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livro do Antigo Testamento da Bíblia Católica Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O livro de Tobias (em grego: τωβιτ; do hebraico: טוביה ou טוביהו, Tobiyah/tobiyahu, "Deus é bom"), é um dos livros deuterocanônicos do Antigo Testamento da Bíblia católica e possui 14 capítulos e 297 versículos. Vem depois do livro de Neemias e antes do livro de Judite. Consiste numa narração antiga de origem judaica.
O livro de Tobias foi considerado canônico pelo Concílio de Cartago em 397 e reconfirmado por todos os concílios. E reconfirmado pela Igreja Católica Apostólica Romana no Concílio de Trento em 1546, depois da Reforma Protestante. Assim como os outros livros deuterocanônicos, o livro de Tobias não foi incluído na Bíblia Hebraica, ou Tanakh como também é conhecida. Apesar de não estarem na Bíblia Hebraica, tanto o livro de Tobias quanto os outros livros deuterocanônicos sempre fizeram parte da literatura hebraica, sendo eles estudados nas sinagogas, tendo um estimado valor dentro do judaísmo e para a história de Israel.
A Bíblia de Jerusalém relata que numa gruta em Qumrã (Manuscritos do Mar Morto) foram encontrados restos de quatro manuscritos em aramaico e de um manuscrito em hebraico do Livro de Tobias, e que ele figura no Cânon, no ocidente a partir do Sínodo de Roma de 382, e no oriente a partir do Concílio de Constantinopla, denominado "in Trullo", em 692.[1].
Há estudos que indicam que o Livro de Tobias foi escrito por volta do ano 200 a.C. e que não relata uma história real, pois os acontecimentos aí descritos dificilmente se enquadram na história desse período. O livro pertence ao gênero sapiencial e é uma espécie de romance ou novela, destinado a transmitir ensinamentos[2].
O livro conta a história de duas famílias judaicas aparentadas deportadas em Nínive, na Mesopotâmia e em Ecbátana, na (Pérsia). Tobit, chefe da família de Nínive, fica cego e envia seu filho Tobias para buscar certa importância em dinheiro, guardada na casa de um amigo em uma cidade distante. Durante a viagem, protegido pelo Arcanjo Rafael, Tobias encontra e casa-se com Sara, sua prima em Ecbátana atormentada por um demônio chamado Asmodeu, que anteriormente matara sete maridos de Sara na noite de núpcias antes mesmo que tivessem relações sexuais. No retorno de Tobias, Tobit é curado[3].
O protagonista é um judeu justo e fiel a Deus, mostrando que a verdadeira sabedoria e o caminho para a felicidade consistem em amar a Deus e obedecer à sua vontade (mandamentos), independentemente das circunstâncias[2].
O livro foi escrito na época da dominação decorrente das conquistas de Alexandre, que tentava impor a cultura, a religião e costumes helenistas, ameaçando a identidade do povo judeu. O livro busca reafirmar esta identidade ameaçada[2].
Entre os ensinamentos do livro, destacam-se a descoberta da providência divina na vida cotidiana (Arcanjo Rafael), a fidelidade à vontade de Deus (Lei), a prática da esmola, o amor aos pais, a oração e o jejum, a integridade do matrimônio e o respeito pelos mortos. O autor mostra, sobretudo, que o homem justo não vive sozinho: está sempre acompanhado e protegido por Deus[2].
Dentre os ensinamentos destacam-se[4]:
O Livro de Tobias foi rejeitado pela Reforma Protestante e por isso, não faz parte da Bíblia evangélica, sendo considerado um apócrifo.
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