Pintor da corte
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Um pintor da corte era um artista que pintava membros de uma família real ou principesca, por vezes pago com um salário fixo e em caráter de exclusividade no qual o artista não deveria assumir outros trabalhos. Pintores eram a ocupação mais comum, mas o artista da corte também poderia ser um escultor da corte. Na Europa ocidental, o papel começou a surgir no meio do século XIII.[1]
Especialmente na Baixa Idade Média, eles, via de regra, recebiam o cargo de valet de chambre.[1] Normalmente, era-lhes dado um salário e um título formal e, com frequência, uma pensão vitalícia, embora as condições variassem bastante. Comumente, contudo, ao artista era pago somente um adiantamento e, adicionalmente, ele — ou, menos frequentemente, ela — recebia por obras que produzia para o monarca. Para o artista, uma nomeação para a corte trazia consigo a vantagem de liberá-lo da restrição de guildas locais de pintores,[1] embora na Idade Média e na Renascença também tivesse de gastar bastante tempo realizando trabalhos decorativos ao redor do palácio e criando obras temporárias para exibições e entretenimento da corte. Alguns artistas, como Jan van Eyck ou Diego Velázquez, eram empregados de outras maneiras na corte, como diplomatas, funcionários ou administradores.
Na Inglaterra, o papel de serjeant painter foi criado para trabalhos mais mundanos de decoração, deixando o "pintor do Rei" (e da Rainha) livre para pintar, sobretudo, retratos. Da dinastia Stuart até a Rainha Vitória, o trabalho era uma nomeação usual da corte chamada de primeiro pintor da corte (Principal Painter in Ordinary, no original), normalmente ocupada por um especialista em retratos. Por vezes, nomeações paralelas e menos oficiais eram feitas, como a de Francis Bourgeois como pintor real de paisagens ou a de pintor de flores (Flower Painter in Ordinary, no original), que trabalhava para a rainha. Premier peintre du Roi (Primeiro Pintor do Rei) foi a principal nomeação francesa de 1603 a 1791, nem sempre ocupada. Isto não se restringia a pintores de retratos, mas, diferente de outras cortes, o titular sempre era nativo da França.
Os escultores da corte eram geralmente nomeados quando havia um grande programa de construção que exigia escultura, ou em períodos, como as décadas por volta de 1500 e o movimento barroco, quando a escultura de retrato era especialmente requisitada. Em algumas cortes alemãs do século XVIII, grande parte do trabalho do escultor da corte era desenhar estatuetas e outros artigos para a fábrica de porcelana do príncipe. Cabeças para moedas também podiam ser projetadas por um escultor da corte. Não havia um papel regular para um escultor inglês, embora Grinling Gibbons fosse chamado de "Escultor do Rei" para Carlos II. Há exceções, principalmente Giambologna, que os Médici nunca deixaram em Florença por temer que os Habsburgos o pegassem. Para os artistas mais famosos do Renascimento, a prisão de uma única corte era algo a ser evitado, como Ticiano teve o cuidado de fazer, permanecendo em Veneza.