Enterro celestial
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Enterro celestial (Tibetano: བྱ་གཏོར་, bya gtor, lit. "espalhamento pelas aves"[1]) é um tipo de funeral na qual um cadáver humano é colocado no topo de uma montanha para se decompor , enquanto exposto aos elementos ou para ser comido por animais, especialmente por aves carniceiras. É um tipo determinado de prática geral de excarnação. É praticado nas região autônoma chinesa do Tibete, e nas províncias de Qinghai, Sichuan, e na Mongólia Interior, bem como na Mongólia, Butão e em partes da Índia junto aos Himalaias, tais como Sikkim e Zanskar.[2] Os locais de preparação e de realização do enterro celestial são descritos no Vajrayana Budista. Há práticas similares praticadas pela religião zoroastrista, nas quais o corpo da pessoa é exposto aos elementos e às aves de rapina em estruturas de pedra chamadas Dakhma (Torres do Silêncio).[3] Poucos lugares continuam a realizar a prática, em função da discriminação e da marginalização, da urbanização e da dizimação das populações de abutres.[4][5]
A maioria do povo tibetano e muitos mongóis aderem ao budismo vajrayana, que professa a transmigração dos espíritos. Não há necessidade de preservação do corpo, uma vez que este agora se tornou um recipiente vazio. As aves podem comê-lo e/ou a natureza pode decompô-lo. A função do enterro celestial é simplesmente dar a mais generosa destinação possível aos corpos (a fonte do nome tibetano original. Em boa parte do Tibete e de Qinghai, o solo é duro e rochoso demais para cavar uma cova e por causa da escassez de combustível e lenha, os enterros celestiais são tipicamente muito mais práticos que a tradicional prática budista da cremação. No passado, a cremação estava limitada aos altos lamas e a alguns outros dignitários,[6] mas a tecnologia moderna e as dificuldades com os enterros celestiais levaram a um uso crescente desse método pelas pessoas comuns.[7]
Dentre outros povos que realizavam práticas correlatas aos enterros celestiais estavam no Cáucaso: georgianos, abecazes e adyghes, colocavam os corpos em um troncos de árvores ocas.[8][9]