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ideologia que defende os trabalhadores Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Trabalhismo é o conjunto das doutrinas sobre a situação econômica dos trabalhadores.
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O trabalhismo é a denominação dada a uma vertente política surgida na Inglaterra a partir de relacionadas à defesa de interesses políticos e econômicos levantadas por alguns setores do movimento operário.
No Brasil, o trabalhismo teve, por expoentes teóricos, Alberto Pasqualini e Santiago Dantas. Pasqualini rejeitou o socialismo e fez a defesa da economia de mercado, mas, inspirado pelo solidarismo católico, ainda que agnóstico na sua vida pública, considerou que todo lucro deve corresponder a um ganho social, chegando a utilizar o termo "capitalismo solidarista" como sinônimo de trabalhismo.[1] Considerando a liberdade e a solidariedade os dois valores fundamentais de uma sociedade, enxergava a possibilidade de transformações sociais através da mudança de mentalidade, que seria possível pela política de educação pública.[2]
As raízes do movimento trabalhista remete ao sindicalismo dos operários fabris, no começo do século XX, e o tenentismo dos anos 1920, movimento formado por oficiais militares de baixa patente que reivindicava o voto secreto, o sufrágio feminino e a reforma educacional.
Em 1929, os tenentistas juntaram-se à Aliança Liberal, que também contava com o apoio de Alberto Pasqualini, opondo-se à "República do café-com-leite", em que cafeicultores mineiros e paulistas alternavam-se na presidência. Formalmente, o trabalhismo começou propriamente em 1948, com a fundação do Partido Trabalhista Brasileiro sob a inspiração de Getúlio Vargas. Contudo, Pasqualini, senador pelo partido, e seus seguidores, chamados de "pasqualinistas", constituíram uma vertente sólida, de passado não-varguista, e crítica à figura de Getúlio[3].
Durante as décadas de 1952 e 1960, o trabalhismo enveredou como a principal vertente da esquerda política moderada na política brasileira, atraindo setores e eleitores que não se identificavam nem com a direita nem com o comunismo.
Nesse sentido, vale citar a definição de trabalhismo dada por Leonel Brizola, em um texto publicado durante a campanha para as Eleições gerais no Brasil em 1958[4]:
“Entre outras coisas cumpre dizer que o trabalhismo é nacionalista, o comunismo é internacional; o comunismo é materialista, o trabalhismo se inspira na doutrina social cristã; o comunismo é a abolição da propriedade, o trabalhismo defende a propriedade dentro de um fim social; o comunismo escraviza o homem ao Estado e prescreve o regime de garantia do trabalho, o trabalhismo é a dignificação do trabalho e não tolera a exploração do homem pelo Estado nem do homem pelo homem; o comunismo educa para formar uma sociedade de formigas, o trabalhismo educa para o progresso, para a liberdade, para a elevação da pessoa humana. O comunismo existe onde pontifica o capitalismo reacionário e explorador e desaparece nas comunidades e países bem organizados sob o ponto de vista social e humano”.
Ainda na década de 1960, o trabalhismo já experimentara cisões, como a do Movimento Trabalhista Renovador de Fernando Ferrari. A partir do fim da década de 1970, o Partido Trabalhista Brasileiro encontrou-se cindido politicamente, por grupos que disputaram o controle da sigla do PTB. Em 1980, por decisão do TSE, Ivette Vargas ganhou a disputa, e obteve o controle PTB, resultando na confluência dos trabalhistas de esquerda fundando o Partido Democrático Trabalhista,[5] liderados por Leonel Brizola, e outros grupos menores se organizando no Partido Trabalhista do Brasil (PT do B) e no Partido Trabalhista Nacional (PTN), sendo ambos posteriormente renomeados em Avante e Podemos, além de setores do PSOL.[6]
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