Mococa
município brasileiro do estado de São Paulo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Mococa é um município brasileiro do estado de São Paulo, faz parte da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP), sendo uma das subsedes metropolitanas. Localiza-se a uma latitude 21º28'04" sul e a uma longitude 47º00'17" oeste, estando a uma altitude de 645 metros. A cidade de Mococa localiza-se no nordeste do Estado de São Paulo, distante 113 km de Ribeirão Preto a maior cidade da região. Sua população, segundo o Censo demográfico do Brasil de 2022, é de 67.681 habitantes.[4] O município é formado pela sede e pelos distritos de Igaraí e São Benedito das Areias.[7][8]
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Município do Brasil | |||
Da esquerda para a direita: Igreja matriz de São Sebastião, Fonte dos Amores, Escultura "Os Fundadores", de Bruno Giorgi; Casarão histórico de 1898, "Barão do Café", e vista panorâmica de Mococa. | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Lema | Terra Mea Pavlista Generosa "Minha Generosa Terra Paulista" | ||
Gentílico | mocoquense | ||
Localização | |||
Localização de Mococa em São Paulo | |||
Localização de Mococa no Brasil | |||
Mapa de Mococa | |||
Coordenadas | 21° 28′ 04″ S, 47° 00′ 18″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | São Paulo | ||
Região metropolitana | Ribeirão Preto | ||
Municípios limítrofes | São José do Rio Pardo, Tapiratiba, Cássia dos Coqueiros, Tambaú, Casa Branca, Arceburgo, Monte Santo de Minas, Guaranésia, Cajuru | ||
Distância até a capital | 266 km | ||
História | |||
Fundação | 5 de abril de 1856 (168 anos) | ||
Emancipação | 3 de fevereiro de 1873 (151 anos) | ||
Administração | |||
Distritos | Lista
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Prefeito(a) | Eduardo Ribeiro Barison[2] (PSD, 2021–2024) | ||
Vereadores | 15 | ||
Características geográficas | |||
Área total [3] | 855,16 km² | ||
População total (Censo 2022) [4] | 67,681 hab. | ||
• Posição | SP: 108º | ||
Densidade | 0,1 hab./km² | ||
Clima | tropical de altitude (Aw) | ||
Altitude | 645 m | ||
Fuso horário | GMT -3 (UTC−3) | ||
CEP | 13730-000 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[5]) | 0,762 — alto | ||
• Posição | SP: 151° | ||
PIB (IBGE/2009[6]) | R$ 1 053 970,000 mil | ||
• Posição | SP: 191º | ||
PIB per capita (IBGE/2021[6]) | R$ 44 065,50 | ||
Sítio | mococa.sp.gov.br (Prefeitura) mococa.sp.leg.br (Câmara) |
A história de Mococa se inicia durante a primeira metade do século XIX, quando errantes provindos de Minas Gerais, sobretudo de Aiuruoca e outros municípios vizinhos, sabendo da alta fertilidade do solo na região, iniciam o desbravamento das grandes matas virgens locais e dão inicio as primeiras ocupações. Gerando, subsequentemente, grandes propriedades para o cultivo do café e utilizando-se de mão de obra escravizada africana no processo.[9]
Como principais fundadores, destacam-se Gabriel Garcia de Figueiredo, o "Barão de Monte Santo" e Venerando Ribeiro da Silva, responsável pelo traçado urbanístico das ruas e praças do município emergente.[10]
No cerne do período imperial, o povoado, até então conhecido como São Sebastião da Boa Vista, o nome original de Mococa, é elevado à condição de capela curada, no ano de 1841. Poucos anos depois, em 1846, é implantada a primeira lavoura cafeeira, gerando assim, a ocupação e o desenvolvimento urbano e rural.[11] A primeira igreja de Mococa, posteriormente conhecida como Matriz Velha, foi construída também em 1846, dedicada à São Sebastião, o padroeiro da cidade. Por sua rusticidade, acaba perdendo relevância durante o fim do século XIX. Deste modo, monta-se uma comissão incluindo nomes do alto escalão político e econômico de Mococa, incluindo o Barão de Monte Santo, para a inauguração de uma nova Matriz, fato ocorrido em 1896.
