Testemunhas de Jeová
denominação cristã / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
As Testemunhas de Jeová são uma denominação cristã milenarista e restauracionista com crenças não-trinitárias, que diferem-se de grande parte de outras denominações cristãs.[1][2] O grupo afirma ter mundialmente 8 695 808[3] de aderentes envolvidos em evangelização,[4] presença em convenções de mais de 15 milhões de pessoas e uma presença anual em seu Memorial de mais de 19,9 milhões.[5] A denominação é dirigida pelo Corpo Governante, um grupo de anciões em Warwick, Nova York, que determina todas as doutrinas[6] com base em sua análise e interpretação da Bíblia.[7] Eles preferem usar sua própria tradução, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas,[8] embora também citem ocasionalmente outras versões.[9][10] O grupo crê que a destruição do sistema do mundo atual no Armagedom é iminente, e que somente ao se estabilizar o Reino de Deus na Terra haverá solução para todos os problemas da humanidade.[11]
Testemunhas de Jeová | |
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Orientação | Não-trinitária, restauracionista |
Origem | Pittsburgh, Pensilvânia Estados Unidos |
Localização | Mundial |
Número de membros | 8,6 milhões |
Países em que atua | 240 |
As Testemunhas de Jeová emergiram dos Estudantes da Bíblia, grupo fundado no final da década de 1870 por Charles Taze Russell. Com a formação da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, houve mudanças doutrinais e organizacionais significativas, chefiadas por Joseph Franklin Rutherford.[12][13] O nome testemunhas de Jeová[nota 1] foi adotado em 1931 para diferenciá-los de outros grupos de Estudantes da Bíblia e simbolizar uma ruptura com o legado das tradições de Russell.[14]
O grupo é conhecido por sua evangelização porta-a-porta, distribuindo publicações como A Sentinela e Despertai!, e sua recusa ao serviço militar e à transfusão de sangue. Eles consideram o uso do nome Jeová vital para a adoração apropriada. Rejeitam a Trindade, a imortalidade inerente da alma e o fogo do inferno, considerando-as doutrinas que não estão de acordo com os textos bíblicos. Também não há observância do Natal, da Páscoa, aniversários e outros feriados e costumes que consideram ter origens pagãs e incompatíveis com o Cristianismo.[15] Os membros comumente referem-se ao seu corpo de crenças como "a verdade", e consideram que sua vida está "na verdade".[16] A sociedade secular é definida como moralmente corrupta e sob a influência de Satã, e limitam sua interação social com pessoas que não integram a comunidade.[17] Ações disciplinares incluem a desassociação, isto é, a expulsão formal, e ostracismo.[18] Indivíduos batizados que deixam oficialmente a igreja também sofrem rejeição social. Membros desassociados podem retornar se mostrarem-se arrependidos.[19]
A rejeição ao serviço militar e a recusa em fazer continência para as bandeiras nacionais fizeram com que as Testemunhas de Jeová tivessem conflitos com alguns governos. Consequentemente, os integrantes têm sido perseguidos e suas atividades são banidas ou restringidas em alguns países. Processos criados pelo grupo resultaram em mudanças em diversas leis de direitos civis pelo mundo.[20] Além disso, a organização tem recebido críticas em relação à sua tradução da Bíblia, doutrinas, tratamento de casos de abuso sexual de menores e alegada coerção de seus membros. As acusações são negadas pelos líderes, e algumas foram discutidas em tribunais e por especialistas em religião.