Eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1945
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As eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1945 foram realizadas em 2 de dezembro de acordo com as regras fixadas no decreto-lei 7.586[1] e numa resolução do Tribunal Superior Eleitoral publicada em 8 de setembro como parte das eleições gerais em 20 estados, no Distrito Federal e no território federal do Acre.[nota 1] Os gaúchos elegeram dois senadores e vinte e dois deputados federais[2] enviados à Assembleia Nacional Constituinte para elaborar a Constituição de 1946 e restaurar o regime democrático após o Estado Novo.[3]
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Eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1945 | ||||
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2 de dezembro de 1945 (Turno único) Senadores eleitos | ||||
Candidato | Getúlio Vargas | Ernesto Dorneles | ||
Partido | PTB | PSD | ||
Natural de | São Borja, RS | São Borja, RS | ||
Votos | 461.913 | 460.113 | ||
Porcentagem | 38,98% | 38,83% | ||
Mapa com os Resultados por Junta Eleitoral (podem englobar mais de uma cidade)
Getúlio Vargas
Ernesto Dornelles
Joaquim Luís Osório
Sem Informações | ||||
Eleito | ||||
Elevado ao cargo de presidente da República após um golpe de estado por meio da Revolução de 1930, Getúlio Vargas assumiu o comando do governo provisório onde governou através de decretos assumindo até mesmo as atribuições do Poder Legislativo até a eleição de uma Assembleia Nacional Constituinte,[4] promessa cumprida após a conflagração da Revolução Constitucionalista de 1932 que legou ao país a Constituição de 1934.[5] Graças às disposições transitórias da mesma, foi eleito presidente da República pelos constituintes por via indireta ao derrotar Borges de Medeiros, candidato apoiado pelos paulistas. Com o tempo, a radicalização ideológica entre integralistas e aliancistas fomentou a Intentona Comunista e forneceu a desculpa, alimentada pelo fraudulento Plano Cohen, para o fechamento do regime através do Estado Novo em 1937.
Fase mais repressiva da Era Vargas, o Estado Novo foi guarnecido pela Constituição de 1937 e acabou após a Segunda Guerra Mundial.[6] A essa altura o país já tomara conhecimento do Manifesto dos Mineiros e com o fim do nazi-fascismo, a ditadura varguista foi obrigada a abrir o regime e marcar eleições gerais para 1945. Em 29 de outubro a deposição de Getúlio Vargas levou ao poder o ministro José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Mesmo fora do poder o ex-ditador não foi importunado e regressou a São Borja. Durante a estadia em sua cidade natal foi agraciado com nove mandatos eletivos. Graças ao ardil das candidaturas múltiplas e a inexistência de regas quanto ao domicílio eleitoral, foi eleito deputado federal pela Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, além de senador pelo Rio Grande do Sul e São Paulo.[7] Em meio a tantas opções integrou a bancada gaúcha no Senado Federal pelo PTB, mas renunciou em favor de Camilo Mércio tão logo foi promulgada a Constituição de 1946.
Também eleito senador, o coronel Ernesto Dorneles ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre e a seguir na Escola Militar do Realengo. Nascido em São Borja, foi adjunto da Polícia Militar de Minas Gerais durante a interventoria de seu cunhado, Benedito Valadares e a seguir trabalhou com o ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra. Nomeado interventor federal no Rio Grande do Sul em 1943 como sucessor de Osvaldo Cordeiro de Farias, ingressou na vida política após dois anos e filiou-se ao PSD sendo eleito senador beneficiando-se ainda por ser primo de Getúlio Vargas.[8]