Colônia Dignidade
Colônia religiosa alemã no Chile liderada por Paul Schäfer que serviu como local de tortura durante a ditadura de Pinochet / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Colônia Dignidade (inicialmente Sociedade Benfeitora e Educacional Dignidade)[1] é um assentamento fundado no Chile em 1961[2] por Paul Schäfer, um ex-militar nazista.[3][4] Está localizada na comuna de Parral, província de Linares, na região do Maule.[5] Se tornou famosa como centro de detenção e tortura nos tempos da ditadura de Augusto Pinochet. Contudo, há relatos anteriores de abuso físico e psicológico entre os moradores da Colônia. Em 2005, por sugestão do traficante de armas Gerhard Mertins, o nome do local foi mudado para Vila Baviera.[6] No seu auge, a Colônia foi o lar de cerca de três centenas de alemães, numa área de 137 quilômetro quadrados.[7] A principal atividade econômica da Colônia era a agricultura, e, em vários períodos, ela também foi possuiu uma escola, um hospital, duas pistas de pouso, um restaurante e de uma estação de energia.
Villa Baviera (previamente Colônia Dignidade) | |
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Assentamento alemão utilizado como campo de tortura e extermínio pela DINA. | |
Imagem da Colônia Dignidade no Chile | |
Outros nomes | Villa Baviera |
Conhecido por | Tortura, aprisionamento e extermínio de dissidentes da ditadura de Augusto Pinochet |
Localização | Chile, 35km ao leste de Parral |
Construído por | Paul Schäfer e sua seita |
Operado por | Paul Schäfer |
Uso original | Seita alemã de cunho nazista |
Construção | 1961 |
Atividade | 1961 - 2007 (como local de assentamento da seita) 1973 - 1985 (como campo de extermínio de dissidentes do regime de Pinochet) |
Mortos | Números desconhecidos |
Prisioneiros notáveis | Boris Weisfeiler (não-confirmado) |
Website | https://www.villabaviera.cl/ |
O líder contínuo mais longo da Colonia Dignidade, Paul Schäfer, foi um fugitivo, acusado de abuso sexual infantil na antiga Alemanha Ocidental.[8] A organização liderada por ele no Chile foi descrita alternadamente como uma seita, mas também como um grupo de "excêntricos inofensivos". A organização era secreta, e a Colônia estava cercada por arame farpado, cercas e apresentava uma torre de vigia e luzes de busca. Mais tarde foi relatado conter também despensas de armas secretas. Nas últimas décadas, investigações externas, incluindo esforços do governo chileno, descobriram uma história de atividades criminosas no enclave, incluindo abuso sexual infantil.[4] Além disso, os resultados demonstram que as atividades econômicas da Colônia foram complementadas por receitas relacionadas a vendas de armas e lavagem de dinheiro. Bruce Falcouner, ao escrever um artigo intitulado "A Colônia da Tortura" (disponível em inglês na revista The American Scholar), e referenciando a Comissão Nacional de Verdade e Reconciliação Chilena, relatou que um pequeno conjunto de pessoas foram sequestradas pela Direção de Inteligência Nacional (DINA) durante o regime de Pinochet. Essas pessoas foram presas na Colônia Dignidade, algumas das quais foram submetidas a tortura. Segundo o relato, residentes locais também participaram das atrocidades.[9]
A população desse local era de 198 pessoas no censo de 2002. A partir de 2005, uma colônia permanece utilizando o local, com seus líderes insistindo que é uma organização diferente e alterada. Seus líderes atuais tentaram modernizar a colônia, permitindo que os residentes saíssem para estudar na universidade e abrindo a colônia ao turismo.