Imigração italiana em São Paulo
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A imigração italiana em São Paulo dá-se, em um primeiro momento, sem uma política definida, mediante iniciativas de fazendeiros de café do Oeste Paulista, que buscavam alternativas diante da escassez de mão de obra ligada à desagregação do escravagismo no Brasil. Surgem tentativas de apoiar a produção cafeeira na mão de obra livre, sem que todavia houvesse uma política imigratória definida. Entre 1885 e 1902, essas iniciativas ganham força e define-se afinal uma política de imigração, visando, em especial, os italianos, que, nessa época, sofriam os efeitos de uma crise econômica em seu país.[1] Por fim, entre 1902 e 1920, consolida-se a política imigratória promovida por São Paulo.[2]
Até 1920, o estado de São Paulo havia recebido aproximadamente 70% dos imigrantes italianos no Brasil, totalizando 1.078.437 italianos entrados no estado. O censo de 1920 registrou 398.797 italianos residentes em São Paulo,[3][4] representando 9% da população estadual.[5] A maior parte desse contingente, cuja viagem havia sido subsidiada por fazendeiros e pelo governo brasileiro, destinava-se ao trabalho nas fazendas de café.
São Paulo recebeu imigrantes de diversas regiões da Itália. Nos registros paroquiais de São Carlos, cidade produtora de café no interior de São Paulo, para o período compreendido entre 1880 e 1914, foi registrado que, dentre os italianos que ali se casaram, 29% dos homens e 31% das mulheres eram oriundos do Norte da Itália, sendo o Vêneto a região mais bem representada, com 20% dos homens e 22% das mulheres, seguida pela Lombardia, com 5% dos homens e 6% das mulheres. Os italianos do Sul também eram bastante numerosos, correspondendo a 20% dos homens e 15% das mulheres de nacionalidade italiana. Calábria, com 7% dos homens e 5% das mulheres e Campânia, com 6% dos homens e 5% das mulheres eram as regiões sulistas que mais contribuíram com imigrantes em São Carlos, que ficou conhecida no século XIX como Piccola Italia[6]
Em São Paulo, assim como no resto do Brasil, havia a tendência de os imigrantes do Norte da Itália rumarem para a zona rural, enquanto os do Sul preferiam se dedicar às ocupações urbanas. Isso explica o fato de, na cidade de São Paulo, os meridionais terem dominado bairros inteiros, como foi o caso do Bixiga, do Brás e da Mooca, habitados especialmente por imigrantes oriundos da Calábria e da Campânia.[3]