A Batalha de Três Lagoas foi uma ofensiva de revoltosos tenentistas contra as forças do governo do Brasil em 17–18 de agosto de 1924, estendendo a Revolta Paulista para o sul de Mato Grosso. Liderados por Juarez Távora, os revoltosos sofreram baixas pesadas para legalistas advindos de Minas Gerais, ao comando do coronel Malan d'Angrogne, na localidade de Campo Japonês. Esta derrota frustrou a ambição dos revoltosos de se fixar em Mato Grosso, obrigando-os a empreender a Campanha do Paraná.
Factos rápidos Revolta Paulista de 1924, Beligerantes ...
Batalha de Três Lagoas |
Revolta Paulista de 1924 |
Data |
17 – 18 de agosto de 1924 |
Local |
Campo Japonês, Três Lagoas, Mato Grosso |
Desfecho |
Vitória legalista |
Beligerantes |
|
Comandantes |
|
Unidades |
|
Forças |
|
Baixas |
- 24 mortos
- 23 feridos
- 67 prisioneiros (vide Baixas)
|
- 4 mortos
- 28 feridos (vide Baixas)
|
|
Fechar
Desde o início, a Revolta Paulista envolveu a Circunscrição Militar de Mato Grosso, que precisou mobilizar grandes efetivos e ocupar a cidade de Bauru, no interior de São Paulo. A baixa oficialidade em Mato Grosso era um foco de conspiração tenentista, chegando a lançar uma revolta no 10.º Regimento de Cavalaria Independente, em Bela Vista, em 12 de julho; os próprios sargentos do regimento controlaram este levante. Devido às deficiências da estrutura militar no estado, Bauru não foi ocupada a tempo e os revoltosos passaram pela cidade livremente a caminho de Porto Tibiriçá, às margens do rio Paraná, que fazia a divisa com Mato Grosso.
Os revoltosos esperavam adesões nesse estado, onde fundariam a “Brasilândia” ou “Estado Livre do Sul”. De posse de uma geografia fácil de defender, teriam boas condições para prolongar sua guerra contra o governo federal. Mas o comando revolucionário ficou indeciso por alguns dias, dando tempo ao governo para reforçar Três Lagoas, por onde a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil conectava os dois estados. Além de unidades mato-grossenses, os legalistas receberam a coluna Malan, vinda de Minas Gerais. À frente de um batalhão reforçado, com uma tropa de choque de combatentes estrangeiros, Juarez Távora subiu o rio Paraná e desembarcou nas proximidades da cidade em 17 de agosto. A seca e o calor esgotavam a tropa.
O combate foi travado na manhã do dia seguinte contra elementos da coluna Malan. Os revoltosos conquistaram a primeira linha, ocupada pela Coluna Amaral (da Força Pública de Minas Gerais), um contingente inferior em números e armamento. Isto deu tempo suficiente para o 12.º Regimento de Infantaria, uma unidade do Exército Brasileiro, posicionar uma companhia no flanco dos atacantes. Quando estes lançaram-se em carga contra a primeira linha em retirada, foram alvejados pelo fogo de metralhadoras a curta distância. Isto provocou uma fuga generalizada, tornada ainda mais caótica por um incêndio no campo.
Desmoralizados, os sobreviventes retornaram ao restante do exército revolucionário em Porto Tibiriçá. O general João Nepomuceno da Costa, comandante da Circunscrição Militar, considerou encerrada a ameaça de invasão a Mato Grosso. A concentração legalista em Três Lagoas deixou o caminho ao Paraná pouco protegido. Neste estado os revoltosos vindos de São Paulo uniram-se aos do Rio Grande do Sul em 1925, formando a Coluna Miguel Costa-Prestes, que novamente invadiu Mato Grosso, dessa vez passando pelo Paraguai.