Crise da dívida pública da Zona Euro
crise da dívida plurianual em vários países da UE desde o final de 2009 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A crise da dívida pública europeia, muitas vezes referida como crise da Zona Euro, foi uma crise financeira que, para alguns países da Zona do Euro, tornou difícil ou mesmo impossível, o pagamento ou o refinanciamento da sua dívida pública sem a ajuda de terceiros.[3]
A partir do final de 2009, o receio de uma crise de dívida pública desenvolveu-se entre os investidores, como resultado do aumento dos níveis de endividamento do governo e entidades privadas em alguns estados europeus. As causas da crise variaram de país para país. Em alguns países, as dívidas privadas decorrentes da bolha especulativa imobiliária, foram transferidas para a dívida pública como resultado de resgates do sistema bancário e respostas governamentais à desaceleração das economias no período pós-bolha. Na Grécia, os insustentáveis compromissos salariais do setor público e de pensões impulsionaram o aumento da dívida. A estrutura da Zona Euro enquanto união monetária (i.e. uma única moeda) sem união fiscal (i.e. impostos e regras de pensões públicas diferentes) contribuiu para a crise e limitou a capacidade dos líderes europeus para encontrar respostas.[4][5] Esta situação é reforçada pelas preocupações relativamente à solvência dos sistemas bancários europeus, dado estes possuírem quantidades significativas da dívida soberana públicas.[6]
As dúvidas intensificaram-se a partir do início de 2000[7][8] levando os ministros das finanças europeus a aprovar a criação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).
Para além das medidas políticas e programas de resgate implementados para combater a crise da dívida pública europeia, o Banco Central Europeu (BCE) também contribuiu com a redução das taxas de juro e proporcionando créditos barato superiores a um bilião de euros, para manter os fluxos monetários entre os bancos europeus. Em 6 de setembro de 2012, o BCE também procurou acalmar os mercados financeiros anunciando apoio ilimitado e sem custos a todos os países da Zona Euro com programas de resgate ou preventivos do FEEF/MEE, através da redução do juro associado a transações monetárias definitivas (Outright Monetary Transactions).[9]
A crise não só gerou efeitos adversos nas economias dos países mais atingidos, como também teve impacto político significativo na governação de 8 dos 17 países da Zona Euro, levando a mudanças de poder na Grécia, Irlanda, Itália, Portugal, Espanha, Eslovénia, Eslováquia e Países Baixos.