Irineu Evangelista de Sousa
Industrial, comerciante e banqueiro brasileiro / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Irineu Evangelista de Sousa,[nota 1] Visconde de Mauá (Arroio Grande, 28 de dezembro de 1813 – Petrópolis, 21 de outubro de 1889[1][2]), foi um Industrial, comerciante, armador, fazendeiro, e banqueiro brasileiro. Ao longo de sua vida foi merecedor, por contribuição à industrialização do Brasil no período do Império (1822-1889), dos títulos nobiliárquicos primeiro de barão (1854) e depois de Visconde de Mauá (1874).
O Visconde de Mauá | |
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Comerciante, industrial e banqueiro no Segundo Reinado (1831-1889). | |
Deputado Geral pelo Rio Grande do Sul | |
Período | 24 de dezembro de 1872 a 22 de abril de 1873 |
Período | 27 de agosto de 1855 a 2 de agosto de 1866 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Irineu Evangelista de Sousa |
Nascimento | 28 de dezembro de 1813 Arroio Grande, Rio Grande do Sul |
Morte | 21 de outubro de 1889 (75 anos) Petrópolis, Rio de Janeiro, Império do Brasil |
Progenitores | Mãe: Mariana de Jesus Batista de Carvalho Pai: João Evangelista de Ávila e Sousa |
Cônjuge | Maria Joaquina de Sousa |
Fortuna | 80 Bilhões USD (convertido em 2022) |
Assinatura | |
Títulos nobiliárquicos | |
Barão de Mauá | 30 de abril de 1854 |
Visconde de Mauá, com grandeza | 26 de junho de 1874 |
Foi pioneiro em várias áreas da economia do Brasil.[3] Dentre as suas maiores realizações encontra-se a implantação da primeira fundição de ferro e estaleiro no país, a construção da primeira ferrovia brasileira, a estrada de ferro Mauá na cidade de Magé, no atual estado do Rio de Janeiro, o início da exploração do rio Amazonas e afluentes, bem como o Guaíba e afluentes, no Rio Grande do Sul, com barcos a vapor, a instalação da iluminação pública a gás na cidade do Rio de Janeiro, a criação do terceiro Banco do Brasil (o primeiro, de 1808, concretizou em 1829 a possibilidade existente em seu estatuto de se dissolver ao final de 20 anos[4]), e a instalação do cabo submarino telegráfico entre a América do Sul e a Europa.[3]
Primeiro como barão, título recebido após construir a primeira estrada de ferro da América do Sul, e vinte anos depois, visconde de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa é o principal representante dos primórdios do capitalismo na América do Sul, ao incorporar e adotar, no Brasil, ainda no período do Império brasileiro (1822-1889), em suas empresas, os recursos e maquinários aplicados na Europa e nos Estados Unidos no período da Revolução Industrial do século XIX.[5]
É considerado, pelos registros históricos, como o primeiro grande industrial brasileiro. Foi um dos grandes opositores da escravatura e do tráfico de escravos, entendendo que somente a partir de um comércio livre e trabalhadores libertos e com rendimentos poderia o Brasil alcançar situação de prosperidade. Todavia, somente com a Lei Áurea, de 1888, foi abolida a escravatura no Brasil, assinada pela princesa regente Isabel.
Nascido em uma família de proprietários de pequena estância de criação de gado em Arroio Grande, Rio Grande do Sul, na fronteira com a República do Uruguai, Irineu Evangelista de Sousa ascendeu socialmente pelos seus próprios méritos, estudos e iniciativa, sendo considerado um dos empreendedores mais importantes do Brasil, no século XIX, estando à frente de grandes iniciativas e obras estruturadoras relacionadas ao progresso econômico no Segundo Reinado.[2]
De início incompreendido e contestado por uma sociedade rural e escravocrata, hoje é considerado o símbolo dos empreendedores capitalistas brasileiros do século XIX. Foi precursor, no Brasil, do liberalismo econômico, defensor da abolição da escravatura, da valorização da mão-de-obra e do investimento em tecnologia. No auge da sua carreira (1860), controlava dezessete empresas localizadas em seis países (Brasil, Uruguai, Argentina, Inglaterra, França e Estados Unidos). No balanço consolidado das suas empresas em 1867, o valor total dos ativos foi estimado em 115 mil contos de réis[6] (155 milhões de libras esterlinas), enquanto o orçamento do Império, no mesmo ano, contabilizava 97 mil contos de réis (97 milhões de libras esterlinas). Sua biografia ficou conhecida, principalmente, pela exposição de motivos que apresentou aos credores e ao público[7] ao ter a falência do seu banco, a Casa Mauá & Cia., decretada em 1878.