A antiga igreja matriz veio a ser demolida em 1919, dada suas precárias condições. Sendo reconstruída em 1921, com estilo arquitetônico eclético, pela iniciativa de Iria Josepha da Silva e seu marido, Francisco Figueiredo. Tendo sua arquitetura projetada pelo renomado arquiteto italiano Gherardo Bozzani.[11]
Passou, em 1857, a ser considerado uma freguesia. Em 1871, passou à condição de vila e em 1875, pela iniciativa de Gabriel Garcia de Figueiredo junto ao governo imperial, veio a ser considerada oficialmente uma cidade.
Após 1888, data da abolição da escravatura, fez-se necessária a substituição da mão de obra escrava. A cidade passou, então, a receber uma massa de imigrantes, em sua esmagadora maioria de italianos (cerca de 10.000) e, em menor escala, de alemães, austríacos, espanhóis, portugueses e libaneses.[12]
A partir da década de 1890, Mococa passou pelo seu período áureo, com as riquezas geradas pelos produtores de café proporcionando grandes avanços para a cidade, como a construção da Matriz Nova, a igreja de São Sebastião e o início das operações da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, responsável por escoar a produção cafeeira para o mercado externo e pela chegada dos milhares de imigrantes que Mococa receberia, para trabalhar nas fazendas de café, ao longo das décadas seguintes. O último trem da estação mocoquense partiu em 1966.[13][14]
Como resultado, houve uma fusão cultural e cosmopolita em pleno "sertão do pardo", período este conhecido como a "belle époque caipira", qualificando Mococa como uma das cidades produtoras do melhor café do Brasil. A florada civilizadora do café tornou os cafeicultores da cidade parte da elite social brasileira.
Porém, entre 1914 e 1918, período da Primeira Guerra Mundial, ocorreu a desorganização do comércio internacional, desestruturando a economia cafeeira devido à retração dos mercados consumidores. Crise que se acentuaria com o Crash da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929.
A partir desse período, os fazendeiros passaram investir na criação de gado de leite. Em 1932, a cidade foi um dos fronts da Revolução constitucionalista no conflito entre mineiros e paulistas.[15]
Em 1959, foi inaugurado o Cine Mococa, um dos mais tradicionais cinemas da região, mantendo sua arquitetura de época intacta.
Três anos mais tarde, em abril de 1963, Mococa recebeu a presença do presidente da república, João Goulart. Onde este inaugurou o Mercado Municipal, o conhecido Mercadão, ao lado do seu ex-ministro da agricultura, o mocoquense Renato Costa Lima.[16]
Durante os anos de chumbo, houve alguns casos onde a repressão da ditadura atuou, como na prisão de Milton Gagliardi, militante comunista da época, que fora transferido para Cajuru. Tendo sido solto algum tempo depois.
Relevante também é a presença de Carlos Lamarca (capitão do Exército na época, conhecido por desertar o mesmo e se juntar a luta armada), em 1967, no Tiro de Guerra 02-022, para realizar uma das muitas inspeções técnicas que o TG passava. Nessa época, seus ideais revolucionários já começavam a se aflorar.
Nascido em 1905, no antigo Hotel Terraço, o escultor mocoquense Bruno Giorgi saiu de Mococa com os pais, imigrantes italianos, ainda criança, rumo à Itália.
Em 1983, já em idade avançada e com uma experiência de vida intensa pelo mundo das artes, retorna à sua terra natal pela primeira vez, desde sua infância.
