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Crença de que parte da identidade dum indivíduo manifesta-se após a morte do corpo físico Da Wikipédia, a enciclopédia livre
As expressões vida após a morte (em latim: post mortem), além, além-túmulo, pós-vida, ultravida e outro mundo referem-se à continuidade da alma, espírito ou mente de um ser após a morte física. Os principais pontos de vista sobre o além proveem da religião, esoterismo e metafísica. Sob vários pontos de vista populares, esta existência continuada frequentemente toma lugar num reino espiritual ou imaterial. Acredita-se que pessoas falecidas geralmente vão para um reino ou plano de existência específico após a morte, geralmente determinado por suas ações em vida. Em contraste, o termo "reencarnação" refere-se ao renascimento em um novo corpo físico após a morte, isto é, a doutrina da reencarnação animal um período de existência do ser em outros planos sutis, que ocorre entre duas existências físicas ou renascimentos.[1]
Céticos, tais como materialistas-reducionistas, acreditam na impossibilidade da vida após a morte e a declaram como inexistente, sendo ilógica ou incognoscível.[2]
Existem dois tipos de opinião, fundamentalmente diferentes, sobre a vida após a morte: opinião empírica, baseada em supostas observações, e opinião religiosa, baseada na fé.[3]
Nos modelos metafísicos, teístas geralmente acreditam que algum tipo de ultravida aguarda as pessoas quando elas morrem. Os ateus geralmente não acreditam que haja uma vida após a morte. Membros de algumas religiões geralmente não-teístas, como o budismo, tendem a acreditar numa vida após a morte (tal como na reencarnação dos mortos), mas sem fazer referências a Deus.
Os agnósticos geralmente mantém a posição de que, da mesma forma que a existência de Deus, a existência de outros fenômenos sobrenaturais tais como a existência da alma ou a vida após a morte são inverificáveis, e portanto, permanecerão desconhecidos. Algumas correntes filosóficas (por exemplo, humanismo, pós-humanismo, e, até certo ponto, o empirismo) geralmente asseveram que não há uma ultravida.
Muitas religiões, crendo ou não na existência da alma num outro mundo, como o cristianismo, o islamismo e muitos sistemas de crenças pagãos, ou em reencarnação, como muitas formas de hinduísmo e budismo, acreditam que o status social de alguém na ultravida é uma recompensa ou punição por sua conduta nesta vida.
A ultravida desempenhava um importante papel na antiga religião egípcia, e seu sistema de crenças é um dos mais antigos conhecidos. Quando o corpo morria, partes de sua alma conhecidos como ka (corpo duplo) e ba (personalidade) iam para o Reino dos Mortos. Enquanto a alma residia nos Campos de Aaru, Osíris exigia pagamento pela proteção que ele propiciava. Estátuas eram colocadas nas tumbas para servir como substitutos do falecido.[6]
Obter a recompensa no outro mundo era uma verdadeira provação, exigindo um coração livre de pecados e a capacidade de recitar encantamentos, senhas e fórmulas do Livro dos Mortos. No Salão das Duas Verdades, o coração do falecido era pesado contra uma pena Shu de verdade e justiça, retirada do toucado da deusa Maet.[7] Se o coração fosse mais leve que a pena, a alma poderia continuar, mas, se fosse mais pesada, era devorada pelo demônio Ammit.
Os egípcios também acreditavam que ser mumificado era a única forma de garantir a passagem para o outro mundo. Somente se o corpo fosse devidamente embalsamado e sepultado numa mastaba, poderia viver novamente nos Campos de Yalu e acompanhar o Sol em sua jornada diária. Devido aos perigos apresentados pela ultravida, o Livro dos Mortos era colocado na tumba, juntamente com o corpo.
Zaratustra, que viveu na antiga Pérsia por volta do século VII a.C.,[8] pregava que os mortos serão devorados pelo terror e purificados para viver num mundo material perfeito no fim dos tempos.
O texto pálavi Dadestan-i Denig ("Decisões Religiosas"), datado de cerca de 900 AD, descreve o julgamento particular da alma três dias após a morte, sendo cada alma enviada para o paraíso, inferno ou para um lugar neutro (hamistagan) para aguardar pelo Juízo Final.[9]
Na Odisseia, Homero refere-se aos mortos como "espectros consumidos". Uma ultravida de eterna bem-aventurança existe nos Campos Elísios, mas está reservada para os descendentes mortais de Zeus.
Em seu Mito de Er, Platão descreve almas sendo julgadas imediatamente após a morte e sendo enviadas ou para o céu como recompensa ou para o submundo como punição. Depois que seus respectivos julgamentos tenham sido devidamente gozados ou sofridos, as almas reencarnam.
O deus grego Hades é conhecido na mitologia grega como rei do submundo, um lugar gélido entre o local de tormento e o local de descanso, onde a maior parte das almas residem após a morte. É permitido que alguns heróis das lendas gregas visitem o submundo. Os romanos tinham um sistema de crenças similar quanto a vida após a morte, com Hades sendo denominado Plutão. O príncipe troiano Enéas, que fundou a nação que se tornaria Roma, visitou o submundo de acordo com o poema épico Eneida.[10]
Os Eddas em verso e em prosa, as mais antigas fontes de informação sobre o conceito nórdico de vida após a morte,[11] variam em sua descrição dos vários reinos que são descritos como fazendo parte deste tópico. Os mais conhecidos são:
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