Excepcionalismo americano
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A expressão excepcionalismo americano refere-se à crença segundo a qual os Estados Unidos são um país qualitativamente diferente de outras nações.[2] Constitui uma variante da doutrina do destino manifesto[3] e está relacionado a duas outras crenças. A primeira é a de que a história dos Estados Unidos é essencialmente diferente da história de outras nações.[2] Nessa linha, o excepcionalismo americano decorreria do fato de o país ter surgido a partir de uma revolução (em 1776), tornando-se o que o cientista político Seymour Martin Lipset chamou "a primeira nova nação"[4] e desenvolvendo uma ideologia exclusivamente americana, o "americanismo" - baseada em liberdade, igualitarismo, individualismo, republicanismo, populismo e laissez-faire.[5][6] A segunda é a de que os Estados Unidos têm a missão exclusiva de transformar o mundo. Em análise, desde que existem como povo, os americanos tem cultivado a crença de que o destino marcou seu país como sendo diferente de todos os outros. Nas palavras de Abraham Lincoln, os Estados Unidos são "quase uma nação eleita [por Deus]".[7]
Estudiosos consideram que a crença excepcionalista seja um elemento central da identidade nacional do povo dos Estados Unidos, uma parte fundamental do seu sistema de crenças, contribuindo para o que Benedict Anderson chama comunidade imaginada,[8] e, embora essa crença tenha sido abalada, sobreviveu ao trauma do Vietnã e continuou a influenciar a retórica e a política externa dos governos Ford, Carter, Reagan, Bush e Clinton.[3] :1
No entanto, o tema do excepcionalismo ainda suscita controvérsias entre democratas e conservadores nos Estados Unidos.[9][6] Embora o termo "excepcional" não implique necessariamente a ideia de superioridade, muitos escritores conservadores e neoconservadores têm promovido o uso da expressão "excepcionalismo americano" com este sentido.[10][6][9] Para eles, os Estados Unidos seriam a "cidade edificada sobre uma colina", referida no Sermão da Montanha,[11] e evocada pelo puritano John Winthrop, governador da colônia de Massachusetts Bay, em sermão dirigido aos colonos britânicos a bordo do Arbella, em 1630,[12][13] - ou seja, uma sociedade imune às forças históricas que levaram à corrupção de outras sociedades.[5]