glyph" e sua transliteração

Mais informação Cor, Significado ...
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Amostra de texto

(Artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos)

Transliteração:

Imdanen, akken ma llan ttlalen d ilelliyen msawan di lḥweṛma d yizerfan-ghur sen tamsakwit d lâquel u yessefk ad-tili tegmatt gar asen.

Em português:

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São providos de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros num espírito de fraternidade.

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Referências

  1. «Como se diz "tifinagh" em português? Como se traduz tifinagh?». dicionário e gramática. Consultado em 29 de setembro de 2015
  2. «Quelle est l'origine de cet alphabet  (em francês). www.MondeBerbere.com. Consultado em 29 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 3 de março de 2016
  3. «La date de l'apparition de Tifinagh» (em francês). www.MondeBerbere.com. Consultado em 29 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 5 de março de 2016
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Bibliografia

Ligações externas

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