Deixou em sua cidade, como homenagem, duas obras: A mulher de Mococa, na praça Marechal Deodoro e Os Fundadores, na praça Epitácio Pessoa, ambas localizadas no centro histórico de Mococa.[17]
A origem do nome da cidade tem três versões:
Mococa, cidade histórica dotada de rico patrimônio histórico e cultural, eventos de reconhecimento a nível nacional e grande potencial ecológico, integra a região turística Caminhos da Mogiana e possui cinco segmentos principais de turismo, sendo estes: cultural, rural, ecoturismo, eventos e turismo religioso.[24]
Contando com inúmeros casarões históricos bem preservados do período áureo do ciclo do café, dos anos 1890 á década de 1920.[12] Além da imponente Igreja Matriz de São Sebastião, de 1896, o coreto central da praça, que recebe a apresentação, aos domingos, da tradicional Filarmônica Mocoquense, fundada no ano de 1892.[25] Bem como a Igreja Nossa Senhora do Rosário e as esculturas 'A Mulher de Mococa' e 'Os Fundadores', ambas do renomado escultor mocoquense Bruno Giorgi.[11]
O antigo Cine Theatro Central, hoje Teatro Municipal, foi o cinema original do município, tendo o seu último filme exibido no fim da década de 1970. Já o Cine Mococa, também tradicional, fundado em 1959, tem uma das maiores telas de projeção do Brasil e substituiu o antigo Cine Theatro, se tornando predominante em Mococa.[26] Possuindo arquitetura chamativa, característica dos cinemas clássicos dos anos 50 e 60. Além de pinturas internas na sala principal do artista e historiador mocoquense Carlos Alberto Paladini[9]
Fundada no ano de 2010, no antigo prédio, datado de 1929, da Sociedade Italiana Doppo Lavoro e, posterior, escola estadual Francisco Garcia[27], a Casa de Cultura leva o nome de um dos mais renomados e conhecidos mocoquenses: o ator e comediante Rogério Cardoso. Possuindo diversos acervos e exposições, rotativos e permanentes, bem como diversas aulas, oficinas e palestras abertas ao público.[28]
Sendo um dos segmentos de maior proeminência no município. Conta com dezenas de fazendas históricas, cujo estilo e arquitetura variados de seus casarões preservam a história e memória dos coronéis do ciclo do café, fundadores de Mococa.[29] [30]
Atualmente, as fazendas abertas ao turismo rural, e as suas principais atividades desenvolvidas são:
Oferecendo hospedagem, alimentação típica da gastronomia mineira e diversos atrativos como: Trilhas históricas e ecológicas, cachoeiras, passeios de cavalo e charrete, além de barco e caiaque, bem como tirolesa e recreações variadas.[31][32]
Parque Ecológico São Sebastião: localizado próximo ao centro, o parque conta com diversas trilhas próprias para crianças, jovens e adultos. Além de minas de água potáveis provindas diretamente do lençol freático. Possuindo também, extensa biodiversidade em fauna e flora regional. As visitas são acompanhadas por um guia especializado. Portanto, é necessário agendamento prévio.[33]
Cachoeira do Itambé e Mirante das Areias: com queda de 84 metros de altura, é uma das maiores cachoeiras de todo o estado de São Paulo. Já o Mirante, com 1270 metros de altitude, possui vista 180 graus, sendo possível observar várias cidades da região. Além de contar com acesso gratuito e estacionamento adaptado. Ambos se localizam em um planalto, com matas preservadas, na divisa entre o distrito mocoquense de São Benedito das Areias e o munícipio de Cássia dos Coqueiros.[34][35]
Rota tradicional de peregrinos com destino a cidade de Aparecida do Norte (SP). Mococa integra o Caminho da Fé sendo um dos ramais de acesso e possuindo meio de hospedagem oficial, o Plaza Hotel, oferecendo credenciais aos peregrinos que ali hospedam. Contando também com um portal turístico localizado na Capela Nossa Senhora de Aparecida, no bairro de mesmo nome.[43][44]
O município está ligado à rodovia Ademar de Barros (SP-340), uma das principais do estado, com pista duplicada, ligando Mococa a Campinas. É considerada a quinta melhor rodovia do Brasil, segundo o Guia Quatro Rodas[45].Além de uma conexão com sede da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP) pela rodovia Abrão Assed.
O município pertence à Diocese de São João da Boa Vista. Sua Igreja Matriz, construída em 1896, é de estilo gótico e dedicada a São Sebastião.
