Heliogábalo
imperador romano / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Marco Aurélio Antonino Heliogábalo (em latim: Marcus Aurelius Antoninus Heliogabalus; c. 203 — 11 de março de 222), nascido como Sexto Vário Ávito Bassiano (em latim: Sextus Varius Avitus Bassianus), comumente conhecido como Heliogábalo ou Elagábalo, foi um imperador romano da dinastia severa dentre 218 a 222. Sua mãe Júlia Soémia era de origem síria e seu pai chamava-se Sexto Vário Marcelo. Como cidadão romano, seu nome provavelmente era Vário Avito Bassiano, mas ao tornar-se imperador, adotou o nome de Marco Aurélio Antonino. Apenas recebeu o cognome de Heliogábalo após a sua morte. Durante a sua juventude, serviu como sacerdote do deus Heliogábalo na cidade natal da família de sua mãe, Emesa, na província da Síria.
Heliogábalo | |
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Imperador romano | |
Reinado | 16 de maio de 218 a 11 de março de 222 |
Predecessores | Macrino e Diadumeniano |
Sucessor | Alexandre Severo |
Nascimento | c. 203 |
Morte | 11 de março de 222 (19 anos) Roma, Império Romano |
Nome completo | |
César Marco Aurélio Antonino Augusto | |
Nome de nascimento | Vário Avito Bassiano |
Esposas | Júlia Cornélia Paula Aquília Severa Ânia Faustina |
Descendência | Alexandre Severo (adotivo) |
Dinastia | Severa |
Pai | Sexto Vário Marcelo |
Mãe | Júlia Soêmia |
Em 217, o imperador Caracala foi assassinado e substituído pelo seu prefeito do pretório, Marco Opélio Macrino. A tia materna de Caracala, Júlia Mesa, instigou com sucesso uma revolta entre a Terceira Legião para ter o seu neto mais velho, Heliogábalo, declarado imperador. Macrino foi derrotado no dia 8 de junho de 218, na Batalha de Antioquia, depois da qual Heliogábalo, com apenas catorze anos de idade, ganhou o poder imperial e começou um reinado caracterizado principalmente por escândalos sexuais e controvérsias religiosas.
Diversos historiadores acreditam que posteriormente Heliogábalo mostrou desrespeito às tradições religiosas romanas e tabus sexuais. Heliogábalo substituiu o tradicional deus Júpiter no Panteão Romano pelo deus Heliogábalo, e forçou membros importantes do governo de Roma a participarem em rituais que celebravam esta divindade, liderados por ele próprio. Casou-se cinco vezes, levando favores dos bajuladores masculinos que se pensava popularmente terem intenções de serem seus amantes,[1][2] e diz-se que se prostituía no palácio imperial. Seu comportamento o distanciou da guarda pretoriana, do senado e dos cidadãos.
Entre crescente oposição, Heliogábalo, com apenas 18 anos, foi assassinado e substituído pelo seu primo Alexandre Severo no dia 11 de março de 222, numa conspiração feita pela sua avó, Júlia Mesa, e membros da guarda pretoriana.
Heliogábalo criou uma reputação entre os seus contemporâneos como excêntrico, decadente, e zelote, o que foi provavelmente exagerado pelos seus sucessores e rivais políticos.[3] Esta propaganda espalhou-se e, os historiadores no início da era moderna sujeitaram-no como um dos imperadores romanos com a pior reputação. Edward Gibbon, por exemplo, escreveu que Heliogábalo "abandonou a si mesmo para ter prazeres grosseiros e ser descontroladamente furioso".[4] De acordo com B.G. Niebuhr, "o nome Heliogábalo está gravado na História acima de todos os outros" por causa de sua "vida inefavelmente repugnante".[5] Os mais recentes historiadores têm tentado separar os fatos reais da ficção, preservando com maior cautela a visão deste personagem e seu reinado.[6]