Epilepsia
doença neurológica / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Epilepsia é uma perturbação neurológica caracterizada por crises epilépticas recorrentes.[11][12] As crises epilépticas são de duração e intensidade variável, desde episódios breves e praticamente imperceptíveis até longos períodos convulsivos em que o corpo se agita vigorosamente.[1] Os episódios convulsivos podem resultar em lesões físicas, incluindo fraturas ósseas.[1] Na epilepsia, as crises tendem a ser recorrentes e a não ter uma causa subjacente definida.[11] Geralmente não se considera epilepsia os casos de episódios convulsivos isolados ou casos em que é possível determinar uma causa específica.[13]
Epilepsia | |
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Descargas generalizadas de ponta-onda num electroencefalograma | |
Especialidade | Neurologia |
Sintomas | Crises epilépticas de intensidade variável, desde convulsões vigorosas até quase imperceptíveis[1] |
Duração | Crónica[1] |
Causas | Desconhecidas, lesões cerebrais, AVC, tumores cerebrais, infeções no cérebro, doenças congénitas[1][2][3][4] |
Método de diagnóstico | Electroencefalograma, excluir outras possíveis causas[5] |
Condições semelhantes | Desmaio, abstinência alcoólica, distúrbios eletrolíticos[5] |
Tratamento | Medicação, cirurgia, neuroestimulação, alterações na dieta[6][7] |
Prognóstico | Controlável em 70% dos casos[8] |
Frequência | 39 milhões / 0,5% (2015)[9] |
Mortes | 125 000 (2015)[10] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | G40-G41 |
CID-9 | 345 |
DiseasesDB | 4366 |
MedlinePlus | 000694 |
eMedicine | neuro/415 |
MeSH | D004827 |
Leia o aviso médico |
A maior parte dos casos de epilepsia é de origem desconhecida.[1] Alguns casos são o resultado de lesões cerebrais, acidentes vasculares cerebrais (AVC), tumores cerebrais, infecções no cérebro ou de doenças congénitas, mediante um processo denominado epileptogénese.[1][3][2] Um pequeno número de casos está ainda diretamente associado a algumas mutações genéticas.[5][14] As crises epilépticas são o resultado de atividade excessiva e anormal das células nervosas no córtex cerebral.[13] O diagnóstico de epilepsia requer que primeiro sejam excluídas outras condições que possam produzir sintomas semelhantes, como a síncope, e determinar se existem causas imediatas para as crises, como síndrome de abstinência alcoólica ou distúrbios eletrolíticos.[5] A avaliação de outras possíveis causas geralmente é realizada com exames imagiológicos ao cérebro e análises ao sangue.[5] O diagnóstico de epilepsia pode em muitos casos ser confirmado com um electroencefalograma (EEG), embora um resultado normal não exclua a doença.[5]
Em cerca de 70% dos casos é possível prevenir e controlar com medicação a ocorrência de crises epilépticas.[1][8][1] Em pessoas cujas crises não respondem à medicação, pode-se considerar cirurgia, neuroestimulação ou alterações na dieta.[6][7] Nem todos os casos de epilepsia duram toda a vida e muitas pessoas melhoram ao ponto de deixarem de necessitar de tratamento.[1]
Em 2015, a epilepsia afetava em todo o mundo cerca de 39 milhões de pessoas.[9] Cerca de 80% dos casos ocorre em países em vias de desenvolvimento.[1] Em 2015, a doença foi a causa de 125 000 mortes, um aumento em relação às 112 000 em 1990.[10][15] A epilepsia é mais comum em pessoas mais velhas.[16][17] Nos países desenvolvidos o aparecimento de novos casos é mais frequente em bebés e idosos.[18] Nos países em vias de desenvolvimento, diferenças ao nível da frequência das causas subjacentes fazem com que o aparecimento seja mais comum em crianças mais velhas e jovens adultos.[19] Entre 5 e 10% de todas as pessoas terão uma crise epiléptica sem causa definida até aos 80 anos de idade,[20] com 40–50% de probabilidade de ocorrência de uma segunda crise.[21] Em algumas regiões do mundo, as pessoas com epilepsia estão proibidas de conduzir ou não lhes é permitido conduzir até estarem livres de crises durante um determinado período de tempo.[22] Dependendo da região do mundo, a condição está associada a diversos estigmas sociais e diferentes formas de tratamento.[1] O termo "epilepsia" tem origem no grego antigo ἐπιλαμβάνειν, "tomar, capturar, possuir, ter".[23]