O município também conta com as paróquias de:
População Total: 67.681 (est. IBGE/2022)[4]
Densidade demográfica (hab./km²): 79,14[4]
Cor/Raça | Percentagem |
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Branca | 65,9% |
Preta | 5,5% |
Parda | 28,4% |
Amarela | 0,2% |
Fonte: Censo 2022[4]
Após a abolição da escravatura em 1888, Mococa passou a receber uma enorme quantidade de imigrantes para trabalhar nas lavouras de café. Dentre os imigrantes, a maioria era de italianos, que somaram entre 9 000 e 10 000, vindos principalmente das regiões da Lombardia, Vêneto, Lácio, Campânia e Sicília. Mas havia também alemães, principalmente da região da Baviera, austríacos, portugueses; espanhóis da Andaluzia e da Galiza e, em menor escala, libaneses, dentre outros. A população atualmente é resultado da miscigenação desses imigrantes; estima-se que a maioria tenha ao menos um antepassado italiano.[46][47]
O clima de Mococa é o tropical com invernos secos (Aw na classificação de Köppen) com temperatura média anual de 23,1°C, tendo a média das máximas de 28,8°C e a média das mínimas de 16,9°C. A precipitação pluviométrica média anual é de 1560,2 mm. O mês mais quente é outubro, com média das máximas de 31°C e o mês mais frio é junho, com média das mínimas de 13°C. O mês mais chuvoso é dezembro, com precipitação média de 273,7mm, seguido de perto por janeiro, com 267,1mm e os meses menos chuvosos são julho e agosto com 21,5 e 23,2mm, respectivamente.[48]
Dados climatológicos para Mococa | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima média (°C) | 29,0 | 30,0 | 30,0 | 29,0 | 26,0 | 26,0 | 27,0 | 29,0 | 29,0 | 31,0 | 30,0 | 30,0 | 31,0 |
Temperatura mínima média (°C) | 20,0 | 20,0 | 19,0 | 17,0 | 14,0 | 13,0 | 13,0 | 14,0 | 19,0 | 18,0 | 19,0 | 20,0 | 13,0 |
Precipitação (mm) | 267,1 | 212,9 | 188,6 | 74,8 | 59,3 | 33,0 | 21,5 | 23,2 | 67,4 | 140,5 | 198,2 | 273,7 | 1 560,2 |
Fonte: UNICAMP - Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas[49] |
Mococa nasceu com o nome de São Sebastião da Boa Vista, sendo um distrito do município de Casa Branca. Em 3 de fevereiro de 1873 emancipou-se, tornando-se município. Pela lei estadual de 8 de abril de 1911 o município passou a se chamar Mococa.[50]
O município é dividido em três distritos: Mococa (sede), Igaraí e São Benedito das Areias.
98,9% da população mocoquense é alfabetizada.[4] O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2021 foi de 5,8 para os anos iniciais do ensino fundamental e de 5,1 para os anos finais. Mococa possui as escolas técnicas estaduais do Centro Paula Souza, a ETec Francisco Garcia e a ETec João Baptista de Lima Figueiredo. Possui duas faculdades: a Faculdade de Tecnologia, onde são ministrados os cursos "Informática com Ênfase em Gestão em Negócios", "Informática com Ênfase em Banco de Dados e Rede de Computadores" ,"Agronegócio", "Gestão Empresarial" e "Gestão da Tecnologia da Informação" e a Faculdade da Fundação de Ensino de Mococa, onde são ministrados os cursos de Administração Geral, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Pedagogia, Letras e Matemática.
92,8% das casas estão conectadas à rede de esgoto, 97,7% são atendidas pela coleta de lixo e 99,96% têm banheiro de uso exclusivo.[4]
A cidade era atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB), que inaugurou em 1970 a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1973[51] passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que em 1998 foi privatizada e vendida para a Telefônica,[52] sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[53] para suas operações de telefonia fixa. Atualmente cidade passa por um processo de modernização de sua infraestrutura de comunicação com implementação de redes de fibra ótica por empresas locais.
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