Capitania de São Vicente
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A Capitania de São Vicente foi uma das subdivisões administrativas do território da América Portuguesa, criada em 1534 junto com mais treze regiões hereditárias, entregues pelo rei de Portugal, Dom João III, a donatários em regime de hereditariedade.[1][2][3][4] Sendo seu primeiro donatário Martim Afonso de Sousa. Foi extinta em 1709, com a sua compra pela Coroa portuguesa e a sua conversão na Capitania Real de São Paulo e Minas do Ouro.
Capitania de São Vicente | |||||
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Capitania de São Vicente em 1534 | |||||
Capitania de São Vicente em 1709. | |||||
Continente | América do Sul | ||||
Capital | São Vicente (1534 - 1681) São Paulo (1681 - 1709) | ||||
Língua oficial | Português e Geral paulista (de facto) | ||||
Religião | Catolicismo | ||||
Governo | Monarquia absoluta | ||||
Donatário | |||||
• 1533 — 1571 | Martim Afonso de Sousa (primeiro) | ||||
• 1708 — 1753 | António Carneiro de Sousa (último) | ||||
Capitão-mor | |||||
• 1533 — 1536 | Pero de Gois (primeiro) | ||||
• 1709 — 1710 | Francisco do Amaral Coutinho (último) | ||||
História | |||||
• 6 de outubro de 1534 | Carta Foral | ||||
• 20 de janeiro de 1535 | Carta de Doação | ||||
• 3 de novembro de 1709 | Compra pela Coroa | ||||
Moeda | Réis |
A capitania foi doada a Martim Afonso de Sousa por meio de duas cartas, uma chamada carta foral, expedida pelo rei João III no dia 6 de outubro de 1534, que estabeleceu a quantidade de léguas que lhe seria atribuída, e uma de 20 de janeiro de 1535, que estabelecia as divisas exatas da capitania.[5] Foi, primeiramente uma entidade semiautônoma vinculada diretamente à metrópole, e, a partir de 1548, se tornou uma subdivisão subordinada ao Estado do Brasil.
Sediou a primeira vila da colônia, São Vicente, fundada em 1532. O povoamento europeu dessa região, no entanto, começou ainda antes disso, pela ação de náufragos e de degredados, como João Ramalho, o Bacharel de Cananeia e Antonio Rodrigues, que se aliaram com indígenas locais e fundaram pequenos entrepostos principalmente para a comercialização de pessoas escravizadas. A colonização efetiva do território, no entanto, acabou elevando muito a demanda por escravos, o que acabou levando a formação da Confederação dos Tamoios, em 1554, e à expedições de captura de escravizados no interior do continente, no final do século XVI e meados do XVIII.[6][7] Depois da Batalha de M'Bororé, na qual os bandeirantes foram derrotados, a busca sistemática por escravizados indígenas no sul do país foi deixada de lado e as expedições passaram a focar na descoberta de metais preciosos.
A partir da década de 1690, com a descoberta de jazidas de ouro no interior da capitania, onde hoje é o estado de Minas Gerais, começou um êxodo de portugueses metropolitanos e colonos de outras regiões da América portuguesa em direção a capitania, o que acabou gerando animosidade entre os vicentinos, que exigiam o monopólio da exploração aurífera, levando à Guerra dos Emboabas, ao fim da qual a capitania foi comprada pela Coroa e renomeada para Capitania de São Paulo e Minas de Ouro.[8][9]