Basilisco (imperador)
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Flávio Basilisco (em grego: Βασιλίσκος; romaniz.:Basilískos; em latim: Basiliscus; m. 476/7) foi imperador do Império Bizantino de 9 de janeiro de 475 a agosto de 476. Tornou-se mestre dos soldados da Trácia em 464, sob o comando de seu cunhado, o imperador Leão I, o Trácio (r. 457–474). Comandou o exército na invasão ao Reino Vândalo em 468, que foi derrotada na Batalha do Cabo Bon. Houve acusações na época de foi subornado por Áspar, mas muitos historiadores descartam isso, concluindo que era incompetente ou tolo por aceitar a oferta de trégua do rei vândalo Genserico, que a usou para construir navios de fogo. A derrota custou ao império 130 mil libras (59 mil quilos) de ouro, fazendo com que pairasse acima da falência por 30 anos. Quando ele retornou a Constantinopla, foi à Igreja de Santa Sofia em busca de refúgio. Sua irmã, a imperatriz Verina, garantiu-lhe o perdão e deixou a igreja para se aposentar em Heracleia.
Basilisco | |
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Efígie de Basilisco em um de seus soldos. | |
Imperador Romano do Oriente | |
Reinado | 9 de janeiro de 475 - agosto de 476 |
Antecessor(a) | Zenão |
Sucessor(a) | Zenão |
Morte | 476/7 |
Nome completo | Flávio Basilisco |
Cônjuge | Élia Zenonis |
Dinastia | leonina |
Religião | Cristianismo |
Cogovernante | Marco |
Quando Leão faleceu em 474, seu neto Leão II ascendeu, mas logo morreu; seu pai, Zenão subiu ao trono no mesmo ano, em posição politicamente precária. Verina conspirou para instalar o mestre dos ofícios Patrício, seu amante, como imperador. Esta conspiração foi apoiada por Basilisco, que conseguiu recrutar os irmãos isauros Ilo e Trocundes, bem como o sobrinho de Verina, Armato. Zenão fugiu em 9 de janeiro de 475, depois de saber da trama ou depois que Verina o avisou de que sua vida estava em perigo. Embora Patrício fosse o sucessor pretendido, Basilisco convenceu o senado bizantino a aclamá-lo.
Basilisco rapidamente perdeu o apoio do povo depois da combinação de impostos pesados, políticas heréticas e um desastre natural visto como ira divina por essas visões heréticas. Numa tentativa de aumentar o apoio, abraçou os miafisistas, restaurando Timóteo II como patriarca de Alexandria e Pedro como patriarca de Antioquia. Atendeu aos conselhos deles e emitiu uma encíclica em 9 de abril de 475 que promoveu os três primeiros concílios ecumênicos da igreja (Niceia, Constantinopla e Éfeso) e condenou o da Calcedônia e o Tomo de Leão. O patriarca de Constantinopla Acácio se opôs fortemente e, junto a Daniel, o Estilita, virou a população contra ele.
Basilisco rapidamente perdeu seus aliados, até Verina, pois executou Patrício. Ilo e Trocundes, que estavam sitiando Zenão na Isáuria, foram convencidos por Zenão a desertar, e logo os três marcharam suas tropas à capital. Ao ouvir isso, Basilisco ordenou que Armato tomasse várias tropas e as interceptasse. Armato traiu Basilisco depois que Zenão lhe prometeu a posição de mestre dos soldados na presença por toda a vida, e que seu filho, Basilisco, seria feito césar. Armato então dirigiu seu exército para longe da estrada pela qual Zenão estava viajando, permitindo que entrasse na capital sem oposição em agosto de 476. Basilisco e sua família se esconderam em uma igreja até que Zenão prometeu não executá-los, e foram exilados para Limnas na Capadócia, onde foram decapitados ou presos em uma cisterna seca e deixados para morrer de fome.