Tartaruga-do-pantanal
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Tartaruga-do-pantanal (Acanthochelys macrocephala) é uma espécie de quelônio da ordem testudinata que ocorre na região central da América do Sul e que há registros no Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, sendo um animal típico do bioma Pantanal e Chaco. No seu habitat natural, a espécie pode ser encontrada em ambientes lênticos, lagoas de águas rasas e salobras. A espécie foi descrita pela primeira vez em 1984 tendo como base as espécies encontradas no Pantanal do Brasil e na Bolívia.
Tartaruga-do-pantanal | |
---|---|
Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Reptilia |
Ordem: | Testudines |
Subordem: | Pleurodira |
Família: | Chelidae |
Gênero: | Acanthochelys |
Espécies: | A. macrocephala |
Nome binomial | |
Acanthochelys macrocephala (Rhodin, Mittermeier & McMorris, 1984)[2] | |
Sinónimos[3] | |
|
É a maior espécie do seu gênero, sendo que o tamanho da sua cabeça é uma das características mais marcantes da Tartaruga-do-pantanal. Os machos possuem a carapaça mais esbelta quando comparada com a das fêmeas. Entretanto, as fêmeas apresentam um comprimento maior do que os machos, com cerca de 30 cm e os machos com 23,5 cm. Também, possuem pernas mais robustas, cobertas por escamas, e os indivíduos da espécie podem chegar a pesar em torno de 1,5 kg. O seu comportamento é igual aos outros quelônios, a espécie costuma recolher a cabeça, patas e cauda para dentro da carapaça, ficando completamente imóvel, sendo este um método de defesa diante dos predadores. A reprodução ocorre nos períodos com maior índice pluviométrico nas regiões e as desovas acontecem após a época chuvosa. A espécie nidifica em solos argilosos ou arenosos, em terrenos elevados e próximo ao curso d’água, sendo que a média de ovos por ninhada é de 6 unidades. Cada ovo costuma possuir cerca de 3 mm de diâmetro e pesa cerca de 15 g. Além disso, durante a época de seca, as tartarugas entram em estado de estivação devido à falta de chuva, retornando quando o índice pluviométrico aumenta.
Contrariamente à tartaruga terrestre que prefere uma alimentação vegetariana, a tartaruga aquática privilegia de uma alimentação animal. Em habitat natural este gênero de testudinatas alimenta-se de peixes de água doce, caracóis, e pequenos insetos aquáticos, além de ser uma espécie com hábito diurno. Entretanto, como as mudanças climáticas causam secas e aridez nas regiões em que a espécie ocorre, os recursos para a sua sobrevivência tem se tornado mais escassos. A espécie não é considerada ameaçada de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), visto que quando foi avaliada enquadrou-se na categoria Quase Ameaçada (NT) em 2018. Porém, tem se observado um declínio em suas populações e a espécie pode estar perto de se qualificar em uma categoria de extinção.
O declínio da população ocorre devido a redução e perda de habitat por conta da expansão agrícola e pecuária, além disso, a Tartaruga-do-pantanal também é comercializada clandestinamente pelo Paraguai para os EUA, Europa e Japão. A implementação de uma legislação mais rígida vem contribuindo para a redução na comercialização da espécie. Embora as populações estejam ameaçadas nas regiões descritas, ainda há indivíduos que ocorrem em algumas áreas protegidas e em unidades de conservação, tanto no Brasil como na Bolívia. Ainda sim, mesmo com a ocorrência da espécie em áreas protegidas, a tartaruga-do-pantanal não possui proteção o suficiente, estando vulnerável a uma possível mudança de categoria muito em breve.
Por fim, como é uma espécie com poucos estudos disponíveis, ainda não se sabe sobre os aspectos culturais relacionados à Tartaruga-do-pantanal.