Batalha de Curupaiti
Maior derrota da Tríplice Aliança na Guerra do Paraguai. / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A batalha de Curupaiti (em espanhol Curupayty[3]) foi uma das grandes batalhas da Guerra do Paraguai, travada no dia 22 de setembro de 1866 no Forte de Curupaiti, às margens do rio Paraguai. É lembrada por ter sido a maior derrota da Tríplice Aliança em toda a guerra, cujo confronto envolveu cerca de 25 mil soldados, sendo 20 mil soldados aliados e por volta de 20 navios da Armada Imperial contra 5 mil paraguaios entrincheirados. Animados, os aliados vinham de uma importante vitória conquistada em Curuzu, quando o exército do general Manuel Marques de Sousa, Visconde de Porto Alegre, apoiados pelo forte bombardeio da marinha brasileira, sob o comando do almirante Tamandaré, investiram contra o forte entre os dias 1 e 3 de setembro com mais de 8 mil soldados, logrando êxito na expulsão e captura do mesmo. Porto Alegre decidiu não perseguir o inimigo, que havia atingido Curupaiti, alegando, dentre outros motivos, não conhecer o local.
Batalha de Curupaiti | |||
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Guerra do Paraguai | |||
Soldados paraguaios em Curupaiti atirando de uma trincheira contra as tropas aliadas. | |||
Data | 22 de setembro de 1866 | ||
Local | Forte de Curupaiti, Paraguai | ||
Desfecho | Vitória paraguaia | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Neste meio tempo, houve divergências entre o comandante das forças aliadas Bartolomé Mitre e comandantes brasileiros, ameaçando até mesmo o andamento da guerra, sobre como o ataque a Curupaiti deveria ser realizado. O plano de Mitre prevaleceu, sendo organizado para o dia 16. Porém, o presidente paraguaio Francisco Solano López solicitou um encontro para o dia 12, com os líderes aliados, para discutirem uma proposta de paz que beneficiariam ambos os lados. Os líderes brasileiro e uruguaio não participaram, restando apenas Mitre como representante. Não se chegou a nenhum acordo entre os envolvidos. No dia 16 choveu incessantemente, atrasando o ataque aliado em vários dias, uma vez que Tamandaré alegou que um bombardeio ao forte sob chuva seria ineficaz.
Por causa disso, o ataque foi adiado para o dia 22 de setembro, quando se iniciou pela fuzilaria da esquadra imperial. Durante cerca de cinco horas, os navios lançaram tiros e bombas sobre Curupaiti, conseguindo atingir alguns alvos secundários. Porém, o ataque naval foi considerado inútil, pois devido ao plano elevado do forte, os navios tiveram de ajustar o ângulo de tiro, fazendo com que os projéteis passassem por cima das posições defensivas do complexo. Dessa maneira, os canhões paraguaios permaneceram intactos. Sem saber disso, Tamandaré sinalizou para que o exército avançasse. Os 20 mil soldados aliados foram divididos em quatro colunas principais e uma central, ainda debatida por alguns autores se esta, de fato, existiu. Duas colunas eram brasileiras e estavam sob o comando de Porto Alegre, e estas atacariam o flanco direito do forte. As outras duas colunas, argentinas, sob a liderança de Mitre, avançariam pelo flanco esquerdo. Uma quinta coluna, destinada a avançar pelo centro, era supostamente formada por unidades uruguaias, mas há divergências se estas participaram ou não. Convencidos da vitória, os aliados marcharam trajando uniformes a rigor ao som dos clarinetes e toques das bandas de música.
Durante o avanço, as tropas foram surpreendidas pela violência inesperada dos canhões inimigos. As colunas tiveram grandes dificuldades para avançar pelas direções planejadas. Os brasileiros com muito esforço, conseguiram romper a primeira trincheira e foram apanhados de surpresa quando descobriram que havia uma segunda trincheira a ser vencida. Mitre, acreditando que os brasileiros haviam cruzado o fosso principal, ordenou um segundo avanço argentino, só para serem massacrados pelos paraguaios. Após algumas horas de combate, as colunas aliadas começaram a fugir do campo de batalha em desordem, com Mitre ratificando a retirada ao anoitecer. Ao final da batalha os aliados perderam cerca de quatro mil homens contra apenas 250 dos defensores. Essa derrota repercutiu de maneira negativa nos aliados, fazendo com que alguns deles optassem por negociar a paz com os paraguaios. O imperador D. Pedro II, porém, recusou qualquer proposta de paz com Solano López e decidiu por continuar a guerra, sendo seguido pelos outros dois países da Tríplice Aliança. Mesmo após a vitória, muitos paraguaios desertavam de suas posições, obrigando López a decretar uma lei que puniria os familiares daqueles que desertassem. Os aliados continuaram a atacar o forte nos meses seguintes.